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Como buscar educação financeira

Há alguns dias eu compartilhei dois posts que contextualizam o que vou escrever aqui hoje.

O primeiro post foi quando eu escrevi sobre um curso de finanças para empresários que participei em agosto.

O segundo post explica sobre o método que vou aplicar e que delineará essa sequência de posts.

Vale a pena ler ambos os posts caso você queira ter um entendimento completo do que compartilharei aqui.

Hoje eu vou compartilhar as minhas impressões sobre o primeiro passo do método, que diz respeito a educar-se financeiramente.

No curso, eu ouvi uma coisa com a qual concordei de imediato, que foi: nós, brasileiros, não podemos nos dar ao luxo de não ter educação financeira. Porque os juros aqui são enormes. Os brasileiros são endividados. Fazemos dívidas para pagar outras dívidas. Quando a dívida acaba, fazemos outra. Muitas vezes, ter o nome sujo é uma bênção, porque aí a pessoa fica proibida de pegar novos empréstimos!

Eu sei que é muito complicado falar sobre finanças para um país com tanta desigualdade social. Tem gente que vive do bolsa-família, com 80 reais por mês. Farei o possível para tentar sempre citar exemplos diversos, mas eu assumo desde já que os posts provavelmente terão o meu ponto de vista de classe média, pois é meu local de fala.

O Ben compartilhou no curso que existem dois planos financeiros para a vida. O plano A é ganhar dinheiro, e talvez você esteja nesse momento. Talvez esteja nesse momento até o fim da vida, pois depende das condições de vida de cada um. É por isso que vemos idosos trabalhando tão velhinhos. É uma pena. O plano B é a liberdade financeira. É claro que eu não vou dizer que isso é para todo mundo, mas também não vou dizer que não é, pois sou um ser humano que ainda tem esperança de que as coisas possam ser melhores para todos no nosso país.

O que ele está querendo dizer, de fato, é que o plano A rege toda a vida. Mas vai chegar um momento em que você poderá (ou não) viver sem trabalhar, pois o dinheiro que acumulou ao longo de toda a vida passará a permitir que você viva da renda dele. Esse é o estágio mais avançado da independência financeira – quando você tem investimentos que permitam que você viva de renda, sem precisar trabalhar. Nunca vi nenhuma estatística sobre isso no Brasil, mas eu aposto que nem 5% das pessoas tenham alcançado esse estágio. Não vejo isso como desanimador, no entanto. Eu penso o seguinte: uma pessoa pode não alcançar a independência financeira, mas ela pode guardar (nem que seja pouco) dinheiro, e esse dinheiro vai fazer diferença em qualquer momento da vida dela. Não é nem tanto sobre o montante, mas sobre o hábito de não gastar tudo que ganha. Eu gravei um vídeo sobre isso outro dia.

Só para deixar bem claro então: enquanto podemos trabalhar, esse é o plano A, e estamos na fase da acumulação. Logo, não é o momento de esbanjar, ostentar ou gastar dinheiro à toa, como se você já estivesse na fase da liberdade, se você ainda precisa construir o seu futuro. Isso está claro? Para mim, é um pensamento divisor de águas. É tipo assim: não tenho dinheiro guardado para a minha velhice. Logo, não tem por que eu comprar uma bolsa de 200 reais sendo que não estou precisando. Guarde os 200 reais! É isso.

Ele também compartilhou as duas regras de Warren Buffet, que são:

Regra 1: Nunca perca dinheiro
Regra 2: Nunca se esqueça da primeira regra

Essa frase engraçadinha deveria ecoar na nossa cabeça. Eu não sei da vida de vocês, mas na minha própria vida e na vida daqueles ao meu redor, do meu convívio, eu vejo isso acontecendo diariamente. A pessoa gasta dinheiro com coisa que não precisa. Vive com luxos e confortos desnecessários. A pior coisa que a gente pode fazer é adequar o nosso padrão de vida ao nosso salário, porque se ficar desempregado, a queda será muito mais brusca.

Um ponto importante aqui (e é claro que terapia ajuda) é sobre a programação mental que cada pessoa tem, que foi influenciada pelos pais, desde a infância, e vai passando por todas as escolhas feitas na vida. Ele cita crenças limitantes, e eu já compartilhei tais crenças naquele outro post (veja lá). É importante trabalhar essas crenças. Não para se auto-enganar, mas para se conhecer melhor.

Eu amei também que ele falou o seguinte: o dinheiro só amplifica o que você já é. Se você é uma pessoa consumista, com mais dinheiro só vai consumir mais. Se você gosta de ajudar os outros, com mais dinheiro só vai ajudar mais. (Aplique aqui a qualquer característica das pessoas.)

Sobre educar-se, ele foi enfático: aprenda com quem já tem os resultados que você quer. Hoje em dia, virou moda falar sobre finanças. Nunca se viu tanta gente falando sobre o tema – eu entendo que seja o momento que o país vive. Mas se a pessoa ainda não alcançou o resultado que você mesmo/a acredita que quer para você, isso infelizmente não dá respaldo a ela para ensinar. Pode ser que ela esteja no caminho certo e até chegará lá, mas então espere ela chegar. É simples.

