Um dos temas mais abordados nos comentários dos posts aqui no blog é sobre a eterna questão: eu organizo a casa, mas meus familiares não. Como motivá-los? Então o post de hoje é para a gente bater um papinho sobre esse assunto.
Eu já tenho o blog há quase 11 anos e, durante esse tempo, aprendi muitas coisas conversando com as pessoas e estudando materiais relacionados a esse assunto. Minha opinião vai se pautar em um dos valores mais fortes do Vida Organizada, que é a questão da Autonomia. Eu acredito que, para uma pessoa se organizar, ela precisa ter autonomia. Não dá para obrigar ou tentar convencer ninguém.
Mas então como nós, que gostamos do assunto, podemos conviver com outras pessoas desse jeito? Acho que é aqui que reside a chave do problema.
Organização X Arrumação
Primeiro, vamos falar sobre a diferença entre organizar e arrumar. Organizar é encontrar soluções práticas para a casa. Arrumar é colocar no lugar. Se você arrumar uma casa que não esteja organizada, fatalmente as coisas não terão suas casinhas certas, não terão lugar certo, e mesmo guardadas, pode ficar aquela sensação de bagunça.
Muitas vezes, os membros da famÃlia não fazem bagunça ou deixam as coisas espalhadas porque querem, mas porque é mais fácil. Eles não sabem exatamente onde colocar tal coisa, ou arrumar determinado objeto é muito difÃcil (uma gaveta entupida de toalhas é completamente desanimadora).
Destralhe
Muitas vezes, o simples fato de destralhar já ajuda a aliviar a pressão, pois envolve a diminuição da quantidade de objetos. Comece destralhando os seus objetos pessoais: roupas, acessórios, cosméticos, livros, DVDs etc, e só depois passe para as áreas de uso comum da casa, sempre respeitando os objetos dos outros. Geralmente, esse movimento chama a atenção e, quando as pessoas passam a ver os benefÃcios, elas querem fazer parte. Se isso acontecer, ofereça apoio. Nunca, em hipótese alguma, saia doando ou jogando fora as coisas dos outros, mesmo que a outra pessoa seja uma acumuladora compulsiva. Não são as suas coisas.
Aceite
Pode acontecer de a pessoa não se manifestar e continuar lidando com a sua própria bagunça. Se ela não fizer isso com o ambiente de uso comum de todos, tudo bem. Deixe que ela tenha seu quarto como quiser, com a bagunça que ela quiser. Vejo especialmente pais e mães de adolescentes que ficam malucos com a bagunça no quarto dos filhos, chegando a entrar e querer limpar tudo. Precisa mesmo? Questione-se. Aqui envolve a autonomia de maneira geral. Afinal, esse adolescente um dia vai morar sozinho. Deixe ele se virar.
Por outro lado, deixe claro que essa regra serve apenas para o quarto dele ou dela. Nas áreas de convivência em comum, valem as regras dos adultos.
“Ah, mas o problema são os adultos”. Então voltamos no primeiro tópico deste post: a casa está organizada e possibilitando a arrumação? Porque, se não houver lugar certo para as coisas, ninguém vai se motivar a arrumar o que estiver fora do lugar. Então aqui pode entrar o seu papel de observar as pistas deixadas pela bagunça. É melhor e menos cansativo que você se responsabilize por essas soluções que perder tempo diariamente arrumando a bagunça dos outros e se estressando por conta disso. Uma coisa é certa: se a arrumação for mais fácil que a bagunça, ninguém vai bagunçar. E, se bagunçar, será exceção.
Pense na organização como uma benção que você pode dar aos moradores da sua casa – algo que você está ensinando a eles e a si mesma. A organização é algo que deve servir você e a sua famÃlia, não o contrário. Senão, vale mais a pena manter a bagunça e ter uma famÃlia feliz. Tá bem? o objetivo da organização é ajudar e simplificar o dia-a-dia, não torná-lo mais estressante. Se isso estiver acontecendo, veja se você está está fazendo tudo o que eu falei acima. Será que você não está:
– Focando na arrumação, em vez de prestar atenção na organização?
– Deixando de perceber as pistas que a bagunça dá?
– Comprando brigas desnecessárias?
– Se entregando à bagunça dos outros?
– Pirando na organização e esquecendo das outras pessoas?
Faça uma análise da sua situação de maneira geral e lembre-se que, no final das contas, relacionamentos são importantes, especialmente com as pessoas com quem vivemos dentro de casa.
Excelente post!
Aqui em casa as coisas são bem distintas, minha mãe é a acumuladora. Mas conforme os anos se passam e com a ajuda do blog percebi que se ela esta feliz com a situação do armário dela, quem sou eu para me envolver?!
A única coisa que me incomoda é com relação as contas, os comprovantes dançam pela casa, mas já dei um incentivo dando uma pastinha com a etiqueta contas pagas. Verei se deu frutos em breve.
