Ontem eu estava refletindo sobre como foram os últimos dois anos para mim.
Desde o inÃcio da pandemia, eu tomei uma decisão pessoal de expressar toda a minha compassividade através do meu trabalho. O mundo precisava se organizar em home-office e ficar bem mentalmente. Foi nesse contexto que nasceu o meu conceito de Produtividade Compassiva, que levei para o Doutorado (que iniciei em 2021 e cuja tese estou desenvolvendo) e que vem guiando o que o Vida Organizada essencialmente promove porque não acreditamos que exista outra maneira de viver, sinceramente.
Eu trabalho o tempo todo com a visão de que, ao final do ano, e virada em janeiro, as pessoas estão com mais propensão a se organizarem, ou ao menos iniciarem esse processo. Isso significa que me preparo para “o melhor momento do ano” – o momento em que todo mundo fala sobre organização. Esta época que estamos vivendo reflete isso. Foi por isso que iniciamos a Turma 11 do nosso curso do Método Vida Organizada no inÃcio de dezembro.
Mas, agora, antes das festas, surgiu uma necessidade urgente de descansar. É como se toda a atividade dos últimos dois anos viessem agora de uma vez e me pedissem: “Thais, fique alguns dias sem trabalhar, minha filha”. E eu vou seguir o meu coração.
Portanto, nos próximos dias, vocês vão se deparar com alguns posts que já foram agendados e vão entrar automaticamente, mas eu estarei descansando. Isso significa que não vou aprovar nem responder comentários, não responderei e-mails e, possivelmente, mensagens nas redes sociais. Aviso dado. Sem cobranças. 😉
Tenho alguns compromissos que precisam ser cumpridos, como módulos e aulas do curso para a turma nova que entrarão nas próximas semanas, plantões de dúvidas e lives. Mas são agendamentos pontuais em que estarei online, farei, e depois voltarei para o meu mundinho.
Toda a equipe está precisando desse tempo também e vamos nos revezar no atendimento para conseguirmos descansar. Acreditamos que, assim, iniciaremos 2022 recarregados para continuar este trabalho tão importante.

Quando eu me refiro a voltar ao básico (tÃtulo do post), me refiro essencialmente a todas as atividades básicas e essenciais que deixei de fazer este ano porque estava investindo em coisas novas, tanto pessoal quanto profissionalmente. Eu mudei tanto a receita que o bolo de chocolate quase virou um bolo de abacaxi! E esse é um risco que a gente corre quando chega em um patamar bom da vida em todos os aspectos.
Por isso, estou nesse movimento de “back to basics” porque eu já criei certos padrões para a minha vida que dão certo, que funcionam, que me deixam bem, mas que acabaram ficando de lado porque eu “achei” que precisava testar outras coisas.
E sabe, testar é bom. Novos desafios e aprendizados, aquela coisa toda. Mas parte de construir a rotina que você quer viver todos os dias é não só tirar o que faz mal mas principalmente manter o que te faz bem – e não “mudar tudo o tempo todo” (o que descaracteriza uma rotina).
Meu marido e eu estávamos conversando esta semana sobre o que farÃamos no sábado. De repente, muitos eventos! Ê, mundo! O primo dele vai tocar com a banda em um lugar na Vila Madalena e nos convidou. Parecia legal, até olhei pra fazer a reserva. A gente também estava falando sobre ir ao cinema ver o novo filme do Woody Allen antes. Ah, e podÃamos também parar no Washoi para comer nosso lamen preferido!

No final das contas, olhamos um para o outro e falamos juntos: “e se a gente só ficasse em casa vendo um filminho mesmo?” Concordamos de imediato. Não é por que estamos mais liberados para sair que DEVEMOS sair, ou que QUEREMOS sair. Nós amamos ficar na nossa casa fazendo coisas que gostamos juntos, como vendo os filmes que quisermos, conversando sobre eles, pausando, indo na cozinha pegar alguma coisa, com os cachorros no colo.
(Aliás, breves parênteses. Essa liberação da circulação das pessoas nos parece um alÃvio no sentido de podermos visitar a nossa famÃlia e fazer coisas que nos façam bem, mas não um “liberou geral” para festas, bares, viagens a torto e a direito. Já não tá bom a gente poder ver nossos entes queridos? Foram dois anos tão difÃceis. Queremos retomar o isolamento por necessidade? Tome vacina, continue usando máscara e, quando possÃvel, evite aglomerações.)
