Categoria(s) do post: Diário da Thais

Não foi fácil completar um ano de pandemia.

Em março, quando isso aconteceu, bateu FORTE aqui na gente.

Paul não aguentava mais as aulas online, e tinha acabado de começar em fevereiro.

Meu marido, músico, saiu oficialmente da banda, e obviamente sente falta. São os amigos dele.

Minha mãe mora em outra cidade, sozinha, e tem um comércio. Minha preocupação triplica.

Continuo fazendo terapia e tomando medicação, em conjunto com alternativas mais naturais, manipuladas.

Medito, minha alimentação é minha terapia também (preparar os alimentos), tenho dormido mais e tendo mais momentos de lazer.

Mas não está fácil para ninguém.

Tenho me permitido aceitar quando estou triste, pois é normal nesse momento. Só não me forço nem fico achando que “deprimi” ou algo maior. í‰ só tristeza, aquele dia.

Quando meu marido ou o nosso filho acordam em dias difí­ceis, dou o espaço deles.

Tenho procurado ficar mais com o Paul sem fazer nada. Só sentada ou deitada ao lado dele conversando, vendo filme, ví­deo, jogando ví­deo-game.

Os cachorros são absolutamente TUDO no meu humor nesse isolamento social. Além da minha famí­lia, obviamente, eles são a grande alegria da vida. Amo estar com eles. í‰ muito amor envolvido.

A coisa que eu mais sinto falta é de passear em meio í  natureza. De ter um quintalzinho em casa, com um pedacinho de verde bem simples, uma árvorezinha, um espaço para tomar sol.

Não sinto falta de coisas que fazia apenas pela facilidade que a rotina apressada anteriormente proporcionava. Almoçar no shopping, comprar alguma coisa só porque estava ali, pegar trí¢nsito. Essas coisas me parecem tão distantes.

Desses passeios “de consumo”, sinto falta de ir í  livraria. Olhar as estantes sem pressa, sentar, tomar um café. Conversar com alguém que estivesse ali comigo. Andar a pé. Sentir o vento batendo no rosto SEM MíSCARA.

Eu sei que tem muita gente que continuou fazendo todas essas coisas mesmo durante a pandemia. Não foi o meu caso.

Sei que vai passar, e sei que precisamos viver o que temos hoje, tentando não sofrer tanto por estarmos em casa.

Mas a grande verdade é que ainda não sabemos o que isso vai nos custar a longo prazo, psicologicamente falando.

Como sempre, eu busco fortalecer a minha mente, pois sei que, mesmo nos momentos piores, é ela que está lá comigo, como uma melhor amiga que só eu conheço.

O restante é puro amor. E isso completa o que a mente cria.

Como você está, querido leitor ou leitora? Compartilha aqui, se quiser. <3 Obrigada por acompanhar este espaço na web.

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26 comentários

  1. Helena Alegria comentou:

    Olá Thais. Leio-te de Portugal, aqui as coisas estão um pouco mais calmas neste momento. Estivemos praticamente 3 meses em confinamento no início deste ano, escolas, infantários, restaurantes, centros comerciais, e mais, fechados. Acredito que aos poucos vamos voltando às nossas rotinas e com a vacinação pode ser que tudo vá melhorando! Beijos!

  2. Ana comentou:

    Vou fazer uma sugestão: comprar uma ou mais plantas. Como estamos mais em casa, trazer a Natureza para dentro de casa pareceu-me uma boa ideia. Fiz isso em minha casa 🙂

    1. Ah, isso já temos bastante! Sinto falta do pé na terra mesmo.

  3. Silvi comentou:

    Muito obrigada por compartilhar 💜 Achei seu posto quando estava em prantos. Minha mãe se foi há 3 semanas e uma prima, uma década mais nova que eu sei foi ontem 😭 Tempos difíceis 😭
    Mas escrevo para agradecer por todas as suas dicas. Estou no processo, sempre em progressoutro, de construir minha rotina tranquila. Quando a mamãe se foi, descobri o meu mínimo viável para me cuidar, cuidar da casa para ter espaço interno para elaborar o luto. Sei que você sofreu uma perda assim terrível há pouco tempo, acho que você terá empatia.
    Um passinho de formiga atrás do outro, esforço para ser compassiva e vamos caminhando 💜
    Obrigada por tudo!
    Super beijos

  4. Caroline Rocha comentou:

    Thais tem sido dias no umbral, me sinto no meio de uma grande neblina, desculpe, dizer isso mas minha cabeça está fodidona…acho que não vou sobreviver ao próximo dia, mas eis que ele surge, e não vejo com uma esperança, mas como um grande fardo…li aquele livro o demônio do meio dia e super me identifiquei, me sinto perturbada mentalmente… é só um desabafo, mas via de regra, sabermos que há pessoas em situações infinitamente piores e singulares, mas sigo tentando, todos os dias. Você é uma das minhas maiores incentivadoras. Obrigada por sua existência, louvo sua vida todos os dias!

