Eu tenho recebido algumas perguntas sobre Holacracia e acho isso ótimo! Pois é um assunto fascinante, pois estamos implementando na empresa, pois tem pouco conteúdo em português sobre isso. Mas eu sempre digo que sou iniciante no tema, por mais que já use GTDâ„¢ há praticamente 15 anos, e eles são relacionados, e por mais que eu tenha lido o livro do Brian há pelo menos cinco anos. Eu pretendo fazer o curso, a formação, a certificação, mas por enquanto preciso ter a responsabilidade, sempre que falar sobre um método criado por terceiros, de citar minha condição de fala e de encorajar fortemente que todos que estejam interessados busquem a fonte original. O livro está disponível em inglês e também traduzido para o português na Amazon.
Como diz o capítulo 9 do livro, mesmo sem estar pronta, busquei a holacracia. Desde 2016 tenho esse “sonho” de implementar no Vida Organizada, mas é necessário ter pelo menos três pessoas na equipe para fazê-lo. Eu sou uma pessoa muito “fazedora”, o que significa que estudo mas já coloco em prática pra ir aprendendo fazendo, errando e aprendendo do jeito certo, corrigindo os estudos, pedindo ajuda, enfim. De um ano para cá, a equipe passou de duas a sete pessoas, sem contar os consultores e prestadores de serviços. E aí esse sonho se tornou um projeto de verdade, que era iniciar essa implementação, levando em conta que a implementação como um todo é um objetivo de médio prazo que, como tal, levaria de três a cinco anos.



A primeira coisa que aprendi é que não dá para implementar a holacracia “em partes”. Ou implementa totalmente ou não implementa.
Segundo, dei o livro de presente pra todos na equipe. E compartilhei a Constituição em nossa “wiki” da empresa no Notion.
í‰ importante lembrar que a holacracia é um sistema de gestão totalizante. Você pode se beneficiar de algumas práticas implementando sozinho/a, na sua equipe ou em parte da empresa, mas não será nada parecido com a implementação na empresa inteira e uma compreensão geral de todos de como ela funciona – começando pelos “chefes” egocêntricos que não sabem abrir mão de seus “pequenos poderes”.
A holacracia é quase que uma linguagem diferente. Tem todo um sistema de conceitos que precisam ser absorvidos para a prática se tornar consistente. E, como diz o Brian, “normalmente a linguagem é entendida como uma expressão da cultura, mas ela também a cria”. O fato é que, quando você passa a falar sobre papéis, propósito, domínios, responsabilidades, tensões, governança, isso afeta a sua vida por completo – não apenas no trabalho como na família, no círculo de amizades e tudo o mais.
Eu diria que a holacracia amadureceu o meu entendimento sobre o uso pessoal do método GTDâ„¢ e o método GTDâ„¢ sofre um boost quando implementado junto com a holacracia.
No mais, é testar e aprender, corrigir e estudar, e tentar de novo. Eu pretendo sim tirar a certificação da Holacracy e isso vai me ajudar demais a ensinar sobre esse modelo, mas hora vocês podem continuar conferindo as minhas percepções pessoais.
No momento, uma das melhores coisas é a clareza de definir as responsabilidades para um papel, e não por uma pessoa específica. Eu não sou “a Thais” na empresa, e sim a professora, a CEO, a criadora de conteúdo, a designer. E cada um desses papéis tem um propósito e complexidade em níveis diferentes.
“Certamente a holacracia não retira de mim – nem de ninguém – o valor de ser um líder bom, atento, consciente. O sistema apenas reparte essa necessidade entre mais pessoas e a transforma em uma competência útil, em vez de um ideal inatingível.”
Brian J. Robertson