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Sinais de burn-out e como reduzí-lo

Meu ingresso no mestrado se deu pela paixão que eu desenvolvi pela sociologia e cultura do trabalho. Foi todo um oceano que eu mergulhei e tenho me aprofundado nos últimos anos e que eu pretendo continuar me aprofundando nas próximas décadas.

Um dos meus temas de interesse e que me parecem mais atuais e urgentes é a questão do burn-out. De forma bastante resumida, burn-out pode ser definido como um estado de completo esgotamento mental, muitas vezes associado à sobrecarga de trabalho e potencializado pela pressão pela alta performance da nossa sociedade atual.

🔗 Veja o artigo na Wikipedia sobre o burn-out

Recomendo fortemente um trabalho de acompanhamento terapêutico para todas as pessoas. Se você estiver desconfiada/o da sua condição, procure um terapeuta ou médico especializado (psiquiatra). É importante cuidar da sua saúde mental.

Eu quero trazer algumas recomendações que recuperei de alguns artigos científicos da área da psicologia e também em conversas com profissionais. Espero que ajudem, mas lembre-se que de maneira alguma isso substitui orientação profissional, tá bem?

  • Meditação respiratória e respiração profunda. Simplesmente fechar os olhos e prestar atenção no ar que entra e sai das suas narinas. Eu costumo fazer isso ao longo do dia, especialmente quando sinto que estou entrando em um estado de ansiedade. Me ajuda muito. Inclusive eu conheci a meditação quando passei por um burn-out e tive crises de ansiedade. Foi o que mudou minha relação com a coisa toda.
  • Alongamento e exercícios de relaxamento. Faço o tempo todo também, ao longo do dia. Estique-se, alongue-se. Ter começado a praticar yoga também me ajudou muito nisso este ano.
  • Gerenciamento dos próprios pensamentos. Terapia ajuda muito a saber lidar com pensamentos negativos.
  • Alimentação correta. A ayurveda também me ajudou demais este ano, pois me ensinou mais sobre o meu próprio corpo e como os alimentos se comportam junto com o processo interno de digestão. Buscar uma alimentação apropriada é uma habilidade para a vida. Nunca desista disso. Sei que temos fases, e que nos alimentamos bem em alguns momentos e em outros não. Perceba como seu corpo reage quando você se alimenta de maneira mais saudável. Não seria maravilhoso se sentir assim o tempo todo?
  • Evitar práticas nocivas para o seu corpo. Você sabe quais são. Cada um tem as suas.
  • Gerenciamento do tempo. Criar espaço no seu dia a dia para o autocuidado também, não apenas para “compromissos externos”.
  • Relacionamentos significativos. Amigos, familiares, pessoas que se importam com você. Reforce essas amizades. Evite conviver com pessoas que drenem a sua energia ou fazem com que você se sinta mal.
  • Bom-humor. Busque o bom-humor. O que te faz dar risada. Veja vídeos, filmes, leia piadas, converse com pessoas que te deixem bem. Dar uma gargalhada é uma das maneiras mais instantâneas de se sentir bem física e emocionalmente.
  • Estilo de vida equilibrado. Excessos em todos os sentidos fazem mal. Pode levar tempo, mas busque equilibrar as diversas áreas da sua vida. Esse é o trabalho que procuramos fazer aqui neste blog.
  • Diário. Escrever um parágrafo por dia registrando como você se sente pode ajudar a aliviar a tensão porque você tira as coisas da sua mente.
  • Perdão e compaixão com os outros e com você mesma/o. Procure ver o copo meio cheio. Pense o melhor das pessoas. Sei que não é fácil, mas faz muita diferença na maneira como nos relacionamos com os outros e com nós mesmos.
  • Propósito nas pequenas coisas. Não precisa ter uma missão pessoal – um propósito de vida. Se tiver, melhor, claro. Mas não precisa. O importante mesmo é ver propósito em tudo o que você faz – até em ir ao banheiro. Se você parar para analisar, verá que mesmo as coisas cotidianas mais simples têm um propósito maior, e isso ajuda a gente a ter motivação para viver bem no dia a dia.
  • Espiritualidade. Pode não funcionar para todo mundo, mas em alguns casos ajuda muito seguir um caminho espiritual. Eu me encontrei no Budismo justamente em uma época de burn-out. Realmente pode ajudar.

