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Como começar a organizar suas finanças AGORA

A organização de qualquer área da vida não precisa ter um momento certo para a gente começar – basta começar de onde está.

Talvez você esteja pensando que já estamos no mês 4 e os seus problemas financeiros continuam os mesmos.

O que eu quero te dizer é que os problemas continuarão a não ser que você comece a fazer algumas coisas a respeito. E não precisa fazer TUDO, o “ideal”, o que deixaria a Natália Arcuri orgulhosa de você. Você pode começar aos poucos, mas comece! É essa a indicação que quero deixar aqui.

A organização das finanças é algo que não sai da minha mente diariamente, assim como a organização da casa, da minha saúde, da minha rotina com o filhote, estudos etc. Todos os dias a gente tem que fazer um pouquinho pelas diversas áreas da nossa vida para que elas não desmoronem. O segredo do sucesso está em descobrir qual é esse mínimo essencial e focar nele durante o dia a dia.

Vamos fazer juntos?

Não tem a ver com planilhas

Pare de pedir e procurar “planilhas para organizar as finanças”. Não tem a ver com planilhas. Tem a ver com uma série de hábitos que você incorpora no dia a dia. Você pode ter grana e nem usar planilhas. Vamos lá.

Metas de finanças

Você tem metas de finanças? Tipo, quero guardar tantos mil reais para a faculdade do meu filho ou quero guardar dinheiro para a viagem dos sonhos? Comece daí.

Quando eu penso nas minhas finanças hoje, eu tenho algumas metas de dívidas (concluir o financiamento do carro, finalizar o inventário), tenho projetos (reformar a garagem, depois reformar o quintal) e tenho investimentos para o futuro (faculdade do filhote, uma viagem grande em família, comprar um terreno etc).

Mas, para a gente saber quanto deve economizar para cada coisa, precisa ter noção de todas essas coisas.

Existem boas ferramentas que podem te ajudar a colocar essas metas no papel, calculando juros, por exemplo. Se você quer ter uma quantia X de dinheiro para sair de casa e ir morar sozinho/a, quanto precisa guardar todo mês? Esse tipo de coisa. Mas tudo começa com a definição da meta, certo?

Orçamento para ficar de pernas para o ar existe? Por que não?

Orçamento do pior cenário

Eu gosto de ajudar as pessoas a lidarem com as suas finanças pensando no pior cenário.

“Se você perder o emprego e não tiver NADA de dinheiro entrando todo mês, que cortes você faria?” Geralmente a gente mantém: aluguel/IPTU/condomínio, luz, água, internet. Depois entram escola dos filhos, convênio de saúde e outros.

Não quero que você perca seu emprego, mas quero que você priorize as suas finanças para identificar 1) o que precisa ser pago mensalmente e 2) o que talvez você possa fazer uns cortes.

Quando estamos em uma situação financeira mais confortável, é comum agregarmos contas que nem percebemos. Assinaturas de aplicativos, jornais, Netflix, YouTube Premium, pay per view, essas coisas. A gente precisa revisar tudo isso de tempos em tempos para ver se ainda fazem sentido.

Eu tenho 5 anos de empresa rodando sem eu ter um emprego em paralelo e ainda mantenho o mesmo pro-labore (salário do empresário) de quando comecei. Revisar o que gasta mensalmente é muito importante. Você precisa conhecer os seus custos básicos mensais para saber o que está agregando e o que está sendo gasto.

Pague suas dívidas

via GIPHY

Viver com dívidas é chato, mas muitas vezes necessário. A gente pode precisar fazer dívidas devido a emergências ou a investimentos em algo que a gente acredita valer a pena (que seja um carro).

Agora, essa dívida deve ser sua prioridade. Não é “passou o cartão e esqueceu”. Foque no pagamento das dívidas e financiamentos, pois quanto antes você concluir, mais dinheiro terá em caixa para outras coisas.

Posso aumentar meu faturamento?

Se você tem um emprego fixo, CLT ou concursado, tem seu salário fixo todo mês, no máximo com uma variação de comissão. Será que tem alguma coisa que você poderia fazer para aumentar esse faturamento? Vender algo, prestar um serviço? Se precisa de uma graninha extra para algum investimento, pode valer a pena um esforço de curto prazo.

Sinceramente, gente, o bem mais valioso hoje é o tempo. Se alguém me oferecesse algum serviço que me fizesse economizar tempo, e essa seja uma necessidade minha, eu pago com gosto. Tipo, ligar na operadora de telefonia para resolver um “pepino”. São coisas que parecem simples mas que fazem a gente perder um tempão. Veja aí como você pode ajudar outras pessoas e ainda ganhar uma graninha.

“Eu poderia estar roubando, mas estou aqui organizando gavetas…”

Economizar nas compras do dia a dia

Existem coisas que a gente compra de determinadas marcas porque o tempo que a gente economiza na decisão do que comprar compensa o preço que a gente paga. E tá tudo bem.

Mas existem produtos que a gente pode pagar mais caro apenas porque nem pensou a respeito. Essa variação pode ser enorme, de preço.