Existem muitos conteúdos bacanas sobre finanças no momento. Vivemos em uma época privilegiada, em termos de acesso a informação. Essas são as fontes que eu consulto para aprender sobre finanças:

  • Napoleon Hill
  • Tony Robbins
  • Gustavo Cerbasi
  • Natália Arcuri
  • Luciana Fiaux
  • Patrícia Lages
  • E agora, Ben Zruel

Não estou questionando quem deixei de fora da lista – só limitei a essas pessoas porque meu próprio tempo é escasso e preferi focar neles (que já têm conteúdo pacas) e abrir muito e não conseguir me aprofundar em nenhum.

Existem pessoas nessa lista com graus diferentes de conquistas financeiras. E eu acho isso legal porque nem sempre se consegue se tornar um magnata do petróleo (kkk) e ter bilhões de dinheiros. Mas só pelo fato de você ter uma reserva de emergência, ter dinheiro sendo poupado para uma suposta liberdade financeira no futuro, ter um padrão de vida honesto, adequado ao que você precisa – tudo isso já são fatores que, para mim, representam o que eu considero resultado desejado em termos de finanças.

Em termos práticos, o que eu tenho feito é dedicar alguns minutos todos os dias para ler um pouco dos livros dessas pessoas e, sempre que possível, assistir vídeos e palestras pela Internet, quando a pessoa compartilha algum conteúdo nesse sentido. Desse modo, sinto que nunca paro de aprender e de refletir sobre o assunto.

O Ben falou uma frase que, para mim, ficou marcada (até anotei), que foi: “O problema não é ter um padrão de vida de 50 mil por mês. O problema é você ter esse padrão de vida e o seu salário ser de 50 mil por mês!”. Ele falou 50 mil, mas poderia ser 1.500 reais. Por isso o ajuste do padrão de vida é tão importante, e é sobre ele que falaremos em um próximo post.

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14 comentários em “Como buscar educação financeira”

  1. Bom dia, minha amiga de cafés da manhã! 😊 Obrigada pela inspiração desta segunda-feira. Eu nunca consigo formar a tal reserva de emergência. Vou juntando, juntando e aí surge algo e eu vou lá e gasto tudo! 🙄 A última vez foi com uma reforma. Recomecei a pouco enate agora do tenho 10% do que deveria ter na minha reserva de emergência. 😅
    Ótima semana!!

    1. Mas é isso mesmo.. Se a reforma da casa foi uma emergência ou necessária..Foi melhor ter a reserva e usar do que não ter e recorrer a cartão de crédito ou empréstimo..
      Mas agora vc já sabe.. pode até montar a reserva e, paralelamente, ir montando um outro investimento para essas coisas que podem surgir até a RE estiver cheia..!!
      Mas parabéns por estar montando..

  2. Igual você se interessou e foi a fundo na obra do Napoleon Hill, eu entrei de cabeça nos livros do Cerbasi, principalmente depois que li A Riqueza da Vida Simples. Dali por diante fui “matando” tudo o que tinha, e sinto igual você, que ele vai me ensinando e reforçando os mesmos conceitos a cada dia.
    Todos os dias eu leio um pouquinho, sempre estou entretida com algum livro dele (enquanto não terminei de ler todos), e assim, me sinto estimulada a não perder esses assuntos de vista. É muito bom e me ajuda demais!

  3. “O problema não é ter um padrão de vida de 50 mil por mês. O problema é você ter esse padrão de vida e o seu salário ser de 50 mil por mês!” Tá-dã!

  4. É o poder de viver um degrau abaixo! Adequar seu orçamento para poupar sempre uma determinada quanto a ou porcentagem… Acumular patrimônio e não consumir patrimônio…. Eu tbm tenho esperanças (não sei quando) de viver num país melhor… Apesar de no dia a dia ver tanta coisa que nos desanima…

  5. Thais, dentre os autores que vc citou só não conheço e não estudo (um pouco por dia como vc falou) ou acompanho Luciana Fiaux e Ben Zruel, mas vou procurar conhecer. Entendi e gostei da sua ponderação bem pés no chão sobre a gente não ter que (ou não conseguir)se transformar num magnata do petróleo (como muitos ditos especialistas ensinam que não consegue quem não quer e blá blá) mas tb não desistir da importantíssima reserva de emergência e uma suposta liberdade no futuro. No meu caso venho tentando a alguns anos já compor a reserva de emergência ainda não consegui mas avancei bastante o que já traz algumas liberdades e melhora muito a qualidade de vida e a paz interior. Acho muito importante, assumir isso como compromisso da gente, apesar do país não favorecer. Obrigada Thais por tratar desse assunto e nos incentivar!

  6. Vou fugir do tema do post porque uma frase me fez parar tudo e ficar pensando “aprenda com quem já tem os resultados que você quer”. Isso serve para qualquer área da vida! Acompanho seu trabalho há anos, mas desde que resolvi que um dos meus objetivos de vida é deixar de ser funcionária para me tornar uma pessoa autônoma e livre como vc, passei a te acompanhar feito stalker. Brincadeiras a parte, aprendo com vc, pq já tem os resultados que eu quero. Em tempo: ainda sou funcionária, estou na fase embrionária da coisa toda, rs. Obrigada por compartilhar seus aprendizados.

  7. Thais, sobre educação financeira, sugiro que você dê uma pesquisada no site “Clube dos Poupadores”. Conteúdo muito sério e esclarecedor. Recomendo.

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