A pessoa que eu quero ser em 2022

Em 2016, eu escrevi esse tipo de post pela primeira vez, refletindo sobre a pessoa que eu gostaria de ser em 2017. Recomendo a leitura porque mostra a Thais de uma outra era. Eu acho incrível ver o poder da mudança em ação com o tempo. Me emociono sempre que leio, e é um exercício tão simples!

Estou reformulando a produção editorial de todos os canais do Vida Organizada, inclusive do blog, então os textos, quando entram, estão entrando aqui de maneira orgânica e espontânea, quando sinto a urgência não apenas de escrevê-los mas de logo publicá-los, quase que como se fossem um manifesto. E hoje eu parei o que estava fazendo e vim escrever, porque precisava.

Recife, 2016

Foram diversos os acontecimentos no último mês que me fizeram chegar a um ponto de suposta conclusão sobre a pessoa que eu quero ser em 2022. Só para constar, aqui vão as minhas previsões para o ano como um todo:

  • Individual: O Paul vai mudar de escola e eu continuarei no Doutorado, conciliando com projetos grandes no trabalho, e tudo isso já tomará a maior parte do meu tempo e atenção. Minha saúde deu uma desandada este ano. Fiquei mais relapsa com alimentação e atividade física, mas já retomei meu eixo e estou “em estado de cruzeiro” para continuar em 2022. Será uma prioridade (falarei mais sobre as prioridades em outro futuro post). Minha mãe está finalmente se aposentando, o que significa que demandará minha atenção ano que vem. E meu marido e eu resolvemos retomar nossos projetos de “banda”, o que é divertidíssimo para nós dois e eu – particularmente – não vejo a hora. Isso no nosso âmbito micro por aqui. Certo.
  • País: No Brasil, teremos eleições, e eleições animadas, o que garantem pelo menos o entretenimento dos debates e discussões diversas sobre assuntos fundamentais. Eu gosto de política. Gosto de me envolver, gosto de exercer a minha cidadania e educar o nosso filho. A escola nova dele é muito engajada socialmente, em um modelo construtivista. Quero fazer parte, ajudar, construir. Além disso, nosso país continuará com problemas na economia e em outros setores, e o vírus ainda está por aí. Para mim, será um ano de “calma, gente”, com muitas “caídas na real” depois do desbunde que serão as festas de final de ano e o possível carnaval. Eu estou com o pé super atrás e mais adiante no texto vou explicar melhor como me sinto.
  • Humanidade: No mundo, nem preciso dizer sobre a nova variante identificada pela África do Sul, os países fechando e restringindo novamente porque muitas pessoas que não se vacinaram estão se infectando e espalhando a doença. Enquanto muitos estão engajados querendo saber se teremos ou não Carnaval, do meu ponto de vista o mundo todo deveria estar engajado para erradicarmos esse vírus e garantir as vidas das pessoas. Acredito de verdade que, após um susto, infelizmente, as pessoas cairão na real de que não dá para sair fazendo as coisas com a liberdade de antes. Não tem nada de “novo normal”. O mundo mudou e mudou MESMO. Precisamos sim aprender a lidar com ele, mas não “soltando geral” como tem se pensado. Acho que muita gente está equivocada quanto a isso.

Dito tudo isso, aqui vão as minhas questões pessoais. Afinal, o post é sobre a pessoa que eu quero ser em 2022.

O que eu NÃO quero fazer

Pode ser um exercício mais fácil de começar pensar não no que você quer ser, mas naquilo que NÃO quer ser, não quer fazer. Que já não faz parte da sua vida ou você não vê mais sentido em deixar que faça parte.

Para mim, e acho que esse é um dos pontos mais importantes aqui, é que eu descobri que não sou mais aquela pessoa que viajava a trabalho antes da pandemia, que vivia em aeroportos, participava de eventos, dava palestras, participava de jantares de networking e outros relacionados.

Em novembro, eu precisei fazer duas viagens assim. E foi importante vivê-las.

É óbvio que estar com as pessoas é legal. A interação não é substituída pelo digital. Mas, sinceramente, não acho que seja o momento ainda. Eu fiquei muito “na bad” nas duas viagens, chateada por ter deixado a minha família, a minha rotina, os cachorros. Nada parecia justificar estar longe, em um hotel, com pessoas que não eram a minha família. Nada parecia valer a pena, quando comparado com o que eu estava deixando em casa.

Não era sobre o que valia estar ali, mas sobre o que não valia deixar em casa para ir viajar.

Eu tenho outros pontos a falar sobre a segurança nos aeroportos e viagens com relação ao COVID, mas deixarei para outro post. O fato, aqui, é essa percepção de que não me sinto mais essa pessoa nem tenho interesse nela. Eu amo a minha rotina, amo estar em casa, e não tenho mais essa ânsia por viajar como eu tinha antes. Felicidade para mim eu encontro na minha casa e na minha rotina e, se não tem, busco trazer a ela. Pois felicidade é acima de tudo um estado mental e estar com as pessoas que você ama.