Eu uso esse exemplo para ilustrar que, em todas as áreas da vida, a gente pode abrir concessões – com pandemia ou sem pandemia – e voltar a viver em um ritmo mais corrido que talvez nem seja mais interessante pra gente. Não que eu não goste de ir ao cinema – adoro. Não que eu não queira ver a banda do nosso primo – claro que quero. Mas não é o momento. Gostamos de nos curtir em casa também, em um ritmo mais calmo, e é isso. Voltar ao básico. Taà uma coisa que a gente gosta de fazer desde quando começou a namorar, há mais de 20 anos. Um ode a isso!
O mesmo vale para o meu trabalho. O que eu mais gosto de fazer? Escrever no blog, fazer lives para interagir com vocês, postar no Instagram, pesquisar e redigir o roteiro de novas aulas para gravar. Ficar empolgada com as aulas. Com o resultado dos alunos. E esse é o básico que quero focar todos os dias, sempre.
Não quer dizer que, por amar o que eu faço, eu não precise descansar nunca. Isso é uma falácia. O trabalho que a gente ama tem a tendência a nos esgotar até mais do que o trabalho sem envolvimento emocional. Justamente por isso precisamos ficar atentos para não estressar demais, e isso é o tempo todo, colocando limites.
Acredito piamente no conceito de trazer as férias para o dia a dia, no sentido de focar na rotina da vida que quero criar para viver, e encaixar todo o restante em volta – e não ao contrário. Eu já vivi essa via contrária e ela é difÃcil. Sei que muitas pessoas ainda estão nessa condição, como eu estive durante muitos anos. Então justamente por isso preciso aproveitar que posso fazer diferente e simplesmente fazer, para poder ajudar quem está nesse modelo buscando uma transição.
Meu dia se alterna entre acordar sem pressa, ler jornal, fazer palavras cruzadas, yoga, tomar banho, dinacharya, café. Trabalho um pouco, descanso um pouco. E assim vai. Mas nem todo mundo ainda “absorveu” essa ideia. Eu gostaria que todos absorvessem. Pois mesmo em trabalhos mais difÃceis você sempre pode se forçar uma pausa e dar uma leve chutadinha de balde durante alguns minutos para descansar, beber uma água e olhar pela janela.
Thais, você é demais! Estou sentindo saudades das postagens diárias, mas acho lindo como você trata de manter a coerência entre o que ensina e o que vive, e isso por si só já é uma aula.
Normalmente leio os conteúdos no Feedly, mas tenho feito umas pesquisas para reformatar o meu planejamento e organizacao de vida e estou adorando transitar pelo conteúdo diretamente aqui no blog.
Parabéns por todo o trabalho que você faz e por ser inspiracao para tantas pessoas!
Eu tô adorando o blog, o canal, e acho ótimo fazer parte do telegram pq assim, com tantas coisas que seguimos, por lá sempre vejo os novos posts. O workshop de planejamento de vida deste dezembro me ajudou demais! Eu não fazia ideia de como fazer metas ou qualquer coisa parecida. Esse ano 2021, comecei a usar um planner simples, mas eu nem entendia como usar tantas ferramentas dentro dele , depois disso, comprei até um mais caro pra 2022 que estou preenchendo todinho. Eu ainda não me acostumei com as ferramentas digitais, mas estou começando com todoist. Aos poucos vou aprendendo e já estou louca pro ano começar e colocar meus sonhos pra acontecer!
Boas ferias Thais.
Obrigada por tudo que voce me ensinou este ano. <3
Adorei a reflexão! Aqui em casa meu marido e eu também somos super caseiros, acho que até demais. A gente ama ficar na nossa casa. E sobre uns minutinhos de descanso no trabalho, estou aprendendo isso agora, que tenho bebê pra cuidar. Antes eu era workaholic, agora não consigo mais, o bebê não deixa, rsrsrs, e acho que estou mudando em função dele, que é a coisa mais importante pra mim.🥰
Que bom ler seu comentário! Hoje faz 16 dias que minha mãe partiu desse plano da vida. Ainda tenho uns restinhos de coisa para fazer do trabalho antes das férias agora em janeiro. Contudo, minha vontade é fazer nada! Tô cansada e com todos os sentimentos que emergem num processo de luto. Lendo sua mensagem me senti um pouco menos solitária. Aliás, assisti a semana de planejamento para 2022 com muito esforço entre idas e vindas do hospital. Agora olho para meus planos e parece que não fazem mais sentido ou que não terei mais forças para realizá-los. Sei que é uma fase, mas como gostaria muito de ouvi-la sobre isso.