Para mim, uma das maneiras de mais exercitar a criatividade no dia a dia é deixando a nossa cara com a nossa cara. Acredito que decoração não se finalize. A gente vai construindo aos poucos, colocando um quadro ali, um enfeite ali, pintando uma parede de acordo com o que se sente naquele momento, acrescentando uma planta nova, trocando as cortinas quando dê na telha. Vejo um paralelo muito próximo da decoração com o estilo pessoal, em termos de moda. Suas roupas são quem você quer mostrar ao mundo. É o seu cérebro por fora (Coco Chanel disse isso? Alguém disse isso, não fui eu!). Eu vejo a decoração da mesma maneira.
Gosto da abordagem da Marie Kondo de perguntar se um objeto me traz alegria. Não acho que deva ser o único critério de seleção, mas ele é importante. Se eu não gosto de algo que eu tenho na minha casa, por que mantê-lo afinal?
Se eu preciso comprar um abajour para o meu criado-mudo no quarto, eu vou buscar aquele abajour que tenha mais a ver comigo. Mas que também tenha a ver com os objetos ao seu redor – o estilo da casa. Vou querer equilibrar as cores. E tudo isso mexe muito com a minha criatividade, porque vira um jogo. Não se trata de ir simplesmente na Tok&Stok e comprar um abahour (apesar de isso muitas vezes acontecer!), mas de olhar para um e dizer: “esse não!”. Duas semanas depois, ir em uma feira de objetos usados e dizer: “hmmm, quase!”. Vira um jogo que, pelo menos para mim, estimula a criatividade.
Eu também gosto de pesquisar referências na Internet. O Pinterest me ajuda muito. E, com essas referências, gosto de fazer desenhos de como quero que fiquem as coisas, um ambiente, um cômodo, um armário.
Fazer exercÃcio me ajuda a economizar muito também. Quando montamos nosso primeiro apartamento, precisávamos de TUDO. E, para ter TUDO logo, deixamos a qualidade de lado em algumas coisas, para pagar mais barato e ter logo tudo o que precisávamos. Acredito que ficamos com uns 30% daquilo que compramos para o nosso primeiro apartamento, depois que nos mudamos. Porque muita coisa estragou, quebrou, sem possibilidade de conserto. Mas aquelas que comprei com significado, fazendo o exercÃcio que citei acima, ficaram.
Tem que ter paciência. Tanto para encontrar o que procura quanto para pagar mais barato em liquidações de grandes lojas. Mas isso torna a brincadeira ainda mais divertida.
É claro que você pode permitir que a criatividade vá para o artesanato também, se você for chegada(o). Ter em casa um quadro que você pintou, montar um mural com desenhos dos filhos, ter uma toalhinha de crochê feita pela avó sempre são toques únicos e que dão mais vida ao ambiente.
Nossa casa é o nosso santuário. O lugar que vivemos, convivemos com quem amamos, buscamos refúgio depois de sair e voltar. Precisa ser agradável. Não é para ser padrão, comum, ou triste. Traga mais de você para as suas coisas do dia a dia e você verá como isso pode revelar aspectos bem bacanas da sua própria personalidade, que talvez você não estivesse prestando atenção antes.
Thais, estou vivenciando esse momento da decoração do meu apartamento. Quando me mudei com o meu filho a intenção não era ser permanente pois iria me casar, então fui comprando o básico e não com tanta qualidade assim.
Esse ano terminei o meu relacionamento e me vi com um apartamento que não tinha tanto a minha cara e nem do meu filho. Estou fazendo tudo aos poucos, um jogo de cama novo que é muito a minha cara, o quarto do jeito que eu sempre sonhei, algumas plantinhas e tapetes….
Faltam ainda muitas coisinhas para fazer e comprar, mas tudo que coloquei lá nesse ano é tudo que eu queria de verdade e que tem um carinho e significado enorme.
