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Meu lema para 2022

Eu venho, há alguns anos, definindo um lema para cada ano. A ideia é ter um princípio que me norteie ao longo dos meses e que parece fazer sentido de acordo com o momento de vida que eu estou vivendo, mas também diz aquilo que eu quero para mim no ano corrente.

Confira os lemas para: 20182019, 2020 e 2021.

Vejo o lema como um princípio que deva me guiar ao longo do ano. Nos anos anteriores, ter esse lema era como se eu tivesse escrito um recado para a Thais do futuro, sabendo que ela passaria por situações desafiadoras, e o lema serviria inclusive como parâmetro de decisão.

Quando começa a chegar ali por volta de setembro ou outubro eu já começo a desenvolver essa percepção de pensar: qual será meu lema para o ano que vem? Então isso fica na minha mente. Mesmo quando eu acho que não terei nenhuma ideia, de repente o lema simplesmente vem na minha cabeça, e este ano aconteceu desse jeito de novo.

Meu lema para 2022 é: lembre-se da vida que você lutou para construir.

2021 foi um ano bastante difícil para mim, psicológica e emocionalmente falando, por conta da pandemia. Eu sou uma pessoa sensível e fiquei muito abatida por conta do número de mortos com a pandemia, as pessoas passando fome e dificuldades. Tudo isso me abalou profundamente e impactou o meu trabalho e a minha rotina. Voltei com péssimos hábitos alimentares, mexi no meu horário de sono, o trabalho foi exaustivo em vários momentos, especialmente em época de lançamentos. O apoio da equipe foi fundamental e quero deixar um agradecimento pessoal a suas pessoas em particular, que foram a Ana e a Dalva. As conversas que tive com vocês foram essenciais para eu chegar nesse lema no final do ano. Vocês me ajudaram a voltar o foco para o meu eixo, para a pessoa que eu sou, e que ficou distante nesse ano de 2021, justamente porque eu estava me sentindo muito triste.

Uma leitora chegou a me perguntar se o que eu tive foi realmente depressão ou apenas essa tristeza profunda devido aos acontecimentos, então trago para cá a resposta para ficar como referência sempre que alguém perguntar. A depressão é uma doença crônica, na minha opinião. E essa opinião eu trago com base na minha experiência pessoal – não sou cientista nem médica, ok? Mas eu fui diagnosticada já adulta, o que me rendeu anos difíceis quando eu era mais nova, sem esse diagnóstico nem tratamento adequados, mas que me levaram a me tratar, quando identificada. Passei a fazer terapia, me consultar regularmente com o médico e a fazer esse tratamento mais completo, que sou grata pela possibilidade financeira de fazer. Eu estava bem e “de alta” até o início da quarentena, em 2020. Lá pela metade do ano eu resolvi voltar a fazer terapia porque queria garantir que continuaria bem, mas as circunstâncias foram mais fortes do que eu. Eu até que segurei bem ao longo de 2020 mas em 2021 não dei conta. Tive que testar uma série de novos medicamentos ao longo dos meses até ficar bem, e isso aconteceu, sinceramente, só no final do ano. Eu sei que a pandemia afetou todo mundo e que a depressão não é algo que a pessoa “deixa” rolar, como se fosse questão de propósito de vida, pró-atividade ou força de vontade. Não é. Assim como temos doenças que afetam o estômago, a pele, enfim, todo o nosso físico, também temos as doenças da mente, e a depressão é uma doença que, como todas as outras, é diagnosticada e tem tratamento com medicação e terapia, além do acompanhamento médico. Então sim, eu tenho toda a responsabilidade ao vir aqui e afirmar que tenho, e não trataria um estado de tristeza dizendo que é uma doença se eu não fosse diagnosticada.

