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“Você pretende deletar as suas outras redes sociais?”

Ter anunciado que eu desativei a minha conta no What’s App causou uma série de reações nas pessoas ao meu redor e nas redes sociais do Vida Organizada. Uma pergunta que surgiu bastante foi se eu pretendo deletar as outras redes sociais. “Não adianta nada deletar o What’s App e continuar com o Facebook!”, me falaram. Como nosso tema do mês é sobre ressignificar a tecnologia, achei legal abordar esse tema em formato de post. Então vamos lá.

Estamos falando, na verdade, sobre formas de comunicação entre as pessoas. Em nenhum momento eu disse que o problema era o What’s App em si, mas o uso que fazemos dele e de outras ferramentas. Os motivos para desativar a minha conta foram essencialmente três, como já comentei no post em questão, e o principal deles é pessoal, para fins de pesquisa e curiosidade – ver como me sinto sem essa ferramenta e se ressignifico a forma de me comunicar com as pessoas.

Eu pretendo sim ressignificar todas as minhas outras contas em redes sociais.

O Telegram, por exemplo, eu desabilitei há cerca de um ano. Acho prático e interessante, mas era apenas mais um canal para eu verificar, e optei por não ter mais.

Vale lembrar que o que me permite tomar algumas dessas decisões é ter uma equipe que cuida do atendimento a clientes de maneira mais imediata, que é algo que eu não preciso mais fazer justamente pela questão da disponibilidade (muitas vezes estou em sala de aula ou fazendo uma palestra, e não consigo responder de imediato, então percebi que eu não era a melhor pessoa para fazer isso de qualquer maneira).

Mas mesmo sem ter uma equipe eu vejo que existem pessoas que deletam suas redes numa boa, justamente por compreenderem que não podem ou não querem dar a atenção necessária a cada uma delas. Uma vez a esposa do David Allen me contou que ela optou por não ter Facebook porque ela não conseguiria abrigar mais uma rede social em sua vida (ela prefere o Instagram). Eu acho que esse tipo de observação sobre si mesmo é muito importante. A gente precisa fazer, senão se sobrecarrega mesmo.

[Tweet “Se a gente não refletir sobre o uso das redes sociais, vai ficar sobrecarregado de qualquer maneira.”]

Tenho um professor que não usa Facebook. As pessoas do grupo de pesquisa dele criaram um grupo no Facebook para interagir, e ele ainda assim não entrou. Quando ele precisa se comunicar, ele usa o e-mail e envia para todos. E qual o problema? Basta respeitar. Não atrapalha ninguém, e a pessoa lida com a informação da maneira que lhe convém.

Aí você pode dizer que ele pode fazer isso porque ele é o professor (e existe uma hierarquia). Você já parou para pensar que se você usa o What’s App apenas porque a sua chefe precisa de você no grupo isso pode ser um abuso de autoridade? Fica a dica. Se o celular não for corporativo e a empresa não paga hora extra, pode rolar inclusive um processinho.

Acho que as pessoas ficam muito preocupadas em entrar no ciclo das outras. Eu entendo de verdade essas necessidades de trabalho. Existem pessoas que dependem de contatos em determinados canais (como What’s App e Messenger) para conseguir trabalhos, porque são freelancers. É óbvio que, nesses casos, você precisa manter tais redes. Mas e as outras, que você não precisa? Acho que esse é um bom ponto de partida para reflexão.

E ninguém aqui quer c*r regra não. Eu quero estimular a reflexão. Se não é algo que te atrapalha, não é pra mexer. Ninguém tem tempo para investir energia em consertar o que não está quebrado. Agora, se você sente que precisa mudar de alguma maneira, vamos refletir? E um caminho, do meu ponto de vista, é começar definindo: o que preciso manter, por n motivos? Muito provavelmente você precisa manter um ou dois canais, principalmente pelo lado profissional. Mas é provável que você também mantenha contas apenas por inércia, por vício, por hábito. É só isso que estou propondo. Repense. SE quiser mudar algo.

Tenho um post de 2016 aqui no blog onde dou um passo a passo para fazer um detóx das redes sociais. Pode ajudar.

Agora, voltando à pergunta do título, eu pretendo sim ressignificar todas as redes, o que pode significar excluir algumas, mas não sei quais, como e quando. Ainda não pensei no todo. É um projeto para um ano. Vou em uma coisa de cada vez. Primeiro, foi o What’s App. Depois, vou para o Facebook, o Twitter, o Instagram. Vou definir meus parâmetros pessoais para cada rede – o propósito de uso de cada uma delas, e entender como elas se encaixam na minha vida, e não ao contrário. Sem pressa, no meu ritmo, e mais importante: entendendo qual é a melhor maneira de me comunicar com as pessoas. Tirar o What’s App foi pra dar um chacoalhão mesmo. Tirar da zona de conforto (para todo mundo, inclusive eu). Quero conversar mais de verdade, lidar por e-mail com aquilo que deve ser lidado por e-mail, telefonar quando necessário, encontrar com a pessoa, e também cortar uma série de fluxo de informações que seria desnecessária. Tudo isso leva tempo, e tudo é aprendizado.

Daqui a algum tempo eu pretendo contar como tem sido viver sem What’s App, claro. Mas, para mim, além do benefício do ganho de tempo, tem sido realmente repensar a forma como eu me comunico com as pessoas. Com a minha mãe, que mora em outra cidade. Com as minhas amigas, que eu converso para ver como estão e agendar um almoço de vez em quando. Com meu marido, que precisa trocar mensagens com mais agilidade, quando precisamos decidir coisas do dia a dia. É todo um processo, gente. Não existem decisões definitivas, mas todo processo leva tempo. A gente precisa dar tempo aos processos. Estou curiosa e empolgada para ver onde isso vai dar.

Como sugestão, eu diria para você repensar hoje o propósito do uso das diversas redes sociais e canais de comunicação na sua vida. Não precisa tomar nenhuma decisão. Só pense: existe algum canal que eu preciso manter, pessoal ou profissionalmente? Por quê? E quais são aqueles que mantenho apenas por hábito, e que talvez estejam tomando mais tempo do que eu gostaria?