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O dia em que eu parei de reclamar

Reclamar é fácil. Reclamar é gostoso. Reclamar faz parte da vida. Se queremos mudanças, precisamos reclamar. Reclamar, reclamar, reclamar. Mas aí eu percebi, em dado momento, que reclamar também era chato. Para mim e para a pessoa que ouvia. E, nesse momento, eu parei pra pensar: se eu estiver incomodada com alguma coisa, reclamar é a melhor maneira de resolvê-la?

E não me leve a mal: reclamar às vezes vai bem. É só uma forma de desabafo. Tem dias que a gente não está com saco para resolver nada – só quer dar uma reclamadinha. E tá tudo certo. O problema é quando a gente não faz isso conscientemente. E aí “reclamar” vira parte da vida.

Agora, por que nós reclamamos? Seguem algumas sugestões de especialistas*:

  • Para aliviar o estresse
  • Porque não podemos efetivamente resolver o problema e ficamos p*tos
  • Porque estamos, no fundo, com uma depressão ou entrando em uma
  • Porque faz parte da cultura familiar que a gente está inserido
  • Porque queremos atenção

Minha preocupação com relação às reclamações é sobre o ciclo negativo que elas geram. Eu já percebi que, quando reclamo, nunca estou no meu estado “normal”. E, se começo a reclamar, já me sinto até meio errada fazendo isso. Porque eu aprendi outra maneira de resolver as coisas. Seguem tais maneiras, a fim de ajudar:

  • Meditar. Incorporar o hábito diário da meditação me ajudou a ser mais centrada e a lidar melhor com as questões diversas da minha vida através de reflexões mais profundas. Se algo estiver me incomodando, eu vou dentro de mim buscar as respostas para a solução, que pode inclusive não existir. E aí o budismo me ensinou que, se algo tem solução, não preciso me preocupar; se não tem, também não preciso. É difícil mas é simples, ao mesmo tempo.
  • Parar de me cobrar perfeição. Não, a Thais do Vida Organizada não é perfeita. E nem espero que ninguém seja. Cometo erros, faço besteiras, como todo mundo. E às vezes essas besteiras geram situações que me deixam chateada. Mas reclamar não adianta. É aceitar o erro, pedir desculpas quando for o caso, e bola pra frente. Aprendi e procuro não fazer de novo.
  • Não aumentar a coisa toda. Muitas vezes, ao reclamar, parece que o problema todo vai tomando uma dimensão maior.
  • Manter uma atitude mental positiva. Essa corta qualquer reclamação no ato.
  • Fazer terapia. Se for para reclamar, faça no lugar certo e com a pessoa certa. Não sobrecarregue seus amigos e familiares, que provavelmente não saberão lidar com a questão.

Use este post de hoje para reparar se você tem feito da reclamação um hábito. O primeiro passo para solucionar qualquer problema é reconhecer que ele existe, quando existe.

*Revista Psychology Today – Dr. Robert Taibbi

Autor

11 comentários em “O dia em que eu parei de reclamar”

  1. Thais, eu sempre fui uma pessoa reclamona. E demorei muito, muito tempo mesmo para perceber que isso tinha a ver com depressão e ansiedade. É um exercício muito profundo olhar para dentro da gente e reconhecer os nosso defeitos e buscar a melhoria… é uma luta interna, que causa um desgaste emocional alto e muitas vezes invisível para quem está ao redor mas, quando conseguimos derrotar esses fantasmas, dá uma sensação de vitória incrível, de que o mundo “é nosso” rs

  2. Olá, Thais.

    Gostaria de elogiar a coerência com a qual você aborda a questão do corpo + mente + espírito aqui no VO. Às vezes compramos caixas, seguimos métodos ao pé da letra, fazemos planejamentos mil, e parece que mesmo assim nada vai pra frente. Acredito que, enquanto não mudarmos nossa maneira de agir na vida, sempre vamos ter aquela sensação de que “falta algo”. Obrigada pela reflexão, querida.

  3. Thais, o ato de reclamar é um péssimo hábito muito fácil de ter.
    Eu já percebi que o reclamar acaba em muitos casos só aumentando o stress de quem está ao redor, desabafar é uma coisa mas reclamar o tempo todo é outra.
    Outro desdobramento que caberia nesse contexto é o de fofocas e comentários desnecessários, acredito que só aumente a energia negativa e stress principalmente no ambiente de trabalho.
    Beijos

  4. Ah, Thais…como é chato ouvir reclamações recorrentes das pessoas que estão ao nosso redor. Nessa perspectiva, é que observei que eu também reclamo mais do que deveria (se é que devemos mesmo reclamar). Parece que, de fato, ajuda a aliviar as tensões rsrs. Mas, vale a reflexão. Obrigada!!

  5. Thais, eu nunca havia reparado o quanto reclamava diariamente, até que uma amiga me indicou a leitura e prática do livro “A Magia” de Rhonda Byrne e a minha vida “magicamente” mudou quando passei a agradecer mais do que reclamar, após a leitura do livro. Eu me policio para não reclamar. Porém, as vezes sou falha. E até nesses momentos, eu busco razões para agradecer por estar passando por aquela situação. Quando se descobre o poder da gratidão e também o “poder” da reclamação, passamos a ser mais cuidadosos com o que pensamos ou falamos e mais gratos por tudo que temos e todas as nossas experiências. Eu tomei como entendimento para a minha vida que reclamar é clamar duas vezes (ou mais) por aquilo que não desejo. Sendo assim, eu acredito que quando mais eu reclamo, mais eu estou clamando para que circunstâncias como aquela indesejada aconteçam na minha vida.
    Eu também tive outra experiência na vida, com uma sábia Sra., que gostaria de compartilhar. Ela me disse que se eu tivesse fé, eu deveria chorar menos e agradecer mais. Ela também disse que toda vez que eu sentisse vontade de reclamar ou chorar, que era para me recolher em oração, e conversar com Deus; não falar dos meus problemas para familiares ou amigos, pois, estaria sobrecarregando-os com os meus problemas, e isso era algo que eu definitivamente não gostaria que acontecesse.
    Eu gosto muito de assuntos relacionados ao autoconhecimento e a minha vontade é ficar aqui contando inúmeros acontecimentos e experiências da minha vida.
    Gratidão por esse lindo texto e por compartilhar conosco as suas experiências. Por favor, escreva mais sobre assuntos relacionados. Se houver algum texto falando sobre a sua religião, como despertou o seu interesse pelo budismo, e como foi a sua experiência no início, eu adoraria ler. Você inspira pessoas!

  6. Eu posso afirmar que raramente reclamo. Quando há algo me incomodando fico quieta maquinando sozinha uma solução. Reclamar faz muito mal pra mim, e escutar a reclamação dos outros é ainda pior pq na maioria das vezes as pessoas só reclamam mas não fazem nada a respeito.

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