Eu adoro viajar. Quem gosta de viajar sente algo que, quem não gosta, não consegue entender. É uma espécie de bicho carpinteiro que te pinica até você viajar de novo. Eu já passei por diversas situações difÃceis em viagens, então gostaria de compartilhar algumas lições que aprendi e que me fizeram errar menos nas últimas viagens que fiz:
Lição 1: Cada um tem suas próprias necessidades e elas não são questionáveis
É muito comum vermos dicas “certeiras” por aà que dizem que você pode ficar em um albergue, por exemplo, para economizar, sem levar em conta que muitas pessoas não se sentem à vontade em dormitórios coletivos ou não querem saber de muita interação humana quando viajam. Por outro lado, há pessoas que odiariam ficar sozinhas em um hotel, enquanto há outras que preferem fazer 4 escalas diferentes em um vôo mais barato que pagar mais caro por um vôo direto.
O que é importante é você saber o que te deixará mais seguro(a) e confortável e fazer escolhas. É bastante provável que você não consiga ter tudo do bom e do melhor e ainda assim economizar, mas escolher aquilo que é mais importante pode te ajudar a definir prioridades.
Por exemplo, eu não faço questão de pegar um vôo direto para outro paÃs, contanto que o tempo entre um vôo e outro seja de pelo menos quatro horas (porque já quase perdi um vôo com escala muito curta por problemas no aeroporto). Eu também prefiro ficar em um hotel que tenha atendimento e serviço de quarto porque viajo muitas vezes sozinha e isso me dá segurança. Também prefiro ficar em um quarto sozinha porque tenho sono leve. Enfim, são questões que importam para mim e respeitá-las sempre fez com que minhas viagens fossem muito legais e evitasse situações desagradáveis. Também me deram princÃpios para que eu pudesse fazer boas escolhas em termos de hospedagem e passagens.
Lição 2: Viajar sozinha(o) já é difÃcil, então diminua ao máximo a oportunidade de passar por momentos de estresse
Uma vez eu recebi um convite para viajar, mas estava muito, muito sem dinheiro. Topei a viagem e tive problemas com meu cartão lá, o que estragou minha viagem inteira e ainda tive que antecipar a minha volta. É sempre melhor imaginar tudo o que pode dar errado e diminuir ao máximo as chances disso acontecer que contar com a sorte sempre. Estar em um paÃs diferente, sozinha(o), com problemas – por mais que você seja uma pessoa muito descolada, é sempre meio aterrorizante.
Se você vai viajar e está com uma ideia que parece arriscada ou que não sabe bem se vai funcionar (por exemplo: sair do aeroporto durante algumas horas para conhecer a cidade da escala), questione-se se realmente vale a pena, dobre o tempo estimado para fazer o passeio, leve dinheiro a mais, tome todas as precauções. Se não puder tomar as precauções, não faça. Elimine ao máximo todas as oportunidades de passar por situações de estresse.
Lição 3: Respeite o seu corpo
Não é fácil lidar com fuso horário. No primeiro dia, tente ficar acordado(a) até a hora de dormir local e, no dia seguinte, acorde após 8 horas de sono. Assim você não dorme de mais nem de menos e já entra no horário do paÃs onde está. Vai ser mais fácil para o seu corpo se acostumar.
Uma vez fui viajar com duas amigas e passarÃamos apenas o primeiro dia da nossa viagem em uma cidade diferente antes de viajar para a outra (destino final). Estávamos super cansadas por causa dos vôos, mas querÃamos conhecer a cidade. PoderÃamos ter passeado um pouco e voltar para o hotel para descansar, mas quisemos ir a um barzinho ficar até mais tarde depois. O resultado foi que ficamos exaustas a semana inteira, sem conseguir descansar direito no restante dos dias, porque ao longo da semana a rotina foi bem pesada, com muita coisa para fazer, muita andança e pernas cansadas. A viagem foi legal, mas eu aprendi a pegar mais leve depois dela. Vale a pena fazer 20% menos coisas e estar 80% melhor disposta.
Qualquer viagem com mudança de fuso exige muito do nosso corpo, então tudo o que pudermos fazer para que ele se acostume mais rápido, deve ser buscado.