Aqui o problema é que minha mãe entulha os armários e não quer se desfazer de nada, de nenhuma tralha de jeito nenhum. Já tentei conversar com ela algumas vezes, mas não posso nem tocar nesse assunto que ela surta. Ela tem muita dificuldade de pensar em se desfazer de coisas que ninguém usa e que ocupam o espaço comum familiar (coisas de cozinha especialmente). Inclusive já ouvi o absurdo de que o único espaço que eu posso palpitar é meu quarto, que o resto não é meu. Eu contraponho explicando que meu quarto é meu, o quarto dela é dela e, que eu saiba, a cozinha era nossa, e ela não fala mais comigo o dia inteiro kkk
Aà não tem como organizar os espaços, e sou eu que tenho que ficar arrumando por cima – meu pai não arruma, minha mãe arruma do jeito menos funcional possÃvel (que a gente tem que tirar mil coisas pra encontrar uma) e minha irmã quase não fica em casa. Eu que lavo/seco a louça e guardo as compras, e aà tenho que ficar me virando pra tentar ajeitar a bagunça que não posso organizar de verdade… Eu gostaria de não me incomodar com isso, pra não me estressar com minha mãe, mas abrir um armário pra pegar uma coisa quando tô com pressa e ter que ficar procurando, e as outras coisas ameaçando cair é um saco rs
(E ainda tem o fato de meu pai ver coisas por centavos de desconto e comprar 10 de uma vez, abarrotar o espaço, passar da validade, ele perder dinheiro continuar fazendo sempre o mesmo.)
Queria poder ajudar, mas é aquela coisa… Só dá pra ajudar quem quer ajuda :\
Adorei o post Thais!
Como já comentei aqui outras vezes, na minha casa acabamos perdendo a paz por falta de organização. Tenho um irmão que não colabora com os afazeres e não tem nenhum zelo pelo trabalho que eu e minha mãe temos para manter as coisas em “ordem”. A verdade é que minha mãe culpa meu irmão pela bagunça mas ela não percebe que não conseguimos chegar a um ponto ideal de arrumação porque ela simplesmente quer arrumar a casa uma vez na semana e quer que ela se mantenha assim. Ela não percebe que a casa é uma “entidade viva” e que requer manutenções diárias como lavar a pia do banheiro, varrer, tirar o pó dos móveis pretos, acabar com a bagunça visÃvel etc. Aà ela coloca toda a culpa da bagunça no meu irmão mas na verdade mesmo ele tem só uma parte.
Minha mãe trabalha com alimentos, ama o que faz, trabalha numa cozinha anexa a minha casa e se dedica de 12 a 16 horas por dia ao trabalho de forma muito natural e com muita satisfação. Mas nesse ritmo ela se esquece completamente da casa, só trabalha, faz almoços deliciosos e mantém a cozinha limpa e organizada, não dando importância nenhuma ao restante da casa. Tem dias que a pia do banheiro está um nojo e eu deixo pra ver se ela dá uma lavada (com a mão mesmo antes do banho) mas ela não faz. Quando pego pra dar essa limpeza de manutenção no banheiro lavo a pia com bucha, passo um pano com água sanitária no vaso e no chão (fora do box), limpo o espelho e não gasto sequer 05 minutos, a parte de dentro do box lavo com uma escovinha durante o banho e também é super rápido.
Enfim, penso que se minha mãe resolvesse dedicar de 20 a 30 minutos por dia a essas manutenções diárias grande parte dos problemas estariam resolvidos, mas ela infelizmente ainda não entende isso.
Também fico irritada com a bagunça do meu irmão mas estou aprendendo a lidar, pego as coisas que ele deixa espalhado pela casa e jogo dentro do guarda roupa. É chato, mas não acho que a bagunça deva custar a nossa Paz. Como vc disse: ” organização é algo que deve servir você e a sua famÃlia, não o contrário. Senão, vale mais a pena manter a bagunça e ter uma famÃlia feliz.” Vou adaptar essa frase e colar aqui em algum ambiente aqui de casa, quem sabe dá um clique né!? 😉
Acabei desabafando! kkk
Beijos
Em casa eu tenho uma gaveta com medicamentos (1ª gaveta logo abaixo do balcão). Meu marido abre a gaveta, tira a caixa do medicamento, larga em cima do balcão e fecha a gaveta. Toalha de rosto ele usa e não pendura de volta no pendurador de toalhas, deixa embolada em cima da pia. Destampa as lixeiras e não tampa de volta. Instalei um porta-chaves na entrada de casa, ele passa pelo porta-chaves e larga as chaves em qualquer lugar. E isso são só exemplos. Quando eu reclamo sobre a bagunça dele, se se defende me acusando da minha desorganização (que eu mantenho ao máximo controlada). Quando eu me entrego à bagunça dele e desisto e começo a largar as minhas coisa pela casa também, ele levanta e berra “Essa casa tá uma bagunça”. Conclusão: Ele pensa que a bagunça dele não é bagunça. Só a minha que é.
Queria que ainda tivesse disponÃvel a opção de compartilhar o post aqui no site mesmo, não apenas no facebook.
Oi Bruna, tudo bem? Os botões de compartilhamento ficam no final do post.
e quando chega o ponto de estagnação? Onde o desequilÃbrio foi fatal para dar o primeiro passo?