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Começando a traçar um plano de finanças para a vida

Existem alguns assuntos que eu acredito que deveriam ser ensinados na escola. Um deles é organização pessoal, certamente. O outro é finanças. E dinheiro, assim como tempo, vai embora e a gente não consegue recuperar (quer dizer, dependeeeendo, dinheiro até consegue, mas seria mais fácil ter começado antes).

Eu gostaria muito de ter começado a investir mais cedo, no meu primeiro emprego. Mas, quando eu comecei a trabalhar, era um salário tão baixo que eu não conseguia imaginar como eu poderia tirar uma parte dele para guardar sendo que eu precisava de tanta coisa naquele momento. Estava fazendo faculdade, tinha muitos livros e xerox, gastos com deslocamentos, lanches, fora os gastos do dia a dia. Não morava sozinha na época, então isso ajudou na parte das contas.

Mas isso acabou moldando errado meu raciocínio financeiro. Porque aí, quando eu consegui um emprego ganhando melhor, em passei a abrigar mais responsabilidades (contas) em vez de usar esse dinheiro para investir. Por isso acho que a coisa tem que vir de base mesmo. Se a gente aprender bem cedo, vai sofrer menos no futuro.

Hoje, com 36 anos de idade, eu considero a minha vida financeira, digamos, encaminhada. Não está no ideal (que, para mim, é ter a independência financeira), mas as coisas estão encaminhadas. Consigo guardar dinheiro, consigo pagar as minhas contas, fazer investimentos de curto a longo prazo. Isso é bem legal. Mas o problema de começar a investir tarde é que aí você tem que investir mais. Mais dinheiro mesmo, em volume. E nem sempre idade é equivalente a ganhos maiores.

Este post é, então, em primeiro lugar, para dar um toque inicial. Tenha você a idade que você tiver, eu recomendo que você tenha um plano para as seguintes situações:

  1. Um fundo de emergência para imprevistos do dia a dia. Um carro que quebra, um eletrodoméstico que tem que trocar, um gasto médico inesperado. Guarde ali um pouquinho todo mês em um fundo que você pode retirar a qualquer momento (poupança, tesouro selic) e mire em uma meta. Analise os tipos de gastos que você já teve desse tipo nos últimos anos e comece a guardar todo mês.
  2. Um fundo de emergência para o desemprego. Esse leva mais tempo, mas é importante. A meta é ter guardado um valor equivalente a seis meses de desemprego e, depois, um ano. Você pode ir aumentando. A ideia é te ajudar a ficar menos ansioso(a) com relação a esse assunto.
  3. Um plano para a aposentadoria. Pagar INSS é o básico do básico. Então, se você for autônomo, providencie (sério). Mas pesquise outros investimentos de longo prazo (tesouro IPCA 2045, por exemplo).
  4. Um plano para pagar a faculdade dos seus filhos. Se você tiver filhos, pode investir uma quantia X mensalmente para eles resgatarem na época da faculdade, com 17 ou 18 anos. Existem fundos CDB com planos para 10 anos, por exemplo, mas existem outros. Busque informações! Mesmo que seus filhos resolvam não fazer faculdade, ter essa grana guardada será algo que todos agradecerão.
  5. Investimentos na sua própria carreira. Este ponto é pessoal, mas acho importante citar. Eu não me vejo parando de estudar. Acho importante continuar evoluindo no aprendizado. Cada pessoa tem a sua história de vida, eu sei. Mas acho extremamente importante continuar estudando – idiomas, mestrado, doutorado, cursos livres, certificações. Tudo isso não apenas ajuda a valorizar o “currículo” como faz de você uma pessoa sempre atualizada na sua área.
  6. Investimentos em bens e patrimônios. Por mais que alguns especialistas financeiros digam que adquirir bens nem sempre é o mais indicado (comprar um imóvel financiado, por exemplo), eu acho que isso varia muito de pessoa para pessoa. Eu acredito que construir um patrimônio de bens traz uma certa segurança.

Eu não invisto em ações, debêntures e relacionados, pelo menos por enquanto. Ainda estou focada nos pontos acima, que me deixam tranquila por hora. Pode ser que no futuro isso mude.

