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Como implementar práticas do Ayurveda na sua vida

Está começando a acontecer com o Ayurveda algo muito semelhante ao que já aconteceu com o GTD aqui neste blog ao longo dos últimos 15 anos, que é: absolutamente em todo post eu falo sobre o assunto mas, se eu não escrever especificamente a palavra-chave “GTD” ou “Ayurveda”, não fica claro que estou falando sobre isso, o que me faz sempre voltar e rever minhas habilidades de didática e reescrever os textos de outras formas.

Todos os dias eu recebo algum comentário como “Thais, estou sentindo falta dos seus posts sobre GTD” ou “Thais, faz tanto tempo que você não fala sobre Ayurveda, quando terá um vídeo novo?”. E eu sempre fico meio confusa, porque muitas vezes naquele mesmo dia em que recebi o comentário eu falei MUITO sobre esses assuntos nos conteúdos que publiquei. Eu preciso fazer esse *pequeno disclaimer* aqui no começo porque é algo que você que acompanha o blog precisa saber. <3

GTD, Ayurveda, Budismo, para mim, são elementos de estilo de vida. Não vejo mais o GTD como um método apenas, nem o Budismo como uma religião apenas ou o Ayurveda como um sistema de medicina indiano apenas. Ao estudá-los e implementá-los, eles fazem parte da minha vida – de como ajo, de como penso, de como sou. Logo, quando escrevo sobre alimentação, sobre sono, sobre compaixão, sobre trabalho, sobre ansiedade, eu estou falando sobre essas três coisas o tempo todo, pois um mesmo post sobre “como meditar ao longo de um dia” absolutamente pode ter a ver tanto com GTD quanto com Ayurveda quanto com Budismo. Mas, quando isso fica óbvio apenas para mim, que está escrevendo, eu entendo que preciso deixar tudo mais claro na maneira como me expresso por aqui, porque o propósito de se ter um blog é ter um espaço meu sim, mas acima de tudo compartilhar algo que agregue valor à vida de cada um que me acompanha por aqui.

Como referência (presente e futura), eu quero dizer que estou me capacitando e estudando para entender profundamente o Ayurveda. No momento, estou fazendo cinco cursos em andamento sobre o assunto. Esse é o trabalho de uma vida inteira. Conheci há cerca de um ano e meio o sistema, e apenas este ano eu comecei alguns cursos para me capacitar. Logo, o que quero dizer é que compartilho a partir de minhas experiências pessoais e aprendizados, e que todo post deste blog deve ser sempre visto partindo do pressuposto da data em que foi publicado, pois é um registro do tempo (até por isso não costumo editar posts antigos, mesmo que eu tenha aprendido a fazer de outro jeito as coisas ou tenha entendido melhor). É um registro cronológico. Este post de hoje traz então as percepções de uma Thais que está iniciando os seus estudos no Ayurveda e, sem qualquer pretensão de substituir quem já é formado ou especialista no tema, traz orientações que seriam dadas para um amiga, se ela estivesse me perguntando como começar.

Dica 1: leia um ou mais livros

Como eu gosto de ler e de estudar, sempre vou recomendar livros. Eu tenho um post aqui no blog e um vídeo no meu canal onde falo sobre os livros que tenho, que já li e quais eu recomendo para quem está começando, e em que ordem. Por isso, recomendo que você veja o post por si só, que traz essas orientações. Acredito que começar por uma, duas ou três leituras já te dê um panorama legal para você começar a entender de uma maneira mais integrada, porque só ler coisas e assistir vídeos esparsos na Internet não vai te fazer criar essa linha de raciocínio em uma ordem adequada para o entendimento (do meu ponto de vista).

Dica 2: acompanhe pessoas interessantes e especialistas para dicas diárias

Quero recomendar em especial: o canal no YouTube do Vida Veda e do Naradeva Shala e o Instagram da Laura Pires e da Marcia de Luca. Esses canais trazem bons conteúdos diariamente e são bastante didáticos, além de trazerem conteúdos aprofundados também, para quem quiser.

Dica 3: faça o curso online gratuito de introdução do Naradeva Shala

O Naradeva é um instituto de estudo da cultura hindu que fica aqui em São Paulo, super conhecido na área. Eles têm cursos de formação e outros. No entanto, eles também têm um curso gratuito de Introdução que é inteiramente online e traz uma infinidade de materiais para estudos. Eu mesma ainda não terminei de assistir tudo, de tanta coisa que tem. Recomendo fortemente. É para quem já leu alguns livros, já acompanha os canais que recomendei anteriormente, mas agora quer começar a aprofundar, porém sem se comprometer com um curso pago.