  5. Suzana comentou:

    Quanto a mim, neste mês de abril cheguei ao fundo do poço da exaustão emocional.
    Tive um diagnóstico de câncer no final de 2018. Com duas recidivas, terminei os tratamentos final de 2020.
    Em 2019 problemas gravíssimos com a família do meu marido. Em 2020 com a minha família.
    Situação financeira chegou no limite, a um triz de perdermos a casa.
    Estou tentando encontrar o aprendizado que me é reservado de tudo isso.
    Para sobreviver não apenas fisicamente à pandemia, mas emocionalmente.

    1. Obrigada por compartilhar, Suzana. Torcendo aqui para que tudo melhore o quanto antes para vocês.

  6. Luke comentou:

    Obrigado por compartilhar Thais! Como você disse, precisamos fortalecer a nossa mente que é a nossa maior alidada.

  7. ADRIANA FARINA GALBIATI comentou:

    Thaís, querida! Sua sensibilidade me comove muito. Desceu uma lágrima ao ler seu texto porque, apesar de estarmos próximos da Natureza e entre amigos na ecovila, sinto muito por não poder receber as pessoas aqui para os mutirões de plantio/construções e para os cursos de Permacultura.

    Quando pudermos dar uma aglomeradinha vou te convidar pra passar um tempo aqui com a gente na Mauê com a sua família!

    Quanto ao seu pedacinho de quintal com plantinhas, me fala como é seu espaço pra gente poder planejar algo pra ser seu ponto de conexão com a Natureza em casa. Vou adorar te ajudar nisso.

    E aguardo nossa conversa a respeito da ecovila.

    Beijos!

    1. Obrigada, Adriana. Nosso espaço infelizmente é muito limitado, todo fechado. Mas pretendemos mudar em algum momento.
      Tenho conversado com a minha sobre a ideia da ecovila. Pode ser uma boa para ela e para nós, como espaço de convivência alguns dias da semana.
      Espera só passar esse nosso evento que agendamos a conversa, tá bem?
      Bjo e obrigada pelo carinho.

  8. Claudia Gallo comentou:

    Que profundo seu relato Thais, o pior é perceber que muitos continuam com suas vidas normais e tantos outris se restringem em amor e respito a si, seus familiares e a tida humanidade, Eu daqui tambem tenho meua dias mais tristes e desmotivada, não ando me exigindo tanto. Sinto falta do sol nos parques, de passear e dormir na casa dos meus pais, do vazio em casa quando os meninos estavam na escola. Kkkk Da liberdade de ir e vir sem medo. Daquela paz mental que tinhamos e sumiu sem data de retorno. É um exercício eterno de um dia de cada vez. Tambem descobru que minha mente pode ser uma aliada…a escolha é minha. Dias melhores hão de vir, pois os pessimistas são sómente expectadores, o mundo é dos otimistas. E seguimos…

  9. Juliana de Góes Brandão comentou:

    Olá, Thais!
    Esta pandemia tem sido um grande desafio para todos nós . Sinto falta do abraço e convívio das pessoas que amo, das reuniões com os amigos sábado à tarde para falarmos de filmes e livros. Sinto falta das minhas tias que moram em SP. O meu pai está doente, devido ao Covid – ele está sofrendo as sequelas desta terrível doença, e sinto a dor de não poder estar com ele, pois infelizmente ele mora longe de mim (eu em Brasília, e ele no interior de MG). Imagino o tédio que o Paul deve estar sentindo por assistir aulas on-line, porque por mais que elas sejam criativas, nada melhor do que estar na escola na companhia de seus colegas, brincar na hora do intervalo (ou recreio) e de estar em sua sala de aula aprendendo com os seus colegas. Sinto falta das coisas mínimas da escola (sou professora de inglês), por exemplo, o horário de entrada, as carteiras se arrastando pela sala, por mais que você peça silêncio, das gargalhadas dos alunos, até das desculpas mirabolantes por não terem feito tarefa…
    Enfim, esta pandemia me fez perder amigos e parentes queridos, mas também refletir a respeito de uma série de coisas que antes eu considerava banal. Não vejo a hora de poder sair de casa SEM MÁSCARA, poder respirar o ar puro, e me sentir livre deste pesadelo.

  10. Sandra Valéria Piccolo comentou:

    Ah Thais, que texto tocante! Acho que o maior legado da pandemia foi aprender a viver um dia de cada vez e a valorizar o que temos, o que somos, o que sentimos. E, para nós aqui em casa, vivendo um vendaval de mudanças (separei-me em janeiro), o que permeia é o amor, sempre o amor.

