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Reflexões sobre o armário cápsula de inverno 2015

Quanta gente falando sobre armário cápsula! <3 Fico feliz de ver como é um assunto tão comentado porque é um conceito que nos leva a refletir sobre o nosso consumo de moda e como podemos buscar uma satisfação pessoal em torno de como nos vestimos.

Hoje estava conversando com a Ana (que inclusive fez um post incrível com várias referências a quem está fazendo armário cápsula, inclusive eu! – leia!) sobre as minhas impressões usando há mais de um mês o armário cápsula que montei para o inverno de 2015, meu primeiro, e gostaria de compartilhar com vocês aqui no blog.

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Coisas boas

Tem sido muito legal fazer! Acho divertido buscar maneiras diferentes de combinar as peças e percebo que penso mais para me vestir. Além do que, não comprei nenhuma peça de roupa e isso faz diferença não apenas no orçamento, mas na maneira como eu vejo as minhas roupas. Também me obriga a ficar atenta ao meu peso porque, se eu engordar um pouco, posso perder algumas das poucas peças que já tenho escolhidas para a estação. Que mais? Bem, tudo combina com tudo, então tem sido muito fácil me vestir no dia a dia. Quando sei que terei um compromisso mais formal, já separo as peças que pretendo usar e me viro com o resto ao longo dos outros dias. Fiz uma viagem de quase dez dias praticamente com meu armário inteiro e deu super certo!

Penso que, de maneira geral, criar, manter e lidar com um armário-cápsula nos possibilita pensar sobre moda, o que muitas vezes pode ser um assunto que passa sem a gente perceber no nosso dia a dia. E ele é importante. Tem a ver com expressar quem nós somos por dentro, nos apresentarmos para o mundo, levantar nossa auto-estima, entre outras vantagens.

Coisas ruins

Minha rotina de lavanderia teve uma alteração complicada – especialmente em São Paulo, onde estamos passando por uma crise hídrica. Cheguei duas vezes ao ponto de simplesmente quase não ter o que vestir, porque deixei as roupas acumularem antes de lavar. Quando a gente tem mais peças, consegue lavar em uma frequência menor, eu acho. Ou pode ser apenas impressão! Preciso observar isso com atenção.

Uma coisa mais ou menos ruim que comentei com a Ana é que, quando a gente monta um armário-cápsula, a gente meio que se obriga a escolher peças mais básicas porque né, vai usar durante 3 meses sem poder mudar nada, e as peças precisam combinar bastante entre si. Mas aí eu percebo, mesmo gostando dessas peças mais básicas, que a criatividade vai só até certo ponto com elas. Se tudo combina com tudo, onde está o desafio? Onde está a criatividade? Fico me perguntando.

Ao mesmo tempo, adiantaria eu colocar peças coloridas e diferentes sendo que meu estilo não é esse? Para se pensar.

Conclusões… por enquanto

É por isso que existem profissionais que trabalham esse lado nas clientes (as consultoras de estilo). Eu sou uma reles mortal que gosta de moda e se interessa por assuntos relacionados, mas não sou profissional da área. Tenho uma ideia, mas não tenho certeza das cores que funcionam melhor para mim. Não sei se escolho os cortes certos das roupas. Tudo é na base do achismo e nosso olho pode enganar várias vezes. De repente ter o auxílio de uma consultora de estilo pode ajudar (e muito!) nessa redescoberta, em tentar encontrar quem nós somos de verdade e como isso pode se refletir nas roupas que nós usamos.

Venho pensando em como será meu armário cápsula de primavera e nas mudanças que quero fazer. Pensei: “acho que vou colocar um vestido amarelo mostarda que eu tenho e buscar mais peças que combinem com esse tom”. Legal, mas… há quanto tempo eu não uso esse vestido? Será que vai dar certo? E se eu odiar? E se eu sentir que fiz escolhas erradas?

Claro que não vou engessar meu armário e usar roupas que eu detesto apenas para cumprir o prazo. Mas eu acho que esse exercício é importante, não apenas para diminuir a quantidade de roupas que eu tenho, mas justamente para me fazer ter mais critério ao fazer compras para o meu armário. Preciso mesmo desta blusinha? Esta saia vai agregar em alguma coisa ou estou só no calor da situação?

Eu não sei vocês, mas eu já gastei muito dinheiro com roupas na vida e chega um momento que a gente começa a querer gastar menos e pagar por mais qualidade – e também usar o dinheiro para outras coisas, muitas de longo prazo, que se tornam mais importantes.

Esse exercício do armário cápsula tem muitos prós e contras, mas tem sido uma experiência fantástica para mim, justamente para me fazer analisar as peças que eu tenho, o que eu gosto, o que serve e o que não me serve. Tenho algumas peças que estou usando, que escolhi para este armário de inverno, que provavelmente vou acabar até doando, porque o caimento não é tão bom, porque o material esquenta muito, porque o corte não combina com o meu corpo. E, talvez, no dia a dia, com muitas opções, essa peça simplesmente fosse deixada de lado e essa observação fosse ignorada. Agora, como me obrigo a usar as peças de diversas maneiras, isso ajuda a mudar minha relação não só com o meu guarda-roupa, mas como eu me vejo também.

Reitero o que disse lá em cima: tem sido uma experiência muito legal fazer! Vamos ver como me saio nos próximos dois meses.