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Como foi a minha organização quando nosso filho nasceu

A nossa gravidez foi planejada, mas eu sei que não é com todo mundo que é planejada.

De qualquer maneira, estava planejada até o final da gravidez. Eu não contava com os problemas que tive, e que me tomaram a atenção mesmo depois do nascimento do filhote.

Tive pré-eclâmpsia, e isso me deixou de repouso do sétimo mês em diante na gravidez e, depois, muito mal, precisando me cuidar para não ter eclâmpsia (que mata muitas mães no parto e no pós).

Atrele a isso o fato de que, por eu ter parado de trabalhar, meu marido tinha que ter dois trabalhos e quase não ficava em casa.

Precisei me mudar provisoriamente para a casa da minha sogra, que definitivamente não tinha estrutura para isso (nós ficamos no quarto dela e ela dormiu na sala! pensem nisso). Ela cuidou de mim durante o primeiro mês, até eu não ter mais perigo de eclâmpsia e conseguir me movimentar com o filhote sozinha em casa.

Eu sei que muitas mães não podem ter essa pausa e precisam voltar a trabalhar antes do que seria o ideal. Estou contando como foi a nossa experiência.

Com um mês de vida, voltamos para a nossa casa, morando com a minha avó. Ela ainda trabalhava fora na época, mas já me ajudava de noite para ficar com o Paul para eu tomar banho, preparar as coisinhas dele, limpar etc. Ela também me ajudou com a comida.

Eu li os livros da Tracy Hogg e sempre respeitei muito as necessidades do bebê e era quase que “obcecada” com o bem-estar dele. Se estava dormindo o suficiente, se estava mamando o suficiente, se não estava se agitando demais. Essa era a minha rotina na época. Era a prioridade.

Por volta dos três meses de idade dele, eu já me sentia melhor de saúde física, mas estava bastante chateada, caracterizando uma depressão pós parto diagnosticada posteriormente. Foi bastante difícil, mas depois de alguns meses eu fui melhorando. Não fiz tratamento na época. Não tínhamos dinheiro nem disponibilidade (eu não tinha como sair de casa para ser atendida a não ser que o levasse e isso estava fora de cogitação por “n” motivos).

Com seis meses, a alimentação sólida passou a ser introduzida e eu lembro que, nessa época, nossa rotina começou a mudar porque ele passou a dormir mais à noite, por não acordar com fome. Aí que comecei a começar a descansar de verdade e a naturalmente começar a fazer outras atividades, como escrever no blog, pensar na vida, fazer mais coisas em casa. Antes disso, minha dedicação era total a ele e ao meu sono. Eu sabia que, dormindo bem, eu ficaria bem, ele ficaria bem, enfim.

Com quase um ano de idade, voltei a trabalhar fora e, para isso, meu marido saiu de um dos trabalhos e ficou com o que tinha o horário flexível, de modo que ele pudesse ficar com o filhote enquanto eu trabalhava fora em horário comercial. Nós também conversamos e eu resolvi fazer minha pós-graduação aos sábados, pois era o dia que meu marido poderia ficar mais com ele, poderia ir na casa da mãe dele, da minha mãe, enfim, dava pra passear com ele enquanto eu estudava. Nunca foi fácil. Foi bem difícil, na real. Mas eu fiz aquilo porque me sentia defasada profissionalmente e queria começar a dar aulas (eu deveria ter feito um mestrado, mas a pós lato sensu já me animou bastante por que passei a fazer palestras, o que me ajudou com a didática e a oratória).

Com pouco mais de um ano, recebi uma proposta de trabalho para trabalhar no interior e, antes de saber se eu ficaria no emprego ou não, em vez de mudarmos para a outra cidade, eu ia e voltava todos os dias de ônibus fretado. Acordava antes de o Paul acordar e chegava quando ele já estava dormindo, na maioria das vezes. Por quase seis meses, antes de mudarmos.

Eu só consegui retomar qualquer tipo de projeto quando meu marido ficou em casa, mantendo apenas o outro trabalho, e quando o filhote cresceu um pouco mais. À medida que ele foi crescendo, tendo mais autonomia e interesses, indo para a escola, eu pude encaixar outras atividades. Além disso, tudo é questão de perspectiva. “Não consigo fazer o mestrado agora, mas quando ele crescer eu faço”. E entre o fim da minha pós e o início do mestrado foram quase seis anos. Eu esperei. Faz parte!

Não sei se vivemos em um mundo muito imediatista, se a gente não consegue enxergar em perspectiva quando pariu um filho, mas o fato é que não adianta querer ter uma rotina que simplesmente não rola se você tem um bebê recém nascido em casa, não tem ninguém junto com você como rede de apoio etc. Pare de se comparar. Pare de se cobrar. Foque em ficar bem, em seu filho ficar bem. Isso já é TANTO. Todo o resto, se não for de extrema necessidade, pode esperar, e tá tudo certo, viu? A vida é curta mas nem tanto assim. Justamente por isso, APROVEITE o momento que está vivendo agora.

Espero ter ajudado. <3 Sei que é difícil. Sinta-se abraçada/o.