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Resumo do M̻s РMar̤o 2020

Jamais imaginaria que um dia eu escreveria um resumo do mês nessa situação em que estamos vivendo agora. A vida realmente pode mudar em um piscar de olhos.

Para mim, pelo que venho estudando e refletindo nos últimos anos, era fato que, em algum momento, tudo o que a humanidade faz com o planeja traria consequências terríveis para a nossa espécie, seja em formato de vírus, como está acontecendo agora, seja através das condições climáticas ou escassez de recursos básicos como a água. Mas, sinceramente, não esperava que um vírus viria e seria instaurada essa pandemia e o isolamento social de 1/3 de toda a população mundial tão de repente. Não é que o mundo vai mudar – ele já mudou. E agora nós precisamos nos adaptar, entender esse novo cenário e nos reconstruirmos em termos de estilo de vida para toda a humanidade.

Eu poderia ficar horas aqui escrevendo sobre que estilo de vida acredito que seria legal, mas o foco do post não é esse, e sim trazer um resumo de como foi o meu mês de março, como faço todos os meses.

Algumas coisas bem boas aconteceram em março. Finalizamos a mudança dos escritórios, o que se tornou um grande alívio no momento porque fico imaginando como teria sido não ter terminado essa mudança e ter que fazer quarentena! Ia ter que pagar mais um mês de aluguel de duas salas, contas etc. Foi ótimo ter finalizado a mudança. Mas os pequenos ajustes e as demais instalações (persianas, ar condicionado) ficaram para depois da quarentena, o que basicamente significa “sem previsão”. Mas tudo bem, o principal já foi.

Outro projeto concluído em março foi a defesa da minha pesquisa no mestrado e o final da minha dissertação. Fui aprovada com nota 10 (até agora não acredito) e já me tornei mestra em Comunicação oficialmente! Preciso apenas entregar a versão final encadernada, mas o prazo foi postergado devido à quarentena, como todo o resto. Já conversei na secretaria e eles mesmos pediram para aguardar, pois eu preciso da ata enviada por eles para a versão final impressa, e o prazo só começa a contar quando me mandarem. Como essa ata depende dos professores, e todos os professores estão em quarentena, eu não preciso me preocupar com isso até receber o documento por e-mail, o que provavelmente só vai acontecer depois de maio.

Em março também chegou oficialmente o outono, o que para mim já tinha acontecido ainda em fevereiro, tanto que reorganizei meu armário e deixei mais acessíveis as peças para meia estação.

Meu último dia fora de casa foi no dia 12, quando fiz uma ação comercial para o blog, e desde então estou em isolamento social voluntário, sem sintomas, por hora, mas sempre preocupada. 1) Porque posso ser assintomática e ter o vírus, e transmití-lo; 2) porque meu marido tocou na sexta e no sábado (13 e 14), e pode ter a mesma situação; e 3) filhote tem histórico de asma, então minha preocupação não é nem apenas pegar ou não, mas não ter leito para ser tratado caso seja necessário. Então nossa quarentena voluntária começou antes, porque nós podíamos, e felizmente muitas pessoas puderam aderir depois também. A escola do filhote levou alguns dias para suspender as aulas.

Eu no dia da defesa da dissertação, com meus professores

Trabalhando em casa em um dia comum

Para ser muito sincera com vocês, eu adoro trabalhar em casa. Odeio ter que sair porque acho que 90% dos compromissos poderiam ser adiados, cancelados ou feitos virtualmente. Aqui em casa, o que tem “pegado mais” é gerenciar a energia dos meninos. Meu marido adora sair e é o que mais está sentindo a coisa toda, então quando precisamos ir ao mercado ou à farmácia, ele que vai. De vez em quando ele sai de carro para “ver a rua”. Mas o bom é que ele tem gasto a energia dele limpando a casa kkk

Já com o filhote, a história é outra. Temos sempre muitas ideias de coisas a fazer com ele, a escola tem promovido atividades, mas ele ainda é uma criança sem os recursos emocionais necessários internos para lidar com a situação. Tem dias que ele não consegue se manter fazendo nenhuma atividade, porque enjoa de todas em 5 minutos. Então temos dias melhores e dias um pouco cansativos. Meu papel como mãe nesse momento é dar todo o suporte emocional que ele precisa, tentando não perder a paciência caso ele me interrompa 17 vezes em uma hora em que estou trabalhando, ou sempre prestando apoio e conversando sobre os seus sentimentos.