Observe-se o tempo todo para ver que mensagens o seu corpo e a sua mente podem estar querendo passar para você. Respeite-se acima de tudo. O mundo não coloca limites em suas demandas e pressões para cada um de nós. Precisamos cuidar de nós mesmos.

Se você já tiver tido uma experiência relacionada a burn-out, se importaria de compartilhar aqui nos comentários deste post? Obrigada!

Autor

12 comentários em “Sinais de burn-out e como reduzí-lo”

  1. Eu estou sofrendo de Burn-out neste momento, passei o ano em tratamento com psicóloga e psiquiatra, e digo que é uma das coisas mais difíceis de lidar, pois eu fico de segunda a sexta, 8h por dia, em um lugar muito tóxico e que não faz sentido algum, que esgota todas as minhas energias logo nos primeiros minutos do dia. Seria fácil largar se não fosse um emprego público com 15 anos, estabilidade, salário estável e o plano de saúde, e estou grávida… Preciso mudar de emprego, mas não sei nem por onde começar, estou perdida em todos os sentidos. O esgotamento não me deixa reagir e se eu não reagir vou continuar com este esgotamento.

  2. Que postagem excelente. Fiquei afastada durante o período gestacional por burnout. Nunca tinha ouvido falar até a minha psicóloga tocar nesse ponto – bem antes de eu descobrir a gravidez- e que com a descoberta parece que transbordou. O descanso foi essencial e é importante se cuidar sempre e esse post foi um lembrete excelente. Obrigada e bom descanso.

  3. Semana passada eu tive uma experiência de burn-out. E na verdade, tenho tido várias. Mas semana passada, especificamente, eu EXPLODI diante de uma situação no local de trabalho. Tenho me sentido muito cansada, esgotada mental e fisicamente, talvez pela depressão que atualmente vivencio… e todos os dias é uma busca por uma vida mais equilibrada. Mas semana passada realmente nunca me vi tão estressada… E do nada, me vi esmurrando a parede, o próprio celular, chorando e gritando. Precisei de ajuda para me acalmar. E no dia seguinte fui a terapia entender o que aconteceu. E entendi: tenho me cobrado muito em todos os sentidos. Faculdade, casamento, criação de filhos, crescimento profissional e até mesmo autoaceitação. Quando me exercitar e comer bem se tornou algo forçado, quando estar bem com o marido foi algo forçado, eu me vi mal… pesada… e então a chave virou. É preciso leveza. E leveza não é fácil, mas possível. Todos os dias é um dragão a ser vencido… hoje foi mais um… o de amanhã penso amanhã.

    Importante falar sobre isso, as pessoas acham normal estar sempre ocupadas, correndo, com a cabeça fervendo, estressadas… não é bom, não é normal. Nosso corpo e nossa mente pedem PAZ.

    (E mais uma vez, parece que o post caiu como uma luva pra mim)

    1. Evelyn, nós não nos conhecemos e, embora não tenha chegado ao ponto de esmurrar a parede, já estive aos berros com os colegas. Pode parecer estranho mas quando li a parte da leveza, parecia que a Evelyn estava à minha beira a dar me um conselho. Muito obrigado . Foi uma epifania.

  4. O post entrou no ar justamente no dia que entrei com processo de rescisão de contrato ainda tendo mais 6 meses de trabalho pela frente. Era só isso pra compartilhar por enquanto .-.

  5. Adorei as dicas Thais!! Copiei e salvei para pôr em um lugar que eu olhe com frequência. Obrigada mais uma vez ! Beijos, ótimas férias e bom descanso pra você!

  6. Muito boas dicas!!! Importante também a pessoa ter um hobby, alguma coisa que seja realmente prazeirosa, mesmo que seja simplesmente ficar sem fazer nada! É um bom 2020 pra todos

  7. Gostei muito desse texto de verdade. Há muitos anos tive fases em que sentia cansaço extremo, nao me alimentava bem, dava mais importância ao trabalho mesmo que a empresa não exigisse tanto. Para cada área de nossa vida uma porcentagem da nossa energia!

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