O melhor sono que você pode ter, nas condições atuais

Sua vida hoje tem uma condição que provavelmente é diferente do que era antes e que vai mudar no futuro. É essencial que você analise como ela é hoje então e pense o que pode fazer para melhorar.

Existem muitas pessoas que estudam a ciência do sono. Eu ainda não sou especialista nesse tema (estou considerando levar para o doutorado), mas tenho muita experiência e os próprios estudos que fiz no mestrado me ensinaram muito. Existem diversos outros que também me ajudaram. Se vocês quiserem, posso fazer um post só sobre eles. É que, mais uma vez: é curiosidade de aprendizado. O propósito deste post aqui hoje é olhar para dentro, não para fora.

Hoje eu, Thais, com 38 anos, sinto menos necessidade de sono do que antes. Dormir entre 6 e 7 horas me deixa bem, se o sono tiver sido reparador – ou seja, sem acordar várias vezes. Tenho o sono leve, que é inclusive característica do meu biotipo, e por isso sei que preciso cuidar do meu sono de maneira sagrada para conseguir ficar bem. Eu estava há até pouco tempo me apegando à coisa de “dormir 8 horas” até perceber que, eram horas demais para mim. Acordava meio blé, às vezes até com dor de cabeça. De 6 a 7 horas é o ideal, e em dias mais frios ou se eu estiver mais cansada durmo no máximo umas 7 horas e meia. E é engraçado isso, porque eu acordo sem o despertador. Sempre achei curioso como os idosos acordam cedo naturalmente. A idade deve explicar esse tipo de comportamento (na Idade Média, eu já seria considerada uma idosa, praticamente).

Essa foi uma percepção mais recente que então mudou a minha rotina de sono. Percebem? A primeira coisa que eu recomendo então é que você faça testes com consistência, se observando, para entender quantas horas de sono são suficientes para você.

É importantíssimo também ter noção de que existem condições especiais que podem impactar o seu sono, tipo:

  • trabalhar e fazer faculdade
  • trabalho noturno
  • bebê recém-nascido
  • doenças
  • outros

Se você estiver passando por uma condição assim, faça uma reflexão sobre como você pode tornar essas suas poucas horas de sono mais restauradoras para você, e tenha perspectiva no caso de condições temporárias.

Por exemplo, quando eu fazia faculdade, eu chegava em casa depois da meia-noite e às 6h eu precisava sair de casa para ir para o trabalho. Eram duas conduções para ir, três conduções para chegar na faculdade e mais duas conduções para ir da faculdade para casa. Eu dormia menos de 6h por noite. Mesmo assim, eu chegava em casa, ia tomar banho, e ficava agitando a minha mente e o meu corpo. Ia comer, ficava vendo tv (na época não tinha smartphone) ou ficava na Internet, no computador. Resultado: ia dormir super tarde e acordava um “caco”, todos os dias. Naquela condição, o que eu faria se soubesse o que sei hoje? Chegaria em casa, tomaria um banho morno para relaxar, tomaria um chá, automassagem de 5 minutos no rosto e nos pés e CAMA. Nada de tv ou internet ou comida – inclusive a digestão atrapalhava a qualidade do sono. Acordaria, tomaria um banho para despertar, levaria o café-da-manhã para comer apenas quando chegasse no trabalho, descansaria mais na hora do almoço (em vez de ficar de blablabla), aproveitaria mais os tempos de deslocamento para estudar, e de noite na faculdade focaria efetivamente em prestar atenção porque não conseguiria estudar muito fora, só aos finais de semana. Não é nem de longe uma condição ideal em termos de saúde, mas já melhoraria meu sono. (Outros fatores influenciam o sono, como alimentação, atividade física, emoções etc, mas falaremos em outro momento sobre elas senão o post fica gigantesco).

Se você estiver passando por alguma condição específica assim, de privação do sono, sinta-se verdadeiramente abraçada/o. Eu sei que é difícil. Mas tente não tornar mais difícil ainda, sabe? Além de priorizar seu descanso, você pode aumentar seu conforto. Por exemplo, se fosse hoje, eu faria o investimento de voltar de Uber para casa apenas para chegar mais rápido. Tempo e saúde valem mais do que dinheiro, nesses casos. Isso se eu pudesse, ok? Sei que nem todo mundo tem essa opção. Outras coisas legais de serem observadas são:

  • cama limpa, razoavelmente arrumada
  • colchão legal
  • roupa de cama confortável
  • ambiente clean no quarto, sem eletrônicos e muitas distrações
  • travesseiro bom
  • pijama gostoso
  • difusor de aromas

Algumas pessoas gostam de colocar som de chuva para dormir, sons da natureza. Outras (como eu) ficam agitadas e distraídas com qualquer sonzinho, então precisam usar protetores auriculares (eu uso). Eu também tenho sensibilidade à luz e, quando descobri isso, passei a usar aquelas máscaras de olhos, o que mudou minha vida. Uso diariamente. Tudo isso me proporciona uma excelente noite de sono.

O que você faz antes de dormir influencia muito também. Uma hora antes de dormir, pelo menos, tenho desligado todos os aparelhos eletrônicos. Não apenas pela luz do celular, computador e tv, mas para não ficar conectada a qualquer fonte de energia. Tenho um monte de atividades offline para fazer, então isso é ótimo para a minha mente. A última coisa que faço no meu celular é ajustar o alarme para a manhã seguinte.

Tomo um banho morno, bebo chá quente, leio, faço automassagem. A grande verdade é que, a partir do momento em que desligo os aparelhos, já começo meu “ritual do sono”. Logo, quando deito na cama para dormir, já estou mais preparada.

É importante ficar atenta/o também à sua janela de sono. Se eu perder a minha, meu corpo fica agitado e demoro mais para dormir. No meu caso, hoje em dia, ela acontece entre 21h30 e 22h. Logo, esse é meu horário de estar na cama. Se eu passar disso (e às vezes passo, acontece – falarei sobre exceções na rotina em um post futuro), demoro muito mais para pegar no sono. É engraçado.

Considere hoje então essa reflexão para definir que melhorias você pode fazer em suas condições de sono atuais. Leve em consideração seus desafios atuais e as necessidades mais urgentes, e providencie o que puder.