Outra coisa que eu definitivamente não quero mais fazer é gastar dinheiro com investimentos exagerados no trabalho. É difícil explicar aqui o que isso significa mas quem trabalha no marketing digital pode entender o que eu estou falando. Por exemplo, investimento em anúncios. Investimento em mentorias. Claro que tudo isso é válido, mas eu quero repensar muitas coisas, pois tenho outras prioridades, inclusive a remuneração da equipe e processos internos nossos. Enfim, papo para reflexões que ainda preciso amadurecer mais, mas é isso.

Uma terceira coisa que não quero mais na minha vida é perder tempo com picuinha que não leva a lugar nenhum. A focar no que é o certo, sabe? Parece abstrato aqui, mas em diversas situações do meu dia a dia eu fiquei ponderando sobre fazer isso ou aquilo, quando a pergunta “o que é simplesmente O CERTO a se fazer?” resolvia os meus problemas. Então estou aplicando essa questão a absolutamente TUDO. Tem me ajudado a ter mais foco.

Missão pessoal

Essa reflexão para o ano seguinte sempre é boa para revisar a minha missão pessoal. Aqui vai a minha, para quem nunca viu:

Ser uma pessoa criativa, leve e bem-humorada por meio da escrita, da conversa e do ensino, para deixar um legado ajudando as pessoas a encontrarem os seus dons e, com eles, planejarem suas vidas e fazerem acontecer com coerência e significado em todas as suas atividades e projetos.

Eu também vejo muito a questão de contribuir com o lance da cultura do trabalho no mundo, mas talvez isso seja mais um objetivo de longo prazo que a missão em si. Bem, são reflexões que estou fazendo!

Quando eu penso em 2022, revisando a minha missão pessoal, eu consigo identificar atividades e formatos que contribuam com essa missão, como por exemplo:

  • Estou sendo criativa, leve e bem-humorada na escrita, conversa e ensino com a minha família? Estou ajudando nosso filho, meu marido, minha mãe, nossos familiares, a encontrarem seus dons, planejarem suas vidas e fazerem acontecer com coerência e significado?
  • Estou sendo criativa, leve e bem-humorada na escrita, conversa e ensino com a equipe do Vida Organizada? Estou ajudando cada um deles a encontrar seus dons, planejar suas vidas e fazer acontecer com coerência e significado?
  • Estou sendo criativa, leve e bem-humorada na escrita, conversa e ensino na minha vida acadêmica?
  • E assim vai, em todos os setores da minha vida.

Me faz refletir sobre como eu ajo diariamente, e eu sinto que estou vivendo essa missão, apesar de obviamente sempre precisar de chacoalhões e ajustes de vez em quando.

Horizonte 5

Revisar tudo o que envolve não apenas a minha missão pessoal, mas os meus valores, meus princípios, quem eu sou, independente do que está acontecendo na minha vida – tudo isso me ajuda a me reconectar com o meu eixo.

Quando eu paro para pensar “na pessoa que eu quero ser em 2022”, sei que isso faz parte de toda uma construção que não envolve necessariamente uma separação ano a ano, mas de me entender no sentido de: o que aprendi sobre mim nos últimos anos que me permite ser cada vez mais a pessoa que eu sou agora e que eu quero ser daqui em diante?

A Thais que eu quero ser em 2022 é:

  • Mais low-profile (ainda)
  • Frugal
  • Focada no que pode dar certo
  • Serena
  • Calma
  • Criativa
  • Amorosa
  • Engajada
  • Intelectualizada
  • Assertiva

E quanto a você?

Quando eu trago um post que tenha essa provocação, meu intuito é apenas encorajar uma reflexão saudável sobre essa construção que você está fazendo de você mesma/o.

  • Tudo o que você acha que não tem mais nada a ver com você e que você quer tirar da sua vida
  • Tudo o que você acha que tem tudo a ver com você e que você quer trazer mais para a sua vida

Novamente: talvez você não consiga implementar todas essas mudanças de imediato, mas as respostas que você obtiver a partir desse exercício já podem te ajudar a saber para onde você quer direcionar a sua vida daqui em diante. E, como eu disse naquele outro post, de 2016: qualquer mudança em direção à sua essência já trará um impacto gigantesco à sua vida como um todo, porque é um tijolo sobre o outro que você está colocando (ou, se quiser seguir na analogia da escalada, um passo após o outro).

A parte tática do planejamento – aquele em que você desenha cronogramas etc. – é puramente técnica. Mas a parte estratégica, que na verdade é o que importa, você não pode atribuir técnica nem delegar para ninguém. É um raciocínio pessoal, um processo íntimo de reflexão, que só você pode fazer. A grande pergunta é: você está fazendo?