Commonplace books

A Universidade de Harvard define um CPB como "uma coleção de passagens significativas que foram copiadas e organizadas de uma determinada maneira, através de tópicos ou títulos temáticos, para servir como registro de memória ou referência". Esses cadernos (ou livros) são geralmente escritos à mão e podem conter não apenas textos como imagens e colagens. A informação é organizada de modo que possa facilitar a consulta posterior.

Hoje eu gostaria de escrever um pouquinho sobre um assunto que estou apaixonada atualmente, que é o conceito de commonplace books. Commonplace books são basicamente livros ou cadernos criados por uma pessoa onde ela anota ou registra trabalhos de outros, porém com suas próprias palavras, junto com observações pessoais de aprendizado. São basicamente uma maneira de agrupar conhecimento “pessoal” usando um mesmo caderno, até acabar, sobre variados assuntos. Desse modo, ao longo de uma vida, você pode ter um registro cronológico do seu aprendizado e, mais forte que diários, te ajudam a analisar futuramente essas observações e como “a sua cabeça estava funcionando e focando” em cada época da sua vida. Fascinante!

Lewis Carroll

Esses livros têm história – são uma tradição antiga. Grandes nomes da humanidade fizeram os seus. Dentre eles: H.P. Lovecraft, Thomas Jefferson, Thoreau, Ralph Waldo Emerson e outros. Não se trata de um caderno com foco em planejamento, como acontece com os bullet journals, por exemplo. Trata-se de um caderno de referências, onde você registra conhecimento adquirido. Também não são diários. Diários costumam ser mais introspectivos.

Se você gosta de ler e estudar diversos assuntos, pode se interessar pela ideia do CPB (commonplace book). Tudo o que você precisa é de um caderno de sua preferência e uma caneta, e então pode começar a registrar aprendizados, frases preferidas, trechos de livros e o que mais for relacionado.

A Universidade de Harvard define um CPB como “uma coleção de passagens significativas que foram copiadas e organizadas de uma determinada maneira, através de tópicos ou títulos temáticos, para servir como registro de memória ou referência”. Esses cadernos (ou livros) são geralmente escritos à mão e podem conter não apenas textos como imagens e colagens. A informação é organizada de modo que possa facilitar a consulta posterior.

O primeiro registro de um CPB vem da Idade Média, mas o conceito em si vem desde a Roma e a Grécia antiga. Os CPBs se tornaram populares durante o período renascentista, quando os estudantes começaram a registrar seu aprendizado. Apesar de serem registros individuais, os CPBs servem como legado para outras gerações, pois são como “autobiografias da mente”.

Mais uma vez, para criar um CPB você só precisa de um caderno e uma caneta. A maneira como você vai organizar o conteúdo fica totalmente a seu critério. Eu gosto de organizar em ordem cronológica (insiro a data do dia em que farei a anotação e escrevo) e, no início ou no fim do caderno, ter um índice para listar os tópicos principais, com as páginas numeradas. Outra maneira é usar canetas marca-texto para termos importantes ao longo dos textos, pois em uma folheada você consegue ver os tópicos.

Use a abuse da sua imaginação para organizar as informações. Você pode inserir quadros de destaque, desenhos, mapas, mapas mentais, colagens e por aí vai. Usar post-its, canetas coloridas e todas aquelas parafernálias de papelaria que nós amamos. <3

Sobre os cadernos em si, eu acredito que, para CPBs, os cadernos pautados (com linhas) funcionem melhor, mas você também optar por outros formatos se se identificar mais. Outra dica é usar cadernos de capa dura, para que durem mais tempo. Você pode até querer encapá-los. Eu tenho usado Moleskines.

Eu tenho preferido ter um único caderno para registrar os aprendizados de maneira cronológica. Ao longo da vida, tentei fazer cadernos por temas diferentes mas, para mim, não funcionou. Eu sempre acabava abandonando porque, por exemplo: se eu fosse viajar, teria que levar todos os cadernos comigo, caso quisesse registrar algo. Portanto, um único caderno tem funcionado melhor para mim desde então. Quando ele acaba, eu coloco no início (geralmente na contracapa) o período pelo qual eu o usei e começo a usar um novo. Eu nem conhecia o termo commonplace book, mas já naturalmente me identifiquei com ele. Fiquei sabendo do termo recentemente, ao ler um livro sobre bullet journals, e adorei!

E você, já ficou com vontade de fazer o seu? Deixe nos comentários!

Fontes deste post:
http://www.dirgemag.com/bullet-journals-commonplace-books/
http://ocp.hul.harvard.edu/reading/commonplace.html