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Reflexões sobre o meu trabalho atual

2016 tem sido um ano de grandes descobertas no meu trabalho. Se você está chegando aqui pela primeira vez, prazer: meu nome é Thais e, em 2014, eu larguei meu emprego para empreender e viver daquilo que eu amo, que é inspirar as pessoas a se organizarem para que tenham mais qualidade de vida. Eu já tinha o blog (este!), que criei em 2006, tinha acabado de publicar um livro (Vida Organizada, Ed. Gente) e vinha planejando uma transição de carreira nos últimos meses antes de finalmente dar esse pulo. O blog nunca tinha sido usado como meu veículo de trabalho até dois anos atrás, quando passei a viver do que eu gosto de fazer, e até hoje sou super criteriosa com o modo como isso é feito.

2014 foi o ano de semear, meio sem foco até, o que eu queria. Me dediquei ao aprendizado como professora de GTD e de organização, onde descobri meu caminho. Gosto muito de estar com as pessoas, ensinar, buscar soluções que efetivamente funcionem em termos de organização. Em 2015, atendendo pedidos dos leitores, lancei os cursos em formato online também. Foi quando eu descobri que o importante mesmo era ensinar a organizar, e que o formato podia variar.

Isso, no entanto, é um terreno perigoso, porque quando você começa a empreender, precisa se especializar cada vez mais, e não abrir tanto o leque. Eu acho que abri o leque demais. Todos os assuntos que eu trato são relevantes ao assunto organização, mas eu não tenho como fazer tudo sozinha. E nem preciso. 2015 foi um ano que me permitiu conhecer e começar a trabalhar com pessoas muito queridas para mim, mas esse segundo passo foi ousado. A partir do momento que você acolhe pessoas na aba do seu trabalho, você se torna responsável por elas. E, para isso, você precisa ter uma estrutura legal. Não é todo mundo que tem. Então eu queria compartilhar um pouco desse aprendizado.

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Hoje eu vejo o Vida Organizada como uma empresa criança mesmo. Não acho que esteja passando pelos “terrible two” (termo usado para se referir a uma fase quando as crianças ficam um pouco difíceis), mas eu tenho aprendido muito nesse último ano (entre setembro de 2015 e setembro de 2016).

Em primeiro lugar, com relação às finanças. Eu não tinha dimensão do que seria o meu trabalho e o que eu ganharia com o Vida Organizada. Empreender é uma coisa maluca porque você aprende na marra que, se em um mês as coisas vão bem, não se sabe como será o mês que vem. E todos sabemos que o nosso país não está em sua melhor fase. Eu aprendi demais sobre finanças nesses dois anos. Tive que aprender, na marra. E eu gostaria de ter feito muitas coisas de forma diferente mesmo antes de ter largado meu emprego – poderia ter estruturado alguns pontos melhor, se eu soubesse o que eu sei hoje.

Em segundo lugar, com relação ao público do Vida Organizada. Quem são as pessoas que eu gosto de conversar? Quem são as pessoas que gostam de conversar comigo? Quem precisa do Vida Organizada? E, por fim, como eu posso ajudar?

Meu trabalho é muito pautado em significado. Não consigo desvincular o que eu acredito do que eu faço. Já cancelei e recusei muitas propostas de trabalho que não condiziam com o VO e que eu sei que os leitores não iam gostar. Para mim, trazer algo que efetivamente ajude as pessoas é o principal. E eu também tenho a preocupação financeira – trazer formatos diversos em valores diferentes também, acessíveis a todos, muitos de graça, assim como a preocupação com a minha parte – manter o blog, pagar as contas da empresa, investir em coisas novas, equipamentos, além de sustentar a minha família.

Hoje eu sei que o Vida Organizada tem um público muito claro e muito fiel. Quando conheço um leitor pessoalmente, não tenho como não ficar emocionada com tudo o que ouço, com o carinho que recebo e com a alegria que procuro retribuir. Acho que o mais legal da coisa dos blogs é que o autor é uma pessoa comum, que simplesmente escrever trazendo algo de valor para as pessoas, e isso que torna todo o relacionamento mais íntimo e extraordinário, mesmo sem que você conheça quem está do outro lado.

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Conversei com uma amiga de profissão e falava para ela como eu tenho essa preocupação de lançar produtos e serviços mais “caros” porque não quero associar meu trabalho a algo elitista. Quero que todos tenham acesso. E ela me tranquilizou, dizendo que eu não passava essa imagem. Mas eu me preocupo com isso o tempo todo. Porque, apesar de produzir a maior parte do conteúdo gratuitamente aqui no blog (ele é quase ad-free, ou seja, não tem muita publicidade), eu também preciso ter dinheiro para pagar as contas da empresa, investir mais no blog e continuar vivendo disso, propriamente dito. É um equilíbrio que eu acredito que todo empreendedor consciente deve buscar.

