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Como um pai pode ajudar mais uma mãe no dia a dia?

Tudo vem acontecendo de forma tão rápida que eu fui rascunhando algumas ideias para desenvolver sobre o Dia dos Pais (que é domingo agora, dia 12) e acabei não escrevendo. Não que eu necessariamente precise falar algo apenas por ser uma data comemorativa (que sabemos ter intuito comercial), mas acho importante usar tais datas justamente como gatilhos para desenvolver temas relevantes.

A violência contra a mulher é uma coisa séria no Brasil. Recentemente tivemos esse caso horroroso da advogada que foi espancada e morta pelo marido no Paraná. (notícia) E eu já começo esse papo chutando o balde porque precisamos entender que a violência contra a mlher não está apenas em casos extremos como esse, mas no exercício do dia a dia.

Há alguns meses, viralizou no Facebook uma charge mostrando “por que as mulheres se sentem tão cansadas”. A charge foi traduzida do original em inglês e mostra um desabafo que é real à maioria das mulheres, especialmente mães. (veja aqui)

Por outro lado, a tendência é romantizar o papel do pai. Se o pai leva o filho para passear, é um paizão modelo. Se troca a fralda, é uma benção. Quando faz qualquer coisa do cotidiano, é extraordinário.

E vejam, não estou dizendo que não seja. O que quero dizer é que as mulheres já faziam isso o tempo todo sem terem o mesmo tipo de exaltação. Não se trata de querer ter o protagonismo da maternidade, mas de dividir tarefas. Filho é de duas pessoas. É maravilhoso você querer ser um pai mais ativo – mas realmente é o mínimo que se espera de um pai. Um mínimo mais que bem-vindo – necessário.

Eu usei o verbo “ajudar” no título deste post sentindo um desconforto enorme. Porque não se trata de ajuda quando você tem uma equipe que divide as tarefas. No seu trabalho, provavelmente você não “ajuda” ninguém, e sim colabora com os seus colegas. A partir do momento que um homem vira pai, uma série de responsabilidades vêm no pacote.

Como saber como ajudar? É simples: tirando a amamentação, que só a mãe pode fazer, você pode fazer qualquer outra coisa. Acordar, acalmar, trocar a fralda, dar banho, brincar, distrair, fazer a lição, colocar pra dormir. Se você não faz isso no seu dia a dia, ou se são atividades esporádicas, tire um momento do seu dia para refletir sobre como vem levando a sua vida. Se um dia você teve um filho, assumiu essa responsabilidade junto com a mãe da criança. Não deixe tudo nas costas dela.

Além disso, acompanhar e fazer parte da construção de um ser humaninho é gostoso pra caramba! Curta, porque – como dizem – passa rápido. Sua vida também. Repense!

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24 comentários em “Como um pai pode ajudar mais uma mãe no dia a dia?”

      1. Oi, Thais.Tocou em pontos importantes no seu texto.Entendo q escolheu o verbo ajudar para atrair os homens.No entanto, ao mesmo tempo acaba reforçando esse senso comum ( até pq tb foi usado ao final do texto ) relativo aos homens não se identificarem com as responsabilidades das tarefas domésticas e práticas cuidativas com filhos, idosos.Acho que podia ter explorado melhor esse aspecto, uma vez que o texto se dispôs a abordar o tema.Desculpa, a crítica, mas é um tema que é muito caro para as mulheres, sobretudo, p as mais vulneráveis socialmente, por isso, qq oportunidade de discussão do tema precisa atentar para não reforçar esses papéis sociais.Se o título fosse: Quais são as responsabilidades de um pai? Acredito que atrairia esse público da mesma forma.

      2. Thais, adorei o texto, mas acho que faltou aspas no “ajudar”, ficaria até mais clara a ideia de provocar de alguma forma um objetivo. Se eu não te conhecesse, já teria deletado o texto sem ler.

  1. Thais, muito obrigada pelo seu post de hoje sobre como os pais podem ajudar as mães. Você expressou tudo que eu penso e queria dizer ao meu marido, que também segue seus posts.

    Sucesso pra ti!!!

  2. Ótimo texto! Mas sabe a tirinha? Sabe o que eu vejo? É que a gente ás vezes passa um tempo sem avisar (acontece com frequência rs) e eles “reacostumam” a não fazer. E aí, dá-lhe desgaste de novo.

