Filhote no sexto ano e as decisões sobre a escola

Paul irá para o sexto ano em 2021. Este ano, no início da quarentena, a escola dele demorou para se organizar e tomar uma decisão sobre como seriam as coisas. Deram férias, demoraram para iniciarem as aulas, enfim, sei que foi um processo de adaptação para todo mundo. Naquele primeiro momento, eu confesso que fiquei insatisfeita não com o formato definido, mas com a postura da escola, de ficar esperando as aulas voltarem ao presencial e não ter um plano para as aulas online. As aulas do Paul efetivamente começaram a ser online a partir de junho, apenas.

Ele fez o quinto ano em 2020 e o quinto ano é uma transição importante. Uma pena que ele tenha perdido isso, mas a culpa não é da escola, e sim da pandemia. De qualquer maneira, agora ele vai para o sexto ano e a escola ainda não informou quais seus planos, mas acredito que, pelo menos no primeiro semestre, as aulas continuem online ou pelo menos de forma híbrida.

Nós conversamos bastante sobre esse assunto aqui em casa nos últimos meses e decidimos manter o Paul na escola que ele está estudando atualmente. Vou contar os motivos que nos levaram a tomar essa decisão:

  1. Ficar em casa, em isolamento social, vendo essas notícias, o número de mortos, enfim, já é coisa demais para a cabeça dele. Por mais que a gente converse, ele naturalmente não tem o equilíbrio emocional de um adulto. Tem seus medos, inseguranças, e está formando o seu caráter. Logo, concluímos que afastá-lo do único vínculo social que ele tem hoje, que são seus professores conhecidos e amigos de sala, seria a pior coisa que poderíamos fazer. Estamos tentando manter a estrutura mais igual possível para ele.
  2. Antes da pandemia, já tínhamos tido essa conversa porque a escola dele não fica muito perto de casa, mas concluímos que valia a pena mantê-lo lá pois estávamos satisfeitos com a qualidade do ensino e o Paul também se adaptou muito bem. Nós tentamos trocá-lo de escola em 2018 e ele odiou muito. Ao final do ano, ele disse: “mãe, você tem ideia de como é ruim você ficar o ano inteiro longe dos seus amigos, sem saber se eles estão bem?”. Isso me cortou o coração. Além de tudo, o ensino da escola nova nem se comparava à anterior, então decidimos em conjunto colocá-lo de volta nessa escola que ele está hoje. (Tem um post aqui no blog onde falo mais sobre esse processo, se quiser ler.) Então, estando satisfeitos com o ensino e o Paul adaptado à escola em si, não tínhamos por que mudar, especialmente em um momento como esse.

Agora, isso não quer dizer que a gente não vá cobrar da escola uma postura mais profissional diante dos fatos. Continuarei fazendo a minha parte aqui como mãe me envolvendo na educação do Paul, conversando com os professores, cobrando iniciativas. Já sabemos que é exaustivo para as crianças passarem quatro horas seguidas em frente a uma tela do computador. Como eles pretendem mudar esse cenário? Vão mudar algo? Enfim, seguimos por aqui. Não é perfeito, mas estamos envolvidos.

Agora também que já passamos por vários meses de isolamento, a gente já sabe que algumas coisas funcionam e outras coisas não funcionam aqui em casa, em dia de aula. Quero reorganizar o espaço dele, melhorar os equipamentos (especialmente câmera e fone), dar mais espaço mesmo para ele conseguir estudar direitinho. Também pretendo organizar melhor a rotina de estudos além das aulas, junto com ele.

Já encomendei os materiais e creio que a lista de “coisas”, tipo suprimentos de papelaria, seja menor, pelo menos no início do ano. Deve ser mais focada em cadernos, canetas etc, e menos em artigos de arte, que geralmente são deixados na escola no início do ano letivo. Esses são os próximos passos por aqui, além de esperar o novo calendário letivo, para nos organizarmos.