A virada de uma estação é sempre um lembrete pessoal para que eu faça a minha revisão dos objetivos de curto prazo.
Chamo de objetivo de curto prazo aquele que quero alcançar em até dois anos. Trata-se mais da construção de um cenário (“o que eu quero que seja verdade na minha vida em até dois anos”) que sobre objetivos mensuráveis e todo o conjunto de microgerenciamento que vem desse tipo de reflexão normalmente.
Ainda faz sentido, para mim, manter esse planejamento em um mapa mental na ferramenta Mind Meister. Dei uma alterada no fundo, porque estou em uma pegada mais minimalista mentalmente, e também criei novas divisões no mapa que têm mais a ver com o momento atual que estou vivendo. Toda revisão gera uma fotografia do momento em que a revisão foi feita. Quis registrar isso.

Apesar de o Mind Meister manter um histórico das atualizações, quis criar um braço ali no mapa para colocar as revisões anteriores. Basicamente, a estrutura atual está assim: 2021 > Inverno. E, dentro de “Inverno”, os objetivos que eu tinha desenhado na última revisão, feita em junho.
Também quis registrar a trilha sonora desta manhã fria aqui em São Paulo em que fiz a minha revisão. A capa é do disco Brainwashed, do George Harrison – o último disco dele e que gosto muito. A música do dia definitivamente foi “Stuck inside a cloud”.
E aí vem a parte efetiva do planejamento, que é refletir sobre o que eu quero que seja verdade na minha vida até setembro de 2023.
Puxa, 2023 parece muito distante. Acho que, por estudar política, eu fico muito ligada no ano de 2022 na minha cabeça, quase como se fosse um marco (e acredito que realmente será). 2023 será o ano depois do turbulento processo eleitoral do ano que vem e, quem sabe, o Brasil esteja um pouco mais apaziguado nas relações, depois de tanta polarização. Vamos ver.
O fato é que, cada vez que reviso esse mapa, tenho vontade de refletir de uma maneira diferente sobre a minha relação com esses objetivos de curto prazo. Desta vez, foi natural quebrar por áreas da vida – não todas. Fui escrevendo o que me vinha í mente, mais como um brainstorm mesmo, e no final revisei para atestar que fazia sentido. Fazia. E, no final, ficou assim:

Saúde, Estudos, Vida Acadêmica, Vida Organizada, Finanças, Casa e Família.
Estou minimalista com meus objetivos, no sentido mais essencialista da coisa. Na revisão de inverno, eu tinha colocado cenários que são meio óbvios para mim e que já existem, como a meditação diária e coisas assim. Desta vez, quis me concentrar nos cenários que são diferentes do que tenho hoje, para efetivamente saber no que focar. Não quis colocar coisas tipo “será que isso seria legal?”. Exemplo: um novo escritório. Como vocês sabem, ano passado aluguei uma sala menor para mim, para trabalhar fora de casa, mas essa era a realidade de apenas eu trabalhando na empresa. Agora, trabalho com outras pessoas. Eu acredito no modelo de trabalho híbrido mas, na real, será que a sala vai comportar a equipe? Oras, eu nem tenho como saber isso! Tanta coisa pode acontecer até lá! Logo, pensar em um novo escritório está mais para “algum dia, talvez” que objetivo em si. Então quis manter os reais objetivos para mim. Aqueles que estou engajada em realmente alcançar.
Neste momento, não me sinto confortável em compartilhar os objetivos, porque quero guardá-los para mim, mas posso trazer um deles que é público até mesmo para a busca de oportunidades (hehe) que é ser professora em uma instituição. No objetivo até 2023, o que coloquei é que quero estar efetivada em alguma instituição. í‰ isso. Eu espero que isso aconteça, em detrimento de todas as outras coisas da minha vida e em um tempo compassivo comigo mesma dentro do cenário de Doutorado, empresa e todo o restante da vida que acontece em meio a tudo isso.
Como eu faço quando estabeleço um objetivo de curto prazo
Basicamente, eu faço um planejamento dele pensando no recorte do ano. Usando o exemplo acima, fica uma reflexão nesse sentido:
Objetivo de curto prazo: ser efetivada como professora em alguma instituição.
Conversa com objetivos de médio prazo (construir a minha carreira acadêmica como professora e pesquisadora) e de longo prazo (me aposentar como docente universitária).
Buscando o recorte de “projeto”, me pergunto: “o que consigo fazer com relação a este objetivo em até um ano?”. Para mim, faz sentido, por exemplo, obter uma primeira experiência como docente universitária. Como ainda estarei no Doutorado, tenho noção de que não rola sair abraçando várias disciplinas e cursos ao mesmo tempo, então não é a minha intenção. Mas conseguir uma disciplina no primeiro semestre de 2022, por exemplo, até como professora convidada ou assistente, me parece factível dentro da minha rotina! E vai me dar uma primeira experiência importante.
Pensando nisso, o brainstorm acontece naturalmente (uma vez definidos propósito, princípios e visão naturalmente no exercício acima) e listo essas anotações dentro do meu projeto, no Asana (fiz um post sobre a organização dos projetos nessa ferramenta, há alguns dias). Não preciso fazer mais nada além de registrar essas ideias e definir pelo menos uma próxima ação para fazer isso andar. A boa notícia é que eu já tinha identificado essa ideia antes e, há alguns dias, desenhei meu CV como professora e já contatei alguns amigos professores, além de postar no Twitter e jogar a ideia para o universo. 😇 O projeto é acompanhado semanalmente.
Em dezembro, quando virarmos para a nova estação, todos esses objetivos de curto prazo serão revisados novamente e eu terei a oportunidade de refazer esse exercício com todos eles e entender o quanto avancei, se quero fazer mudanças e por aí vai. Tudo é bastante diní¢mico, orgí¢nico, livre. Liberdade é a palavra, para mim.
Caso você tenha alguma dúvida sobre como eu reviso, organizo e planejo os objetivos de curto prazo, por favor, deixe um comentário aqui neste post. Muito obrigada.
adorei o post, Thais, até porque estou exatamente no mesmo momento – revisar os objetivos de curto prazo! Estes equivaleriam ao horizonte 3 do GTD, correto? Vc deu uma “personalizada” na aplicação do GTD em relação aos seus objetivos, visão e propósito? Desde já, obrigada (:
Me identifico bastante com esse “pensar” do curto prazo em até dois anos inspirada pelo David.
No entanto, o restante do raciocÃnio não tem necessariamente a ver com os horizontes do GTD.