Dica 4: consulte-se com um/a terapeuta

A profissão de médico Ayurveda não existe no Brasil porque nosso sistema médico é o ocidental. Temos brasileiros que se formaram como médicos na faculdade de medicina na Índia, mas não podem atuar como médicos aqui, a não ser que tenham o diploma de medicina ocidental e CRM também. Logo, o que se tem aqui no Brasil são os famosos terapeutas, que podem ter diferentes formações – em medicina ou não. Por exemplo, você pode consultar uma nutricionista que tenha formação em Ayurveda também, uma ginecologista natural que tenha essa formação, ou mesmo alguma pessoa que não seja da área da saúde mas que tenha se formado como terapeuta na Índia ou no Brasil. A formação é bastante completa de modo geral e a experiência do profissional conta muito.

Por que eu recomendo fazer pelo menos uma consulta? Porque uma consulta com um/a terapeuta vai te levar a orientações mais assertivas para o seu caso específico. Veja: o Ayurveda tem dois objetivos principais. 1) Prolongar a vida e promover uma saúde perfeita. 2) Erradicar completamente doenças e desequilíbrios do corpo. Uma coisa é você ler boas práticas na Internet, nos livros, e começar a aplicar. Isso já vai te ajudar enormemente, mas de modo geral são práticas de manutenção de saúde, que funcionam caso sua saúde esteja legal e você queira apenas manter ou implementar novos bons hábitos. Mas, se você tiver algum problema de saúde, você precisa buscar orientações específicas para o seu caso, pois tais boas práticas precisarão ser ajustadas, de modo que não acentuem ou até piorem tais desequilíbrios. Um/a terapeuta pode te ajudar nisso e ser um ponto de partida para outras explorações pessoais.

Dica 5: entender que tudo se baseia em personalizar as coisas para você, o que vem do autoconhecimento, e o mesmo é insubstituível…

Se existe algo que não se pode fazer no Ayurveda é padronizar as orientações. Não apenas as pessoas são diferentes umas das outras, mas você mesma/o é uma pessoa diferente todos os dias. Sofremos influências do ritmo circadiano, das estações, das fases da lua (especialmente mulheres, com o ciclo menstrual), além de o sono, a alimentação no dia, as emoções, enfim, tudo influencia e todos os dias você deve personalizar as suas práticas. Como saber como personalizar? Apenas de uma maneira: se conhecendo. Observando-se atenta e carinhosamente todos os dias, para entender o que corpo e a sua mente precisam.

Hoje eu ouvi uma orientação tão boa em uma aula que estou fazendo com a Laura Pires, quando ela fala: você pode implementar 70%, mas tem que ter consciência de que terá resultados proporcionais a esses 70%, não a 100%. Sabe, é uma mudança completa de estilo de vida o que o Ayurveda propõe. E não é para implementar tudo de uma vez – o que vai muito de encontro ao que ensino sobre organização aqui também. Você implementa uma coisa hoje, depois outra e, quando vê, já mudou demais a sua rotina. Agora, tem que ter perspectiva. Não adianta querer ter 100% dos benefícios nos seus resultados se ainda não implementou muita coisa. Sabe? Eu achei essa sacada incrível e vou levar para o resto da vida, para todas as coisas, não apenas para o Ayurveda.

Assim como eu gosto de replicar o que o David fala sobre o GTD: se você usa a Regra dos 2 Minutos, já está usando GTD. Não existe o quão bom você pode ficar em uma coisa que na verdade é uma filosofia de vida. Acredito que possa dizer o mesmo para o Ayurveda: se você está fazendo oleação corporal todos os dias, por exemplo, já está implementando. Mas saiba que é uma construção, que leva tempo, e que é um conjunto de práticas personalizadas, sempre adaptáveis.

A auto-observação é fundamental porque, por mais que você faça testes em livros e na Internet para saber o seu dosha, por exemplo (busca comum de todo mundo que começa a se interessar pelo Ayurveda, como foi a minha também!), só você pode dizer. Além do que, não basta saber “qual o dosha predominante”, mas que desequilíbrios você pode ter nesse momento de vida, e é nisso que um especialista pode te ajudar a identificar, pois talvez neste momento você não saiba o suficiente para fazer esse auto diagnóstico, mesmo que de maneira leiga. Mas sua constituição “de nascença” (prakriti), só você pode identificar através da auto-observação ao longo de ANOS.

É isso: todos os dias você tem um novo dia, que representa uma nova oportunidade de viver, de se perceber e de fazer as coisas no seu ritmo. Os conhecimentos em Ayurveda te ajudam nessa percepção, nesse entendimento, nessa acolhida.

Essas então são as minhas recomendações para você que está começando agora ou quer começar a implementar o Ayurveda em sua vida. Se tiver alguma dúvida, por favor, deixe um comentário.