E você, o que recomenda em termos de investimentos?

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27 comentários em “Começando a traçar um plano de finanças para a vida”

  1. Discordo apenas em relação ao FGTS. Como empresário, vejo que vivemos nessa bolha que um dia vai estourar, e pago o FGTS para o funcionário e esse dinheiro não rende nada para ele.

    Para autônomos sugiro investir o dinheiro com uma visão mesmo a longo prazo para garantir a independência financeira.

    1. Acho que o FGTS para o funcionário é uma boa garantia pois olhando o que a Thais postou é MUITO dificil em termos de educação o brasileiro poupar. Estou começando de pouco a pouco uma poupança, e aprendi isso tarde. Não tenho FGTS, pois sou autônoma, mas como gostaria!

      Eu ainda estou na fase “pagar as contas e poupar para emergências”. A questão que sempre penso é “sempre vai haver emergências…” … e então, como poupar sem ficar no vermelho ou não aproveitar minimamente a vida? A regra do brasileiro é que – infelizmente – ganhamos muito pouco. Poupar pra tantos fins parece completamente inviável sem abrir mão o tempo todo de pequenas e grandes coisas, como viajar e oferecer o básico pros filhos.

      1. Silvana Aparecida da Silva

        Nossa Evelyn! Penso exatamente como você quanto a ter um baixo salário e várias coisas com as quais se preocupar.
        Fico perdida, pois não sei se devo fazer uma coisa de cada vez e desta forma investir um esforço maior em uma reserva antes de dar um próximo passo… ou então, iniciar todas as reservas (de emergência, para aposentadoria, para realizar sonhos de curto, médio e longo prazo), dividindo desta forma o $ entre todas elas
        :D.
        Silvana

      2. Você é autônoma e pode guardar dinheiro em um lugar que renda muito mais que o FGTS. Por que você iria querer ter que ser obrigada a guardar dinheiro em um lugar que nem ao menos rende a inflação?

        1. Eu sou autônoma apenas no sentido de não ter CTPS assinada. Mas não tenho participação nos lucros ou renda variável.

          A questão toda é que não fomos ensinados a poupar. Infelizmente.

    2. Concordo plenamente com você. FGTS não é investimento! Além disso, o rendimento perde para a inflação. Contribuo compulsoriamente, mas se tivesse escolha, com certeza não faria.

  2. Querida, Thais
    boa tarde!
    Receio que tenha confundido FGTS com INSS, não ?

    Esse sim, apesar de sabermos de todos os problemas do pais com relação à previdência social, ainda vale a pena ser pago, pois te garante um mínimo que seja em casos de acidente ou licença maternidade, por exemplo.
    O inss mesmo como autônomo vale a pena recolher sobre um salário mínimo.

  3. Boa tarde Thaís

    Ótimas colocações sobre o assunto.
    Falar familiarmente e de forma geral em sociedade sobre dinheiro entendo que ainda é tabu.

    Quanto a pagar FGTS acredito que a intenção tenha sido falar que é basico pagar INSS?

    Sobre a observação do leitor como empresário compreendo o que disse sobre o rendimento do FGTS… é pouco. Acho que ainda prevalece a finalidade para o qual foi criado a troca da estabilidade pelo FGTS mas mesmo assim a remuneração poderia ser maior. Abraçoa Thaís acompanho você faz tempo!

  4. Thais,
    Eu gostei muito desse post, de verdade! Esse é um assunto delicado, que a gente quer ouvir/ler conselhos de quem a gente confia. Obrigada! 🙂

  5. Ótimo Thais. Assunto super importante! Acho apenas que você quis dizer INSS e não FGTS. Contribuir com um valor mínimo do INSS paralelamente com outros investimentos de longo prazo.

  6. tbm acho que nao se deve valorizar o FGTS e sim um tesouro direto com periodos longos.

    o fato de ter as duas emergencias acima citadas é fundamental pra ter tranquilidade na vida.

    sobre ações e investimentos em renda variável, melhor fonte de conhecimento hoje em dia eu acho que é na bastter.com

  7. Thaís, no lugar de FGTS, imagino que seja INSS, certo? Porque o FGTS rende apenas 3% a.a. e a movimentação, mesmo no caso de recolhimento feito para o dono da empresa, é restrito às leis de saque do FGTS.

