Existe no GTD uma categoria de coisas que chamamos de “Algum dia / Talvez” que, quando começamos a implementar o método, acabamos usando para inserir todas as aquelas informações que achamos que nunca vamos conseguir fazer, como “voar de balão”, “aprender a costurar” ou até mesmo “fazer um mochilão pela Ãsia”.
De fato, ela serve para abrigar ideias de projetos que queremos fazer um dia, mas não temos certeza se vamos ou não. Apenas não queremos tirar de vista. Mais do que isso, originalmente, a definição é: não demanda ação agora, mas posso querer fazer algo com relação a isso futuramente, e quero revisar semanalmente para garantir que não perca essa informação nem deixe de abrigá-la em meu sistema quando a hora certa chegar.
Depois de quase dez anos usando o GTD e depois desse mundo de informações que tive acesso direto da fonte no último ano, eu vejo a lista de Algum dia / talvez como algo muito mais poderoso. Lá, eu insiro todos os projetos que eu realmente quero fazer mas, por qualquer motivo (tempo, dinheiro, energia) eu não tenho nenhuma próxima ação a fazer imediatamente – não quero ou não posso me engajar nisso agora. Eu tenho uma nota no meu Evernote chamada “Casa na montanha”, que está na minha lista de Algum dia / talvez. Eu quero ter uma casa na montanha um dia e o fato de estar na lista de Algum dia / talvez não faz com que eu deixe de sonhar com ela. Muito pelo contrário! Gosto de coletar imagens inspiradoras, escrever ideias e ponderações a respeito desse projeto. Não tenho nenhuma próxima ação relacionada. E para mim está tudo bem.
A lista de Algum dia / talvez é uma lista para projetos que simplesmente não estão em andamento. Com o passar do tempo, dentro do seu caminho para a maestria no GTD, você vai aprendendo a selecionar o que entra ali. A cada revisão semanal, você adiciona ou deleta novas ideias a essa lista. O segredo, a chave, são as revisões constantes, como quase tudo no GTD.
Eu sou uma pessoa que transborda de ideias o tempo todo. Sempre trabalhei com criatividade. Eu simplesmente preciso ter um lugar onde eu possa guardar esse mundo de ideias que eu vou tendo diariamente, o tempo todo, senão nunca consigo focar em nada e quero sempre fazer tudo ao mesmo tempo. Não termino as coisas (porém, começo milhares). Isso não é legal e, com a prática do GTD, aprendi a obter controle sobre isso.
Então, ao identificar um projeto incrÃvel ou algo que você queira fazer, pergunte-se se existe alguma próxima ação com a qual você queira ou precise estar engajado agora. Se não tiver, seu projeto vai para a lista de Algum dia / talvez, sem dramas. Ele sai da sua visão e você não se preocupa em perder a ideia, porque ela está em seu sistema (isso é incubar). Você pode até acessá-la e vê-la de vez em quando para se inspirar, como eu disse sobre o exemplo da casa na montanha. Quando chegar o momento certo de trabalhar nesse projeto, basta resgatar o que eu já inseri nele. O mesmo vale para projetos “menores” do dia a dia. Quando você revisa a sua lista de Algum dia / talvez semanalmente, você tem a tranquilidade de saber que nunca perderá aquilo e, quando for o momento certo, você iniciará o andamento desse projeto.
ótimo texto!!
Thais obrigado por compartilhar conosco todo esse conhecimento.
Certamente quando eu aplicar o GTD essa será a categoria de Um dia /Talvez será a mais cheia, já que tenho vontade de fazer tantas coisas que agora não posso.
Estou relendo o livro do David e graças a Deus achei esse blog fantástico. O livro é bom mas é meio maçante e ficamos com muitas dúvidas.
Sempre fui um cara organizado e quando descobri o evernote anotava tudo lá, mas nem de perto consigo os resultados que o GTD proporciona a seus usúarios. Quando ouvi falar sobre esse método tive certeza que ele foi feito pra mim!
Mas ainda estou estudando para começar a implementar, e estou com uma dúvida: Você disse que iniciantes deveriam começar implementando o GTD no papel e só depois partir pra implantação no Evernote, segundo sua série. Mas acontece que sou meio averso à papel. Pretendo digitalizar tudo que tenho em papel, inclusive fotografias e deixar apenas o essencial. Alem disso estou sempre com meu celular e acho mais fácil fazer tudo nele pelo evernote. O que você me aconselha fazer, visto que sou iniciante no GTD?
Oi Gleison, tudo bem?
Na verdade não – eu recomendo sim começar pelo papel por ser mais simples e um formato que a maioria das pessoas já está familiarizada, mas a ideia é você começar implementando naquilo que você já usa normalmente para tarefas etc, pois certamente é a ferramenta com a qual você está mais familiarizado.
Eu recomendo que você use então aplicativos no seu celular. QUAL usar é muito pessoal e depende dos seus gostos. Eu recomendo o Todoist por ser simples e o Evernote para referências, mas pode ser que você não goste de nenhum dos dois. 🙂
Qualquer coisa posta aqui e vamos nos falando.
Oi ThaÃs,
Como foi o seu natal?
Uso o GTD tbm (um pouco, devo dizer, sou super iniciante, rs) e nesse caderno do Evernote tomo muito cuidado, pois não gosto de acumular coisas ali. Estou tentando ser minimalistas até em projetos 🙂 Mas muito legal o post, vou abusar mais desse caderno pois nunca o vi com essa perspectiva que vc vê.
Ah, não tem a ver com o post mas lembrei ontem de você qdo meu namorado me falou de um rumor de que o Paul dos Beatles havia morrido em 1966. Nossa, o povo realmente tem uma imaginação fértil, hahaha! E agora estou numa fase suuuper Beatles, acho que uma ponta disso por causa de você. Tenho cada vez mais percebido que você se torna as pessoas com quem convive. Meus hábitos, minha vida no geral se espelha MUITO no que leio, nas pessoas em que me inspiro (você), nos amigos que escolhi. Enfim, só um desabafo mesmo! Cerque-se de gente boa por ai!
Um ano prospero para você e tudo de bom!
Jess
Não importa muito a quantidade, mas sim existir um processo de revisão e de consciência de que as coisas estão ali, então ficamos mais tranquilos com relação a isso. 🙂
Esse boato do Paul é famoso e tem umas coisas bem legais e curiosas.
Um bom ano para você também! Obrigada por comentar.
Oi, Jess! Tudo bem?
Já passei por algo parecido. Sou muito essencialista e deleto/jogo fora quase tudo que não tem muita perspectiva de que eu vá usar/precisar nos próximos meses.
Acho que o benefÃcio de eliminar essas coisas e liberar espaço vale mais a pena do que ir juntando. Pelo menos, para mim funciona melhor assim.
O que a ThaÃs falou eu costump fazer como Arquivo. Porém, não com algo que não foi iniciado, mas já concluÃdo.
Por exemplo, todos projetos finalizados vão para lá 🙂
O mais importante é cada um compreender a ideia e aplicar da melhor forma possÃvel de acordo com seu próprio estilo.
Abraços.
Thais! É exatamente o que eu sinto, tenho muitas ideias o tempo todo, foi ótimo saber que não estou só. rsrsrs. Obrigada por compartilhar!