    Aqui, o pai é bem ativo; mas… sempre o mas… lógico que eu ainda sou a pró-ativa da parada e faço a maior parte das coisas – com as crianças e com a casa. Vejo muitos pais não fazerem o mínimo e eu me sinto privilegiada em muitos momentos quanto ao meu esposo. Mas ainda rola aqueles dias de puxão de orelha. Não sei se tem relação com o quesito biológico masculino, mas vejo isso ser TÃO comum que imagino que levarão décadas até mudar…

    Ao mesmo tempo que acho bom (sei lá, de certa forma, motiva as mulheres a puxar a manga e provar mais ainda o “we can do it”), acho ruim, porque a sobrecarga é enorme pra gente.

    Sigo na esperança que todo dia a ficha caia. Pro pai dos meus (e esposo). E pra tantos outros.

  3. Adriana Vazzoler Mendonça

    Thais, há anos explico para meus cliente, pacientes, alunos, amigos que quem mora na mesma casa não tem que “ajudar” o outro, mas sim que a responsabilidade é de cada morador. Mora aqui? Faz a sua parte! Os pequenos também.
    Quando vi o título li Como um pai pode ajudar mais *que* uma mãe no dia a dia?
    Eu imaginei que você iria falar sobre os pais que têm filhos com mais que uma mulher, de relações anteriores, como eles podem se organizar para estar presente e dar apoio a todas.
    Mas a ideia de “pai ajudar mãe” não está muito adequada para mim porque nós já passamos desse ponto. Claro que deve haver um grande público para este assunto, que ainda estão despertando…

  4. Adriana Vazzoler Mendonça

    Ah… não entendi o drone voando dentro da letra “a”. Ou são pás de usina eólica? Ou antena de TV das antigas? Desculpa… não entendi =(

  5. Apesar da explicação do termo ”ajudar”, ainda sim acho que ele não deveria ser usado pois reforça a ideia na qual é obrigação da mulher os afazeres domésticos e o cuidado com os filhos, enquanto que o homem que venha a fazer está apenas dando uma ”ajuda” pois enxergam que não é sua tarefa também. Além disso, reforça o fato que homens que fazem sua parte nas tarefas são ”idolatrados” pela sociedade pois ”olha lá, ele ajuda tanto a companheira”. Enfim, gostei do texto tratar disso de forma clara e simples, mas acho sim que poderia ter usado outro termo.

    1. Mas se você acompanha o blog e os meus livros, especialmente o “Casa Organizada”, sabe que eu já levanto essa bandeira há mais de uma década, bem antes de termos esse feliz senso comum hoje. Então, como profissional de marketing e que faz as coisas intencionalmente, acredito que eu poderia levar um pouco de voto de confiança sobre as escolhas estratégicas de palavras que faço por aqui. 😉

      1. Adriana Vazzoler Mendonça

        Como medir a eficácia da comunicação? Como saber se os homens leram e foram tocados pela intenção da mensagem? Porque o único efeito que estamos vendo é das mulheres que não curtiram muito a ideia do homem “ajudar”. Homens geralmente não costumam ser bons em interpretar mensagens subliminares.
        Há um blog dirigido ao público masculino, o Papo de Homem, onde eu também dou uma olhada de vez em quando porque gosto da linguagem direta e objetiva, https://papodehomem.com.br/, que vai fazer um evento presencial para pais em SP capital. “O evento acontecerá no dia 25 de agosto, sábado, das 8h30 às 18h30, no espaço Aldeia 445, em São Paulo, com falas sobre paternidade e dinâmicas ao longo de um dia inteiro.” O texto diz que eles têm um grupo de homens no whatsapp, onde discutem assuntos para a mudança deles e do mundo. Quem sabe rola mais uma seção no Vida Organizada, que seria sobre expansão da consciência?…

  6. Ótimo texto!!! Li o título e fique inicialmente “revoltada”!!! Achei: Como assim??? A Thais tem “tendências” machistas???? Mas após ler entendi o texto e sua intenção. Do mesmo jeito que eu fui ler o texto “enganada” outras pessoas, inclusive os homens, vão ler. Muito bem pensado!!! Adoro seu canal no youtube. Mas apenas ontem vim conhecer seu site. Muito grata!!! Tudo de bom!!!

  7. Ótimo texto Thais. Meus filhos tem um pai que participa das tarefas, e já ouvi muita gente dizendo que “ele é o melhor pai do mundo”. Há realmente uma tendência em romantizar o papel do pai.

