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“Elimine as distrações”

“Elimine as distrações”.

“Faça uma lista de tarefas para ter um dia mais focado”, eles dizem.

Quando vejo uma pessoa, dentro de um prédio, ou fechada em estruturas de cimento, quase sem janelas e luz natural, com um computador ligado e um celular com notificações a cada 15 segundos, eu entendo que “focar’ e escrever uma lista possa parecer uma coisa sensata.

E é. Eu adoro listas. Acho que elas são importantes.

Mas, mais do que uma lista, ou mais do que qualquer outra coisa, é a gente saber se ouvir melhor. As listas podem ser tão distrações quanto todo o resto. Se você estiver ignorando a sua saúde, o cuidado com os seus filhos, os seus relacionamentos, mas escrever uma lista quando você chega ao trabalho te deixa mais tranquilo de alguma maneira, questione.

É muito mais fácil se manter com o escudo das demandas e ocupações porque isso permite que a gente esconda falhas que não quer que os outros reconheçam em nós. Ficar até mais tarde trabalhando é mais fácil que ir para casa e encarar um relacionamento com problemas.

Outro dia estava fazendo um exercício com uma professora de GTD e estávamos comentando sobre o que uma aluna definiu como uma próxima ação. Ela queria emagrecer com saúde. Definiu que a próxima ação seria “pesquisar na Internet melhores maneiras de emagrecer”. Ficamos discutindo um tempo sobre isso. Será que você não está apenas se distraindo, definindo coisas como essas em suas listas? É tão fácil batucar o teclado e digitar que você vai pesquisar como emagrecer! Depois, basta entrar no Google e pesquisar! Que bacana! Mas e aí, você está sentindo que esse projeto está avançando mesmo? Ou você só está se distraindo?

O outro exemplo que dei em nossa conversa foi sobre o destralhamento da casa. O cidadão vai lá e insere na sua lista do Todoist: “fazer uma lista do que quero destralhar”. Poxa, que legal – você monta a lista e dá o “check” na tarefa – aumenta seu carma no aplicativo. Mas a sua casa continua com tralha. Seu nível de dopamina pode ter aumentado um pouco, mas as coisas continuam na mesma.

Listas são ferramentas muito úteis e efetivas e fazem parte de todo processo de organização. Mas, mais importante do que elas, é o conteúdo que você coloca. E esse conteúdo tem que vir de dentro de você. Se você estiver mantendo as distrações da sua vida, ignorando o que realmente precisa ser mudado, que tipo de evolução espera?

A não ser, é claro, que queira apenas continuar distraído. Anestesiado, tomando seu 12o café às 16h, reclamando da quantidade de e-mails na caixa de entrada há ANOS.

Sério, onde você quer parar desse jeito?

Talvez a sua lista de pedidos para o Papai Noel fosse mais honesta que a sua lista de tarefas hoje. Que tal retomar um pouco da inocência, da intuição e da sua voz interior para encontrar aquilo que você realmente quer fazer e ter como realidade na sua vida?

Tudo começa com a próxima ação. Mas o processo de clareza é interior, e só você pode decidir.