Mais de uma leitora me pediu para falar se eu continuo fazendo armário-cápsula, então eu pensei que talvez fosse uma oportunidade legal de retomar o assunto aqui no blog.
Não sabe o que é armário-cápsula? Clique aqui para ler.
A experiência do armário-cápsula foi muito importante para desencadear novamente em mim a consciência de prestar mais atenção í s peças de roupas que eu estava adquirindo e usando.
Vale lembrar que o armário-cápsula não se trata de ter poucas peças, mas de ter peças em número suficiente, coordenáveis entre si. Você pode ter poucas peças que não têm nada a ver uma com a outra, e isso não se trata de um armário-cápsula.

Quando eu fiz a análise de cores no ano passado, com a Ana, eu deixei o meu armário-cápsula de lado. Porém, quando eu trouxe as minhas roupas que estavam guardadas de volta, eu senti uma dificuldade imensa em lidar com todas elas. Eram muitas. Então eu meio que montei um armário-cápsula com as peças que tinham as cores da minha cartela de cores e eram adequadas ao clima na época. De certa forma, eram um armário-cápsula, mas sem as supostas regras que a moça do blog acima (Un-Fancy.com) havia criado. E eu me senti super ok com isso.
Depois, com a chegada do verão, foi a mesma coisa. Adquiri poucas peças, usei as que já tinha, e guardei as peças de inverno em uma mala grande de viagem em um local de difícil acesso em casa. Isso faz com que meu guarda-roupa fique apenas com as poucas peças que eu realmente possa usar no meu dia a dia. Estou fazendo assim até hoje.
Essa reavaliação tem sido feita constantemente. A última foi um pouco depois da chegada do outono.
Então, respondendo a pergunta: Você continua usando o armário-cápsula? Sim, mas sem seguir as regras da criadora do conceito. Sem tirar fotos, sem me preocupar em esperar a próxima estação para comprar alguma peça. Tenho comprado muito menos porque adquiri essa consciência já no exercício do primeiro armário-cápsula, que foi radical – e acho que é a isso que ele serve.
Tenho buscado aproveitar mais as roupas que eu tenho, mesmo não sendo das cores ideais da minha cartela. Comprei roupas usadas, olho o material e a composição das peças antes de comprar, não saio gastando com o que não preciso. Tem sido muito bom e quase não tenho comprado nada.

O que me ajuda a entender se meu guarda-roupa tem uma proporção legal é usar a regra da Ana de 5 peças de cima para cada 1 de baixo. Nossa, isso me ajuda muito! Também procuro diminuir o número de peças parecidas ou repetidas (para que duas calças jeans? ou dois sapatos marrons?). Não que seja regra, mas sempre avalio a necessidade.
Percebi que todo esse exercício também me deixou muito mais crítica e criteriosa para fazer compras. Mal tenho vontade de comprar coisas, porque acho que nada vale o dinheiro que custa. í€s vezes até preciso comprar algo, mas não consigo, porque não encontro nada que eu considere aceitável por um preço justo. Não acho que isso seja um defeito, mas certamente é um problema, porque não tenho tempo para ir para lá e para cá procurando opções. Compras online ajudariam nessas horas se eu tivesse segurança na modelagem das peças.
Enfim, vivendo e aprendendo! O armário-cápsula certamente foi e tem sido uma experiência válida que eu recomendo que seja feita pelo menos uma vez na vida de uma pessoa, para que ela sinta como pode otimizar o uso de poucas peças juntas, o que precisa ter em seu acervo, a importí¢ncia do caimento, dos bons materiais e muito mais. Só quando a gente manuseia bastante as mesmas peças é que a gente percebe.
Nossa, adorei!
Concordo, vou estudar esse armário cápsula.
Oi, Thais!
Gosto muito quando vc fala de estilo, moda e afins. Depois que eu comecei a ler blogs e livros sobre estilo + consumo consciente (peguei aqui algumas referências… obrigada!), passei a ter essa mesma sensação que vc descreveu. É difÃcil encontrar algo de boa qualidade com um preço justo e, ainda por cima, ter tudo a ver com a imagem que temos nós mesmas. Muitas vezes minha roupa não me representa. Tô aqui escrevendo o comentário e fazendo um exercÃcio mental sobre o que eu deveria fazer para mudar (reler teus posts, listar necessidades, desapegar, comprar). 😀
Até mais!
Nossa, é muito difÃcil. E aà eu fico pensando: também não quero pagar caro em algo. Chega na importância de você manter o mesmo peso, porque a roupa que você compra é um investimento, e também nos cuidados ao lavar, porque você pagou caro e não quer perder. Envolve muito mais que apenas aparência. Envolve auto-estima, saúde, casa, finanças, até trabalho. Porque a forma como você se veste impacta na sua confiança, que impacta no seu trabalho, em uma entrevista de emprego, em uma reunião. É uma coisa muito louca.