A grande verdade é que é um desafio para todo mundo e ninguém sabe exatamente como agir. Depende muito de pessoa para pessoa, e toda criança é um ser humaninho complexo também. Tem que se conhecer, observar, conversar e, acima de tudo, respeitar.

O bastante interessante de março foi observar como o nosso estilo de vida (nosso, como seres humanos) é pautado em sair, se expôr, estar com outras pessoas. Ver as manifestações nas varandas italianas, o pessoal cantando, jogando bingo, gritando palavras de esperança… tudo isso me toca ainda hoje, quando nós, brasileiros, estamos passando por essa mesma situação, mesmo que ainda no início dela. Eu tenho visto como as pessoas estão ressignificando seus relacionamentos, se tornando mais preocupadas com seus pais, amigos, irmãos. Não que isso não acontecesse antes, mas agora é tudo muito mais intenso. Claro que existem pessoas ignorantes e boçais, mas essas já eram assim antes, e sempre existirão. Prefiro me apegar às pessoas boas que, para mim, são a nossa esperança de um mundo melhor.

Adorei revisar o meu material do curso de Planejamento de Vida (que fiz presencialmente ano passado) porque vou lançar uma versão online dele. Estou fazendo a revisão desse material junto com os alunos do presencial do ano passado (o que tem sido muito bacana) e, para mim mesma, essa revisão tem sido enriquecedora porque está me permitindo olhar para dentro de mim mesma e resgatar valores, missão pessoal, o que é de fato importante para mim, e eu sinceramente não vejo melhor momento para fazer isso do que este que estamos vivendo. O curso deve ser lançado em breve, talvez maio. Eu avisarei vocês por aqui ou pela newsletter (cadastre-se lá). 😉

A quarentena também me permitiu olhar todos os projetos em andamento e incubar vários. Estávamos planejando uma viagem internacional, íamos tirar os passaportes da família este mês, mas isso foi adiado. A festa de aniversário de 10 anos do Paul, em abril, buffet pago, tudo acertado, será adiada (não sabemos para quando, ainda). Várias coisas que demandam presença física foram adiadas, como o meu curso de formação em Ayurveda, meu curso no centro budista etc. Mas haverá aulas online, e tudo isso eu vejo como uma oportunidade para todos nós repensarmos esses deslocamentos que fazemos. Eles são mesmo necessários? Será que não estamos apenas perdendo tempo indo para lá e para cá?

Existem muitos projetos que podem ser resgatados nesse momento. Não consigo entender quem fica com tédio em casa! Na própria casa já tem tanta coisa pra fazer! Limpar o piso, esfregar paredes, esvaziar armários, limpar dentro, destralhar as coisas. Fora os projetos pessoais, de estudos, maratonar séries, ouvir discos inteiros novamente, aprender a meditar, organizar fotos, enfim! Coisa para fazer não falta, assim como tempo para descansar, colocar o sono em ordem, cuidar da alimentação. Olha só que oportunidade alguns de nós estamos tendo! Sei que a quarentena não é para todo mundo, pois muitas pessoas ainda precisam trabalhar fora, e muitas pessoas que podem ficar em casa, infelizmente ficar em casa é mais complicado que sair por n motivos. Mas, para muitos de nós, é uma oportunidade de tempo ganho e acho que precisamos aproveitar.

Bem, aqui no blog nós focamos no tema “rotina para uma autocura”, o que considerei acertado. Foi muito legal falar sobre isso tanto aqui quanto no YouTube e em outros canais, como o Telegram e o Insta. Alguns dos meus conteúdos preferidos foram:

Além dos conteúdos voltados para ajudar a galera nessa época de pandemia que estamos vivendo:

Os livros que eu li no mês de março:

Você pode acompanhar as minhas leituras me adicionando no Skoob, que é onde eu organizo o que já li. Quando faz sentido, faço uma resenha dos livros aqui para o blog. Pretendo trazer algumas recomendações de leituras de livros que ayurveda que já fiz, pois vocês têm me pedido. 😉

O tema de abril vai ser bem bacana e amanhã vocês saberão qual será. 🙂

Obrigada por estarem comigo aqui ao longo do mês. Espero que você esteja bem.