Quando precisar realmente comprar alguma coisa, pesquise. 20 reais que você economize aqui hoje podem fazer diferença amanhã.

Na pior das hipóteses, invista essa quantia, se achar que ela é pouca. Mas esse simples hábito de investir o que economizou vai mudar a sua vida.

Adendo sobre essa economia

Eu sou uma pessoa prática e estou ok com o fato de pagar por alguns serviços para investir meu tempo em outras atividades que façam melhor aproveitamento do meu tempo.

Por exemplo, eu prefiro pagar 30 reais para uma pessoa fazer as minhas unhas que perder 1h de trabalho com isso (1h do meu trabalho vale mais do que 30 reais).

Então é esse tipo de comparação que você precisa fazer.

Porque, por exemplo, se essa 1h que você para para fazer as unhas é seu momento terapêutico de desligar e cuidar de si mesma, não há 30 reais que paguem.

Ressignifique seu dia a dia. 😉

Pagar uma faxineira para limpar a casa pode significar mais tempo livre com o meu filho, que é algo que só eu posso fazer

Use o débito automático com sabedoria

Automatize o que puder mas, se o débito automático de determinada conta já te trouxe problemas, evite.

Isso é uma indireta para você, operadora de telefonia que coloca taxas nada a ver na minha fatura. Estamos de olho!

Comece a investir

Hoje em dia temos TANTA informação desmistificada sobre investimentos! Dá pra começar com 30 reais, que sejam. Pesquise, leia a respeito, assista vídeos, e simplesmente comece. Encare o investimento como uma conta que você paga primeiro. Não espere sobrar para investir.

Score positivo

Faça seu cadastro no Positivo do Serasa. Eles vão te enviar spam todos os dias, e isso é bem chato, mas esse cadastro vai te ajudar a ser considerado um bom pagador em investimentos futuros que você quiser fazer. Vale a pena. (isto NÃO É um publieditorial, mas poderia ser – fica a dica, Serasa! 😉

Delegue coisas para a galera desempregada da família

Sem querer ser chata, mas olha, temos 13 milhões de brasileiros desempregados. Na minha família, acho que 40% está desempregado. Delegue coisas para essas pessoas e pague por “bicos”. Você ajuda e ainda economiza seu tempo.

Repense seu estilo de vida

Seu estilo de vida depende de posses ou de ter uma qualidade de vida legal? É só isso mesmo. Repense. 😉

Organização das finanças envolve um montão de coisas além de planilha e faz parte do dia a dia. A pergunta é: o que você fez pelas suas finanças hoje?

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18 comentários em “Como começar a organizar suas finanças AGORA”

  1. Thais, que post pertinente! Por aqui decidimos assumir um financiamento da casa em que moramos de aluguel e foi cálculo atrás de cálculo até entendermos que valeria a pena, considerando a vida que queremos levar (olha o GTD aqui). Vamos passar uma temporada bem apertados até vendermos alguns imóveis para quitar o financiamento e estou há um mês cortando gastos supérfluos. Parece meio contraditório porque sou MUITO consumista e impulsiva e sempre gastei além do que devia mas apesar do descontrole, eu sabia exatamente onde estava devendo… aí me perguntam “como vc organiza finanças?” e tipo, eu sei quais são as contas a pagar mas não organizo pq não sei fazer meu dinheiro render… então descobri q havia uma causa emocional enorme e comecei a tratar essas questões… organização e psicologia caminham lado a lado, a meu ver… (nossa, falei milhares de coisas em um comentário só rs)

    Bjs

  2. Assunto muito oportuno. A Patrícia Lages, do Bolsa Blindada, propôs neste mês um desafio de 30 dias sem compras, e deu lições valiosas todos os dias.
    Minhas 3 gurus favoritas: Thais Godinho, Patrícia Lages, Nathalia Arcuri

  3. Oi Thais,
    Que post bacana, a organização das finanças tem tido a ver com a nossa organização pessoal.
    Parabéns pelas dicas!
    Uma dúvida: você estuda investimentos? gostaria de saber como vc se organiza para estudar os melhores investimentos pro seu perfil.
    Obrigada!

  4. Thais, boa noite… isso é um rascunho bem primitivo do seu próximo livro??? Não seria má idéia, heim!!! Adoro a forma como você pensa e escreve!!! Sou fã, de verdade!!! Um abraço!!!

  5. Fiz um curso de gestão de finanças pessoais patrocinado pelo meu empregador. A instrutora é psicóloga, especialista em psicologia econômica! Amei!
    Ela pontuou que um financiamento cujo pagamento não está atrasado não é uma dívida, é um compromisso. Se a prestação não for paga na data, aí sim vira dívida. Achei muito interessante essa mudança de ponto de vista e quis compartilhar.
    Abraço,