  8. Bom eu li o post já corrigido e concordo com tudo o que vc disse, bem eu já tenho 35 anos, trabalho como funcionária em uma empresa onde vejo boas perspectivas, entrei lá faz somente dois meses, nas essa porta esta me abrindo novas realidades,pois antes ganhava liquido um salário minimo e estou lá pois voltei a estudar. Estou fazendo um curso técnico em finanças pelo Centro Paula Souza.
    E seu post condiz com o que tenho aprendido, te acompanho desde 2012 e saiba que vc é uma referencia para que eu me organize pra vida.
    Meus próximos passos são os investimentos.

  9. Pode parecer bobeira,as eu acho bem importante dar “mesada” pros filhos, mesmo que seja pouco… Eu ganhava mesada dos meus pais desde uns 6 anos de idade, e acredito que aprendi a poupar daí. Deixava de comprar picolé ou revistinha, pra guardar e poder comprar uma coisa maior depois de alguns meses.
    Desde sempre, fui muito econômica. Na minha época da faculdade eu ganhava uma “bolsa” inicialmente de 300 reais, que depois de 2 anos subiu pra 500. Em 4 anos consegui juntar o equivalente a 10mil reais (além da bolsa, eu dava aulas particulares e fiz estagio remunerado por um tempo), que usei para fazer um curso de inglês no Canadá…
    Esse sentimento de evitar gastar com coisas pequenas e poupar, mesmo sem um objetivo ainda claro, me acompanha por toda a minha vida.

    1. Anne eu aprendi a administrar muito bem a minha mesada, fazia render demais.
      A minha irmã 5 anos mais nova também sempre ganhou o mesmo valor de mesada que eu, gastava tudo logo no dia seguinte e assim continua até a vida adulta. Sempre passou e ainda passa por perrengues para lidar com dinheiro.
      Acredito que seja muito do perfil de cada um, mas que sempre pode ser trabalhado e desenvolvido.

      1. Verdade.
        Mas aí com a mesada, os pais podem diagnosticar essa “compulsividade” na criança e corrigir desde pequeno, mostrando que se ela gastar tudo com besteiras no primeiro dia, não vai conseguir juntar pra comprar algo grande…
        Acho que educar durante a infância deve ser mais fácil do que depois de adulto, né?
        Talvez tenha faltado seus pais fazerem isso (e os meus também, porque depois que você falou sobre a sua irmã, eu lembrei da minha, que é bem parecida com a sua nesse quesito)

  10. Gaste menos do que ganha, e guarde a diferença. Crie varias fontes de renda e não ignore nenhuma por menor que seja, elimine ao máximo os gastos. Controle o uso do cartão de credito, eu uso um somente para despesas de alimentação, outro para combustivel e manutenções e mensalidades, e outro exclusivo para compras de novos itens ou bens.
    Preços de oferta (boi de piranha) se o produto for bom e não perecível compre o suficiente para um ano(se estiver onde estocar). Compras de itens de maior custo, espere, espere e espere mais um pouco as vezes era só uma vontade louca, a não ser se for para comprar os livros da Thais valem muito mais que o preço pedido.
    Tente anotar tudo que gasta, seja pelos apps dos cartões, mas o melhor é papel e caneta. Não atrase seus compromissos, evite os juros por atraso, peça descontos dentro do plausivel (não explore quando o preço já esta bom) .
    Sobre INSS e FGTS, se vc criar seu próprio capital, os valores que receber de ambos serão somente complementos.

  11. É muito importante que eu escreva um plano financeiro todos os anos. Uma vez descobri que não tenho nada: sem depósito, sem casa. Então percebi que você precisa planejar seus custos. Durante três anos, já reservei 30% do valor necessário para a primeira prestação de um apartamento. Eu já escolhi o lugar https://new.flatfy.ro/bul-revoluției-52-54-arad. Espero que num futuro próximo eu possa comprar este apartamento e planejar minha vida financeira ainda mais.

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