    Sobre o polêmica do termo “ajudar”, não sou profissional de marketing, jornalista ou escritora. Sou apenas uma leitora comum do blog: mãe, que trabalha fora e não tem empregada. Estou com você na escolha do termo “ajudar” nesse caso. Também acredito que você merece um “voto de confiança sobre as escolhas estratégicas de palavras que faz por aqui..”. Um abraço!

  8. Adorei o texto. Achei muito mimimi esse em torno da palavra ajuda. Quem lê a Thais há tempos sabe do que pensa a respeito disso tudo. No texto ela jamais fala que o homem deve apenas ajudar as mulheres. São títulos feitos para fisgar a isca. E com certeza deve ter fisgado muitos.

  9. Amei o post! Ele sintetiza a mensagem que você vem trazendo há anos aqui no blog e em outros canais.

    Em relação ao título, o próprio texto já o desconstrói. Concordo com a amiga de Márcia, não coube o mimimi. Títulos são polêmicos rsrsrs

  10. Olá Thais, faz tempo que não venho aqui, mas sempre leios os textos – obrigado por existir :D!!!
    Eu sou pai de primeira viagem, mas meu filhote ja veio com 11 anos e agora tem 12 e meio. Tem muita responsabilidade envolvida, e eu não tinha a menor idéia,mesmo sabendo que a trabalheira parece ser maior quando se trata de criancinhas. Desde o iníncio com a minha esposa ela sempre foi bem clara em excluir o termo ajudar, que realmente soa pejorativo, e eu sempre concordei com ela em relação à isso. Frequentemente estamos falando do desbalanço da nossa carga com o curumim. Hoje ainda é desbalanceado, e acredito que vai continuar assim por conta das nossas jornadas de trabalho.
    Trabalhamos na mesma empresa e ela consegue sair todos os dias na hora, ja no meu caso tenho hora pra entrar e não tenho hora pra sair (trabalho com manutenção – fase de organizar a casa). Desta forma temos o seguite concensso: ok minha carga ser menor desde que não seja pra eu ficar no sofá vendo jogo enquanto ela lava louça. O ponto chave é: sempre que possível a gente faz esta avaliação, afinal se não for assim não faz sentido ficar com uma pessoa que nao divide as tarefas.
    Ps. em casos extremos, não muito incomum vejo que a mãe tem que cuidar de dois filhos – o filho propriamente dito, e o pai, que age como filho(roupa jogada em todo canto, só suja loça, senso zero de organização).

  11. Muitos homens não tem aquele senso de percepção panorâmico e que ajuda a identificar coisas que precisam ser feitas, principalmente na organização da casa mas também um pouco no cuidado dos filhos. (É aquele clichê do homem caçador e que por isso tem sua visão mais focada e menos panorâmica, ao contrário da mulher coletora; mesmo que a origem não seja verdadeira, isso combina muito com a psicologia dos sexos.)

    O ponto que quero trazer, porém, é que funciona melhor quando o homem tem tarefas fixas e determinadas, por exemplo: o pai vai ser sempre aquele que troca a fralda, lava a louça, dá comida para o cachorro e leva o lixo para fora. Isso também não significa que não possa ajudar em outras tarefas, mas que estas já serão de sua responsabilidade e a mãe não precisa nem se preocupar com elas.

    É tão simples o casal combinar estas coisas ao invés de viverem se desapontando mutuamente por falta de combinados.

  12. Primeiro que ninguém “ajuda” em casa. Cada um faz a sua parte!!! Devemos parar de reforçar a ideia de que o serviço doméstico é obrigação da mulher. Todos que vivem na mesma casa, são igualmente responsáveis pela sujeira e pela limpeza. Acho que vale mais um combinado de divisão do que cada um vai fazer, do que a espera eterna do outro não fazer. Enfim, um casal inteligente, com certeza, dará um jeitinho nisso, sem sobrecarregar ou desapontar ninguém. Ótimo artigo!

    1. Samantha, se você acompanha o blog e respeita o trabalho que fazemos aqui, deve saber que é uma bandeira nossa isso. Defendemos isso o tempo inteiro, além de termos uma parte do livro “Casa Organizada” destinada a este tema. O título do post é proposital para chamar a atenção dos homens. Obrigada pelo comentário. 😉

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