  11. Thais Ciara Jasper Moreira comentou:

    Sou muito privilegiada: nossa família tem um sítio aqui no interior, a menos de 2h de carro, e pudemos ir muitas vezes ao longo do último ano ficar lá mais livres, caminhar por dentro das trilhas do bosque, enfim, sentir que o mundo é grande.

    Por outro lado, eu nunca pude ficar em home office, e estou o ano inteiro indo trabalhar com medo, mas tomando os cuidados todos, sigo “invicta”, em breve devo tomar a vacina pois sou profissional de saúde.

    Sempre considerei o seguinte: eu já preciso sair 5x na semana para trabalhar, portanto não é justo que eu ainda saia para outras coisas. Não vou em restaurantes, shopping ou à praia. Eventualmente vou no mercado, e aos poucos vou precisar programar algumas consultas médicas que já estão adiadas em excesso.

    Vivo nessa montanha russa de sentir raiva dos outros – perceber que tenho sorte – cuidar do que realmente me compete – ser grata pelos meus privilégios.

    Hoje, especialmente, me sinto muito bem. Espero que o restante da semana eu seja capaz de manter essa paz <3

  12. ANA PAULA MAGRI MOREIRA comentou:

    Aqui a mais afetada é minha filha de 12 anos. Hoje mesmo vi matérias no Viva Bem do UOL sobre os adolescentes e o crescimento de ansiedade e fobia social na faixa etária deles durante a pandemia. e as consequências que não sabemos quais serão desse isolamento social tão intenso durante a fase de desenvolvimento. Sigo com fé, pedindo a Deus que me dê forças e sabedoria para ajudar a ela e a quem mais eu puder da melhor forma.
    Eu mesma já passei por várias fases e o início do isolamento pra mim foi pior que agora, fique bem prostrada. Tenho meus momentos pra baixo, principalmente quando perdi parente, amigo e colega de trabalho pra essa doença, mas vou conseguindo levar adiante, sem negar minhas emoções e nem me entregar a elas.
    Me matricular no MVO6 foi uma das melhores decisões e o workshop de sábado me deu uns estalos aqui dentro.
    Obrigada por tudo, Thais e equipe.

    Fiquem o melhor que puderem.

  13. Mariana Lima Scaliza comentou:

    “A coisa que eu mais sinto falta é de passear em meio à natureza.” Pois este é o único programa que minha família (marido + 2 crianças) faz como entretenimento. Benefícios de morar no interior! Além do que andar ao ar livre (mesmo que não seja num parque exatamente) é SEGURO. Exploramos cada parque ou área verde da cidade a pé… encontramos bichos, córregos, andamos no meio das árvores… Não cogita mudar de cidade para obter mais qualidade de vida agora que o seu trabalho é 100% digital? Pense nisso! 😉

    1. Claro que já pensei. Inclusive já moramos três anos no interior. 😉 Tem vários posts sobre isso. 🙂

  14. Kelly comentou:

    Desgastada. 🙁
    Depois de mais de um ano de pandemia, onde parei de trabalhar apenas por 3 dias. Tendo que pegar ônibus lotados, com rotina agitada, com mais pressão devido ao faturamento caindo, medo de contrair novamente o vírus, da família pegar tb.
    O conforto é chegar em casa e poder desfrutar de momentos sem medo <3

  15. Ludi Fonseca comentou:

    muito obrigada por esse relato. Mas a gente se senti menos sozinha <3

  16. Francine comentou:

    Oi Thais, aqui também sigo confinada e sentindo muiiita falta de abraços, de receber meus amigos, de sentar e papear, sinto muita, mas muita falta, e sinto que estou beirando ao esgotamento, me mantive otimista, animada, mas nessa altura tenho sucumbido por diversos momentos. Mas a opção é seguir, e assim estou aos trancos e barrancos. Abraços!!

  17. Marcia Pagnano Solano comentou:

    Thaís eu até hj estava me sentindo a” forte”…mas mês passado tive uma crise de ansiedade e agora segunda dia 26, tive outra.Ano passado sofri um acidente, perdi minha mãe, fiz 2 cirurgias e de fundo a pandemia.Eu e meu marido somos da saúde e não paramos!E essa semana fiquei sabendo q farei mais 2 cirurgias!!Fiquei um dia bem deprimifa, mas preciso sacudir a poeira!!Decidi enfrentar tudo q virá!Nunca foi fácil…

  18. Robert comentou:

    Não costumo comentar em blogs, porém confesso que é muito bom ler isso. Todos estamos passando por momentos difíceis, cada um lidando da forma que é possível ou alguns até disfarçando de que está tudo bem. Mas ao ler coisas assim é como um abraço de conforto carregado de empatia, de que não estamos só (mesmo muitas vezes trancados entre quatro paredes).
    Além do ótimo conteúdo de organização e produtividade que você produz, o que mais me atrai é essa “pitada” emocional e espiritual que vem junto.
    Obrigado 🙂