E agora falta fazer mais detralhe nesse processo! haha
Esses posts sobre a criatividade estão maravilhosos! =)
Beijos
Adorei o texto! A casa vai mudando junto com a gente. Vamos nos renovando, nós duas, a casa e eu… 🙂
Passei pra dizer que amei o layout novo do blog *-* Tá maravilhoso!
Também adorei as dicas que você deu nesse post, eu também comprei algumas coisas de péssima qualidade e hoje em dia busco comprar uma coisa de cada vez, fazendo compras conscientes de produtos que realmente me atendem e com mais qualidade, além de ter investido em artesanatos (minha casa estava bonita, mas nem parecia que eu morava lá, sabe?) <3
Enfim, também fiz um pedido de vÃdeo lá nos comentários do seu último vÃdeo do YouTube e estou aqui torcendo por sua recuperação <3
Obrigada, Mileni <3
Tb gosto de algumas ideias da Kondo… Mas não sei se é uma boa descartar um item que não nos traz felicidade – porque ele pode não trazer felicidade apenas naquele momento. É um risco muito grande sair descartando as coisas para depois precisar delas. Acho mais interessante ter um tipo depósito em casa… O que não tem sido útil vai pra lá por um tempo. 6 meses, um ano, talvez. Passado esse perÃodo, se o objeto não for usado, talvez seja o momento de descartá-lo. Bem, essa é só minha tática. hehe
Concordo com você.
Achei extraordinário: “Suas roupas são quem você quer mostrar ao mundo. É o seu cérebro por fora (Coco Chanel disse isso? Alguém disse isso, não fui eu!)” !!!!
Estamos em constante mudança e é normal os nossos objetos mudarem também. Muitas vezes não consigo escolher o que dá aquele “ESSE!!!!” e pela necessidade, fico pelo…”quase esse”…aà vem o trabalho de decisão, neste caso serve o quase ou posso esperar o “ESSE!!!”? Se posso esperar ok, mas caso contrário aprender a lidar com o quase.
kkk te entendo!
Eu consigo gostar até de textos que não são muito o meu estilo (ou que acho que não são), quando eles são de sua autoria. IncrÃvel isso. Ao ler os seus posts diariamente, no fundo eu sinto que você sempre tenta nos dizer, seja qual for o conteúdo: “- Dê um significado próprio a sua vida em todas as áreas, tudo nela deve refletir o que você é”. Não é só organizar, por organizar, a organização aqui tem um sentido, tem um significado deve ser coerente com o que somos. Gratidão, ThaÃs. Os seus textos e conteúdos me fazem querer mudar para melhor e descobrir-me a cada dia e imprimir em tudo, o que eu sou.
é incrivel essa sensação de comprar algo que a gente realmente goste… eu por exemplo namorava há anos cadeiras Eames. Quando elas chegaram eu comecei a olhar pra elas na minha sala e me sentia tão bem, tão aconchegada… É uma sensação gostosa!
É uma coisa que eu nessa altura da minha vida estou sabendo fazer com mais paciência….
Abraço!
Aconteceu comigo também de ter que começar do zero e não poder investir em qualidade e ir só no básico. Agora estou passando por essa fase de decoração após uma reforma, o que me ajuda é que eu e meu marido temos o mesmo estilo na decoração, então fica mais fácil, sempre somos objetivos no que queremos, quando vamos comprar alguma coisa sempre pensamos no todo, não apenas no objeto, e isso vai de uma peça de decoração há um item do material de construção. O que me ajudou a enxergar dessa forma foi um post que você fez há um tempo atrás sobre saber o seu estilo na decoração, isso realmente faz muita diferença, porque não compramos nada que seja apenas uma peça bonita.
Adorei esse texto, e você como sempre parece que adivinha o momento que estamos passando, e vem com um texto que se encaixa certinho rsrs 😀
Beijos e obrigada!!
Gostei demais.
Organizar e decorar é um dom e nisso vc tem de sobra.
Obrigada pelo texto.
Luciana Paixão
http://www.aarquiteta.com.br/blog
Muito bom! Pra mim uma casa organizada é o começo de uma vida organizada. Obrigada pelas dicas!! 🙂