Por “sorte”, o que me ajuda nesse tratamento contra a depressão, entre outras coisas, em paralelo a todo o tratamento, é justamente ser focada com os meus projetos, objetivos etc. Então, por mais contraditório que pareça, eu fico bem quando me sinto produtiva e faço as minhas coisas. Me deixa motivada. Tenho dias ruins, em que não quero nem levantar da cama? Tenho. Mas sei que é da doença, e não algo “meu”, entende? Eu sei separar bem isso, e me dou o tempo necessário. Não me forço. Assim como, quando acordo bem, aproveito para curtir minhas tarefas e afazeres. A equipe ainda está aprendendo a lidar com esse meu ritmo, e sei que é minha responsabilidade comunicar esse estado correta e claramente. Mas também sou compassiva comigo mesma de não me cobrar perfeição aqui e entender que é um processo de médio prazo, como toda construção.

Portanto, quando eu faço tweets como esses:

É porque me sinto muito bem! Fique feliz por mim. 🙂 Porque estou conseguindo fazer coisas que me fazem bem mesmo nesse estado em que me encontro. Não quer dizer que a vida é perfeita nem que sou “funcional” 100% do tempo ou todos os dias. São apenas pequenas vitórias que eu compartilho para celebrar mais um dia de vida e essas pequenas conquistas. Não posto para ostentar produtividade nem para criar uma régua de performance para ninguém. São expressões pessoais.

Esse lema para 2022, então, vai me ajudar com todo esse processo, justamente para que eu me reconecte com todas as decisões e coisas boas que construí para mim, seja grata diariamente e lembre que eu não preciso reinventar a roda na minha rotina – basta resgatar aprendizados. O lema se propõe a ser essa luz que ilumina nos momentos mais escuros que fatalmente vão acontecer e já serão difíceis por si sós.

Thais Godinho

Thais Godinho

Meu nome é Thais Godinho e eu estou aqui para te inspirar a ter uma rotina mais tranquila através da organização pessoal.

5 comentários em “Meu lema para 2022”

  1. Querida Thaís! Desejo SUCESSO nessa jornada louca e maravilhosa que é a vida. Sempre procurei sentido, significado e valor para ela mas, desde a perda da minha irmã (ela tinha 46 anos) em 27/11/2021, parece que tenho uma lente que me faz enxergar com mais delicadeza e profundidade um único dia da vida. Alguns poucos minutos, podem separar o estar e não estar aqui. Me lembrei de você quando perdeu sua avó, do seu relato sobre na época não ter ficado bem. Quem fica né? O amor e a irmandade entre nós acredito que nos salva e sempre salvará. Minha mãe dizia (ela está viva mas, já bem triste… mas, seguindo), não vivemos sozinhos. Precisamos uns dos outros. Penso isso, e que não é bom viver sozinho pois, interagindo com o outro e os outros, nos fazemos muito mais fortes e melhores para seguir nessa louca jornada que é a VIDA. Bom, acho que nem fui muito objetiva no comentário sobre sua postagem mas, é sempre sobre VIDA, então, acho que está valendo. Bj grande e Saúde para todos nós.

  2. Oi Thaís, gosto muito da sua forma verdadeira e pé de no chão de ver e viver a vida e também no que você compartilha. Precisamos de mais pessoas assim e menos sensacionalistas. Desejo muita saúde física, mental e emocional para você porque com elas o sucesso está garantido. E você merece ser bem sucedida no que desejar. Um 2022 incrível!

  3. Me identifiquei demais, também estava de alta, mas no segundo semestre de 2020 voltei com a medicação que eu tinha conseguido trocar por meditação há alguns anos. E, sigamos. Ainda bem que existe medicação.

  4. Adorei ler seu texto, Thais! Fui há pouco diagnosticada com depressão recorrente e estou num momento ótimo, reorganizando minha vida, tomando meu remedinho e me adaptando a essa rotina que vc disse, de ser compassiva quando é necessário.

    Obrigada por dividir sua história e desafios conosco, beijos e boa semana!

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