Eu desenhei hoje todos os formatos que o Vida Organizada tem de ajudar as pessoas e gostaria de compartilhar com vocês:

  • Blog, grupos no Facebook, dicas no Instagram, vídeos no YouTube e outros: conteúdo diário gratuito desde 2006, que me dedico muito (é o que mais me dedico, na verdade). Faço questão que o conteúdo seja acessível a quem quiser se organizar, mesmo que não queira ou não possa investir em algo maior. O investimento que faço aqui é enorme: de tempo (todos os dias pesquisando, estudando, escrevendo) e de dinheiro (layout, livros para aprimorar conteúdo, revistas nacionais e importadas, cursos etc). A criação de conteúdo vem da criatividade, então é natural que em algumas épocas eu estava mais criativa que em outras. Aprendi a respeitar o meu ritmo.
  • Palestras: Frequentemente sou convidada a ministrar palestras, que em sua maioria são gratuitas. Sempre que um evento assim acontece, eu divulgo no blog para quem quiser ou tiver a oportunidade de participar!
  • Meus livros: Tenho dois livros publicados (Vida Organizada e Casa Organizada), que custam na faixa de 25-30 reais. Ter publicado livros foi uma maneira legal de colocar o conteúdo do VO de maneira mais enxuta para quem não acessa sempre o blog. E os valores são acessíveis. Os e-books são ainda mais baratos (na faixa dos 15 reais).
  • Cursos online: Algo que os leitores sempre me pediram foi para fazer cursos online, de modo que eu pudesse transmitir o conteúdo dos meus cursos sem que eles precisassem viajar para fazer cursos presenciais. Comecei a fazer em 2015 e, hoje, o Vida Organizada tem uma plataforma com os cursos gravados e pretendo gravar mais, sempre com conteúdo atualizado, enfoque prático e específico para você se organizar.
  • Workshops presenciais: São cursos presenciais, geralmente com parceiros, que envolvem cursos mais hands-on (com muitas atividades em grupo) e que, por isso, funcionam melhor em um formato presencial. É uma experiência incrível que, infelizmente, não tenho investido tanto pelos altos custos de locação de salas, lanches, passagens e hospedagem, quando em outras cidades.
  • Consultoria: Muitas pessoas me contatam porque precisam de um empurrãozinho para se organizarem. Hoje quem trabalha atendendo as consultorias é a Carol, meu braço direito, que conhece mais o Vida Organizada do que eu mesma. As consultorias podem ter de uma a muitas sessões.
  • Coaching: Se especializar, se certificar, estudar para saber e fazer o que a gente faz demanda um alto nível de investimento. Eu certamente invisto mais no blog e em todas as iniciativas relacionadas do que ganho com ele, efetivamente, e um dos últimos investimentos que eu fiz foi a certificação de coaching. Como organização se trata de mudança de hábitos, eu queria aprender como ensinar melhor, como motivar as pessoas a se organizarem. Foi maravilhoso tirar essa certificação. E agora estou estruturando esse trabalho para me dedicar a ele com calma e qualidade em breve.
  • Cursos em empresas: Outra modalidade que muitas pessoas procuram é levar cursos do Vida Organizada e trabalhos de consultoria em grupo para suas equipes. Esse trabalho é muito rico porque temos a oportunidade de transformar a cultura das empresas aos pouquinhos.

Por que eu quis mostrar isso? Porque foi uma reflexão que fiz recentemente sobre o trabalho e a forma como estruturo toda a parte de conteúdo e de educação do Vida Organizada. Vocês são os leitores e estão sempre comigo, e merecem esse carinho. Além de tudo, posso ajudar outras pessoas que estejam empreendendo e queiram trocar ideias.

Muitas pessoas vêem apenas o blogueiro ou a pessoa lançando livros, fazendo eventos, e podem não ter ideia do que tem por trás em termos de investimento de tempo e dinheiro. Hoje é assim que o blog vive. Sinceramente falando, praticamente o blog se paga e, muitas vezes, nem isso. Tenho minha frente de trabalho com o GTD que me ajuda com as contas mensais e suporta o blog quando passamos por meses difíceis. Eu me sinto privilegiada sim por viver daquilo que eu amo e ter a oportunidade de construir o meu próprio trabalho, mas ele é fruto de muuuuita dedicação, muito estudo, muito empenho 24 horas por dia, 168 horas por semana. E eu sinceramente acredito que todo trabalho feito com amor deva ser assim.

Uma vez uma leitora me disse carinhosamente que eu não preciso “me justificar demais”. Eu não sinto que esteja justificando. É que eu sou assim, sabe? Eu sou muito grata ao universo e às pessoas porque sei que tudo é um conjunto, todos nós formamos uma rede, e a gratidão deve ser a base. Eu faço as coisas com significado e gosto de contar como faço, porque penso que essa seja uma maneira de “prestar contas” com quem é tão gentil comigo. Nunca me deslumbrei, nunca achei que o que eu tenho é vazio e “manda mais” – sabem esse sentimento? Penso muito no legado de todas as coisas.

Obrigada por tudo e por estarem aqui. Sempre.