Exatamente! Ótimas ponderações, Thais. Depois fala mais sobre esse aspecto na sua vida (influências, peças adquiridas, processo de escolha, dicas rápidas), please! 🙂
Sugestão anotadÃssima. Obrigada. <3
acho muito legal esse conceito de armário-capsula. Também comecei a experiencia, mas sem seguir à risca as indicações do blog unfancy. Criei o meu próprio conceito de armario-capsula, que para mim, é um armario coeso, enxuto, poucas peças, mas de boa qualidade, que atravessam estacoes (quando possivel), só com coisas que gosto e tem a minha cara. Tiro fotos diarias para me visualizar e pensar depois se aquela roupa fez sentido para mim, se era confortavel, e cumpriu sua missao. EStou me descobrindo muito, e tornando o meu consumo muito mais consciente, e o me vestindo muito melhor! é incrivel o processo, e tem se dado em conjunto com o meu emagrecimento, onde tambem estou descobrindo aos poucos um novo corpo…
Esse processo é muito legal. Obrigada por compartilhar.
Eu participei do workshop e digo que ficou mais difÃcil a vida… hihihi Uma das questões que sempre enfrento é que uma marca X tem roupas de boa qualidade e boa duração, mas aà pesquisando um pouquinho, vejo que está sendo processada por trabalho escravo. Por outro lado, à s vezes encontro algumas marcas com uma pegada sustentável, com rastreabilidade, mas quando você pega na roupa, fica claro que não vai durar duas lavagens. Mesmo antes do workshop eu já tinha poucas peças, e está bem difÃcil fazer a reposição, por todas essas questões que você abordou. Muitas vezes me sinto paralisada, sem conseguir comprar peças que estou realmente precisando. Compras online me parecem uma boa opção, mas estou sendo bem firme: chegou em casa, ficou mais ou menos? Já volta pra caixa, pois vou devolver. Em outros tempos, eu ficaria com a roupa parada em casa, pois em algumas lojas a devolução é bem burocrática. Agora, antes de comprar, já vejo se a polÃtica de devolução é simples.
Sim, mas eu tento ver isso como uma coisa boa, porque as marcas vão querer mudar com o tempo. É que toda fase de transição é difÃcil. Por enquanto são poucas as pessoas com essa consciência, mas a tal da crise ajuda o restante a pensar assim também nem que seja apenas pelo fator financeiro.
Oi Thais,
Acompanho seu blog há uns 2 anos e isso tem meajudade muito em várias áreas da minha vida. Destralhar foi muito importante pra mim quando mudei de apto( apesar do meu marido ainda me achar muito apegada…)! E agora estou em outra fase importante e desafiadora. Fiz gastroplastia há quase um ano e comprar roupas tem sido um problema e uma delÃcia. Estou naquela transição de tamanho e ainda não me habituei ao meu novo tamanho. Emagreci ja uns 20 kilos e nunca tenho certeza de que tamanho comprar. Mas suas dicas tem me ajudado q usar o que tenho, adaptar roupas e pensar bem antes de comprar coisas que talvez só fosse usar poucas vezes.
Agradeço muito suas dicas e parabéns por seu trabalho. Parabéns!
É uma transição mesmo! Uma vez ouvi a Ana recomendar que, enquanto você não chegar ao peso estável, compre roupas que possam ser ajustadas facilmente, como malhas, saias, vestidos e acessórios. Deixe para comprar peças de tecido plano e alfaiataria, que dependem mais do corte, quando chegar nesse peso estável (e passarem alguns anos). Espero que ajude.
Me senti inspirada para fazer uma limpa no guarda-roupa. *–*
Thais achei maravilhoso o seu post!
Ano passado me formei como consultora de imagem, mas sempre li muito sobre o tema e acompanho a Ana já tem pelo menos uns 6 anos!
Quem estuda ou passa por uma consultoria de imagem fica muito chata! rs
Na verdade é muito criteriosa, como você descreveu bem acima.
Passei por uma mudança muito grande em dezembro, uma mudança de emprego, rotina e etc…
Antes eu usava uniforme e hoje já não uso mais, precisei comprar muitas peças para a nova rotina. Mas por mais que eu quisesse e tivesse dinheiro para comprar eu não conseguia! rs Nada vestia muito bem, ou não era adequado ao calor (sempre tem muito poliéster).
Uma coisa muito importante que você disse e que normalmente é difÃcil das pessoas entenderem é que ter 5 camisetas pretas no armário não faz diferença, pois vai usar as 5 peças com as mesmas peças que usaria uma. E fica sempre parecendo que não tem nada mais para combinar. Consegui achar uma flare jeans escura, pq vou comprar uma flare preta? Não é melhor um jeans reto? Ou uma skinny? Se não sempre ficaremos limitadas a um tipo só de peça e sempre parecendo usar a mesma. É melhor ter pouco, mas com mais variedade de cores e modelagens!
E o cuidado com as peças é importante sim, tenho blusas de malha bem baratinha de fast fashion que já dura alguns anos. Lavando algumas peças a mão ou colocando naqueles saquinhos para lavar na máquina a roupa acaba durando muito mais.
Me animei no comentário! rs
Beijos
Só uma correção. Armário cápsula é uma coisa beeeeeem antiga. Essas blogueiras q tem falado sobre ele só passaram a usar a técnica, não são elas as criadoras!
Tenho livros da década de 1910 que já falam sobre o armário cápsula!!