Lição 4: Programe a menor quantidade de coisas possÃvel
Eu não gosto de viajar e ficar seguindo cronogramas como: pela manhã vamos aqui, depois passamos ali, aà vamos para não sei onde etc. O que eu mais gosto de fazer quando viajo para outro paÃs é andar pelas ruas e “descobrir” a cidade, observar as pessoas e ir apenas nos lugares que realmente me interessam, como se fossem na cidade onde eu vivo. Quer dizer, se tivesse um Museu de Cera da Madame Tussaud em São Paulo, eu iria? Então para que ir no mesmo museu só porque estou em um paÃs diferente?
Isso foi realmente libertador para mim e, além de me possibilitar conhecer apenas lugares que tenham a ver comigo, também abriu muito espaço na minha agenda para que eu curtisse a cidade em si. Eu aprendi a listar aqueles lugares que realmente gostaria de conhecer – podem ser tanto 3 quanto 15 -, mas sei que todos eu realmente quero ver e, se sobrar tempo, tenho a liberdade para escolher o que eu quiser fazer. A viagem fica muito mais tranquila e, se eu não estiver me sentindo bem por causa do fuso-horário, não vou me sentir culpada por estar perdendo uma hora ou duas de passeio para ficar descansando ou fazer um programa mais leve.
Lição 5: Não precisa levar tanta coisa a bordo
Montar uma boa mala de bordo é uma arte. Sempre gostei de levar uma malinha de mão com aquele tradicional: muda de roupa, necéssaire básica etc etc. Hoje em dia, minha mala de mão vai apenas com aquilo que vou usar durante o vôo, para me deixar confortável. E procuro não economizar nisso, porque me entedio muito facilmente em longas viagens de avião! (Tem até um post sobre isso aqui). Eu levo uma camiseta e uma calcinha só para não passar necessidade mas, sinceramente, qualquer coisa pode ser comprada no destino final, então não fico levando coisas que não são necessárias, tipo shampoo em miniatura e outras.
Tornar o vôo confortável é uma daquelas coisas da lição 1 deste post, então levo comigo tudo aquilo que proporcione esse conforto.
São lições que só poderiam ter sido aprendidas viajando mesmo, então espero que a minha experiência possa ser útil para vocês de alguma maneira.
Gostei das dicas.Muito boas. Mas, com relação ao xampoo, condicionador, me arrependi. Não encontrei em Lisboa um xampoo bom para o meu cabelo que é tinturado com mechas. Muito menos na cidadezinha da França onde fui fazer um curso. Depende muito do lugar para onde você vai. Melhor levar um pouco do seu xampoo, condicionador, etc, até encontrar um que se adeque. Acabei comprando xampoos caros (euro) que não utilizei.
Não disse para não levar. Eu levo, na mala despachada. Disse apenas para não levar em miniaturas na mala de mão. ;D
Oi Thais,
Fiquei mega feliz quando vi o “Essencialismo” no seus instagram, haha 🙂
Sobre o post devo concordar que viagem tem que ser organizada. Passei por um stress danado em uma viagem que fiz para concurso público. Stress financeiro, emocional, de locomoção. Me desorganizei mesmo (e olha que não sou uma pessoa desorganizada!). Devo dizer que foi a pior viagem da minha vida, mas no fim a gente tira boas e GRANDES lições disso e com ctz o erro não se repetira.
Seu blog tem me ajudado muito.
Beijão!!
Eu já sou o contrário! Gosto de viagens extremamente planejadas. Até o momento livre eu planejo. Rss. Caso contrário me sinto perdida sobre o que fazer e o tempo passa e você não fez nada…
Nossa, ThaÃs!! Muito bom você comentar da mala de mão. Na minha última viagem, levei tudo na mala de mão, as miniaturas de banheiro, eletrônicos, maquiagem, etc e fiquei muito cansada de carregar tanta coisa. Não gostei! Quero viajar mais leve, otimizar todo o processo sabe? Vou seguir sua sugestão, somente o necessário mesmo! Sobre as duas bolsas de mão que você leva, o que leva em cada uma?
Beijo!
No geral deixo comigo apenas o que vou usar durante a viagem. Mas é uma ideia legal para um futuro post. Obrigada!