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15 comentários em “Resumo do Mês – Março 2020”

  1. Thaís, espero que você esteja bem!
    Quero apenas desabafar que estou louca nesse período de quarentena. Tenho dois filhos (1 e 3 anos), uma casa grande, dois gatos e 3 empregos como professora. Agora tenho que preparar aulas mirabolantes para prender a atenção de todos, gravá-las e atendê-los em sala de aula virtual. Tudo ao mesmo tempo
    Meu marido também está fazendo home office e não conseguimos nem dormir em paz, pois o trabalho não acaba.
    Se algum dia você puder, mande um alô para os professores, nunca trabalhamos tanto, swm limite de horário e com crianças em casa demandando atenção constante.

    1. Consigo imaginar, Ana. Tenho amigos professores e eles estão quase enlouquecendo. O que tenho dito a eles é que é um momento de transição, e todo momento de transição é confuso e sobrecarregado. Foque em estabilizar a nova rotina e depois você acrescenta outras coisas, se precisar.

      1. Obrigada, Thais! Só tenho sobrevivido graças às suas dicas de organização e aos vídeos em que você falava sobre como manter a sanidade mental nessa época impossível…
        Um grande abraço. Obrigada por estar aqui.

  2. A vida é Luca, mesmo…
    Essa quarentena me fez perceber o quanto não me sinto bem na minha casa, embora ame muito todos os que nela habitam. O espaço não me acolhe, não me abraça, não me traz alegria… Já falei pro marido (que está trabalhando normalmente, é administrativo da área da saúde) que, quando isso passar, ou a gente muda a casa ou muda de casa RS.
    O que me faz pensar em todas as pessoas que vivem em condições sub humanas, dividindo espaços minúsculos e muitas vezes insalubres.

    Gostei muito do mês no blog, acho que você equilibrou muito bem os assuntos Enos temas do post.

    Sigo te seguindo.

    Abraço!

    1. Kátia Regina Gomes Ferreira

      Que triste, Ana! Mas de toda forma você já conseguiu identificar que algo precisa mudar. Sigo o Maurício Arruda, do Decora, que faz trabalhos interessantes em decoração e funcionalidade de ambiente, postando suas verdadeiras impressões sobre a casa dele. Nesse período de quarentena redescobriu espaços, ressignificou outros. Como ele mesmo disse: Estou conhecendo a minha casa.
      Ressignifique os espaços. Faça o que puder com o que tiver disponível agora.
      Boa sorte! Saúde! Desejo que em breve você se sinta acolhida pelo seu lar. Abraço

      1. Ana Paula Magri Moreira

        Obrigada, Kátia.
        Estamos divididos aqui, minha filha quer um apartamento, marido uma casa com mais sol, enteado quer que fique como está… eu só quero aconchego rs.
        Não gosto muito do trabalho do Maurício Arruda no Decora, acho que ele coloca elementos demais nos projetos. Mas vou dar uma olhada no Insta, obrigada pela dica!
        Abraço!

  3. Thais, sou sua leitora há anos, e a cada post vejo o reflexo da sua evolução como escritora, pessoa, profissional. Te agradeço enormemente por sempre ter tanta responsabilidade e tato com suas publicações, tanto comprometimento com seu conteúdo. Você é inspiradora 🙂

    Grande abraço

  4. Para mim, assim como pra você, não tem problema nenhum ficar em casa, pois já trabalho em home office. Uma coisa que tem mexido muito comigo é eu estar ansiosa, por estar com medo, descontando tudo na alimentação!!! Não consigo fazer pratos mais saudáveis e, apesar do diabetes, tenho comido muito mais doce do que normalmente!!! Isso me deixa triste e desapontada comigo mesma!! Porém comecei a instalação do meu gtd e já fiz minha primeira grande captura, com nada menos que 146 ítens!!!! Aí meu Deus!!!! Rsrsrs

  5. É engraçado ver como as pessoas queriam mais tempo e agora reclamam do tédio rs
    Estou com tantos projetos pessoais, acadêmicos e de lazer!

  6. Concordo com você como tem gente q fica com tédio em casa… hahaha… tem sempre coisa pra fazer

    E sobre os filhos, sinto a mesma coisa com o meu aqui. Tem dias que nenhuma atividade prende ele, e acho que vai ser bom pra eles lidarem com o tedio também.

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