    1. Olá, Ana Paula e todos.. não quero discordar da sua instrutora, se fez sentido pra vc, então ela está correta…
      Meu ponto de vista é: a prestação de qualquer coisa é uma dívida sim, independente se ela está com data passada ou data futura. Vc tem uma dívida vencida ou que vai vencer..
      Agora o compromisso é: vc pagar a dívida.. compromisso é uma ação, algo que se deve fazer. Vc pode ter o compromisso de pagar uma prestação (dívida) vencida ou à vencer…
      Quando se assina um contrato de consignação, financiamento, crediário, empréstimo, etc, vc está contraindo uma dívida que vc se compromete (compromisso) a pagar!… Daí vc diz para o seu cérebro que vc tem um compromisso com vc mesma de pagar aquela dívida, isso informa ao seu cérebro que você é mais importante que dívida. Pois se vc se compromete com a dívida, informa ao seu cérebro que a dívida é mais importante.. E o mais importante pra vc, deve ser vc mesma. Quando acontece essa mudança de pensamento.. todo o resto começa a fluir mais fácil…
      Aprendi e coloquei em prática, lendo o livro Pai Rico, Pai Pobre de Robert Kyosaski (li outros também que indicam o mesmo sentido.. salomão, o homem mais rico que já existiu… o homem mais rico da babilônia e outros).
      Recomendo a todos a leitura desses livros.
      Organização financeira não depende de dívidas e/ou rendimentos.. e sim de uma mudança de pensamento…
      Digo isso com a propriedade de quem saiu de chegar ao final do mes no vermelho (tendo que emprestar dinheiro até o próximo pagamento) pra alguem q ao longo de 6 meses passou a investir (investir de verdade) mais de 1.000,00 por mes sem aumentar minha renda.. apenas mudando a forma como eu enxergava as finanças, eu e o dinheiro… e todo o resto foi se encaixando…

  6. Aline Gonçalves de Oliveira Valentim

    Oi Thais,
    que texto bacana e muito interessante sobre o tema. Gosto muito de ler sobre isso porque algo que trouxe pra minha vida nos últimos dois anos. Achei bacana você falar sobre delegar coisas aos parentes desempregados porque você ajuda a pessoa que está parada e também otimiza seu tempo. As finanças organizadas transformam a vida de uma pessoa.

  7. Maria Marta Lino de Oliveira Silva

    Excelente texto, como sempre! 🙂
    Particularmente, ainda tenho sérias ressalvas ao Cadastro Positivo, que agora, ficou IMpositivo. Pretendo não fazer parte dele. Avalio-o como um “presentão” para os banqueiros desse país e não quero, neste momento, fazer parte disso. Vamos ver no que vai dar….. Abraços.

  8. Querida Thais, obrigada pelo posto!Boa tarde, caros leitores do blog.
    Posso encomendar outro post?rsrs
    Queria que você falasse sua opinião, sabia como sempre, ou indicasse livro que tocasse no assunto de como relacionam-se qualidade de vida e ganhar mais dinheiro. Ando pensando muito nisso. Me sinto pressionada a ganhar mais dinheiro e as vezes passa pela minha cabeça que esta seria a unica forma de viver melhor com minha família. Mas será?Renda extra, no meu caso, significaria menos tempo com minhas filhas? Se meu marido dobrar a carga horária ficará menos tempo conosco? Se eu for morar de aluguel hoje num lugar melhor para nos, ficará mais dificil juntar grana para comprar a casa própria…Nossa que crise da meia idade de uma mulher que não faz parte da classe media alta.
    Desde já, agradeco a

      1. Eu gostaria de saber sua opinião sobre essa minha reflexão/”crise”, pois admiro muito a forma organizada e simples que você vê e vive a vida. Acho que a vida contemporânea, principalmente nas grandes cidades , potencializam essa pressão. Fiquei feliz com seu retorno. Abraços

        1. Obrigada, Amanda. Assim consigo direcionar melhor minha resposta para te ajudar.

          Acho que a minha resposta acaba sendo todos os posts do blog, diariamente. Porque não tem exatamente uma resposta certa. Algumas pessoas têm um ritmo, outras têm outro. Mesmo uma mesma pessoa tem fases de vida diferentes, em que quer diferentes coisas. Eu já passei por várias fases.

          Para mim, hoje, qualidade de via é eu conseguir viver o estilo de vida (que inclui trabalho) que eu tenho, podendo fazer modificações quando eu sentir necessidade, acordar na hora que eu quiser, pagar nossas contas, ter um dia a dia agradável, ajudar as pessoas. Isso tudo é muito pessoal.

          Cada vez mais me preocupo com a coisa de um dia não poder mais trabalhar, e quero ter dinheiro guardado caso isso aconteça.

          Definitivamente, não acho que “ganhar mais dinheiro” deva ser o foco, mas sim elaborar o que você quer fazer com esse dinheiro, porque isso te dará motivação extra e abrirá caminhos.

          Boa sorte.

  9. Tive uma semana bem atribulada, mas graças à Newsletter não perdi este post. Excelente texto!!
    Adorei o que vc escreveu, num post publicado nesta semana, que as dicas que vc dá para uma área são adaptáveis a outras áreas da vida. Aqui mesmo tem muita coisa (como a questão de delegar e de repensar o estilo de vida) que é muito pertinente não só para organizar as finanças, mas outras frentes – pq afinal, como vc sempre lembra, a vida é uma só!!
    Obrigada, Thais!!

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