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O que eu aprendi sobre produtividade com Tim Ferriss – Parte 5

Esta é uma série que foi iniciada no blog Vida Organizada, mas trouxe para cá porque tem mais a ver com o conteúdo daqui. Trata-se de uma série de posts onde conto um pouco sobre o que aprendi sobre produtividade com Tim Ferriss através de seus três livros: Trabalhe 4 horas por semana, O corpo de 4 horas e The 4-hour chef (ainda sem versão em português).

Excesso de informação

Não é novidade para ninguém que hoje sofremos com o excesso de informações. O Tim diz que não assiste mais noticiários (estou com ele), porque não acrescentam em nada e são pura perda de tempo. Se for algo importante, você ouvirá alguém comentando e pode exercitar seu poder de relacionamento conversando com ela e deixando que ela explique o que houve. Você também pode aproveitar, quando passar em frente a uma banca de jornal, para dar uma olhada nas manchetes de capa, e isso é o suficiente.

Antes mesmo do Tim, eu já vinha fazendo isso. Primeiro, porque percebi que as notícias são sempre ruins e me fazem ficar meio sem esperança com relação ao mundo e os seres humanos. Percebi que não estava me agregando em nada. Segundo, que perde-se tempo consumindo esse tipo de conteúdo. Quando você vê, se envolveu tanto que está escrevendo textão no Facebook. Eu não tenho interesse nisso. Acho que é de fundamental importância estarmos informados sobre o nosso trabalho, o nosso mercado, mas isso são informações de nicho que podemos fazer acompanhando feeds que nos interessam na Internet, por exemplo. Agora, ler ou assistir um jornal do começo ao fim como meu avô fazia, isso eu não faço há muito tempo.

O Tim diz que a gente tem que cultivar a ignorância seletiva. “A maior parte das informações gasta o seu tempo, é negativa, irrelevante para os seus objetivos e fora do seu âmbito de influência”, diz ele.

Emergências no trabalho

Tim checa seus e-mails de trabalho às segundas-feiras, durante o período de uma hora. E só. Ele já orientou as pessoas que trabalham para ele que não quer saber de urgências – então as urgências são resolvidas sem chegar até ele. Ele diz que ou as urgências pararam de acontecer, ou o pessoal está dando conta do recado. Nós ficamos muito dependentes dessas urgências no dia a dia, justificando o uso do celular na praia, viajando com a família, ou mesmo de noite, depois do horário de trabalho. Via de regra, muitos problemas se resolvem sozinhos mas as pessoas ficam desesperadas demais para esperar isso acontecer ou resolverem por si mesmas, e começam a contatar todo mundo ao redor. O Tim diz que a gente tem que se eliminar sempre que possível como gargalo de informações e delegar o máximo que puder.

Tem muito a ver com o GTD quando a gente para e se pergunta se é a melhor pessoa para fazer aquela atividade. Se você já se pegou no dia a dia executando uma tarefa que sabe que poderia ser feita de maneira muito melhor por outra pessoa, por que você está fazendo? Não se trata de ser mimado e fazer apenas o que gosta, mas de investir seu tempo, talento e energia de forma correta.

Leituras

Adoro quando ele fala sobre leituras, porque existe uma espécie de culto ao intelecto que, de verdade, é maravilhoso se o seu negócio for acadêmico. Para quem trabalha com negócios, o Tim define dois tipos de leituras necessárias: a leitura de trabalho, voltada para resultados, e a leitura para relaxar. Basicamente, a leitura voltada para resultados é aquela que você lê o que te interessa. Não precisa ler o livro do começo ao fim – leia os capítulos que precisa, rabisque, pesquise, alterne entre uma ideia e outra. Ele acha absurdo alguém ler um livro chato ou desnecessário apenas para dizer que leu o livro inteiro! “Começar alguma coisa não significa automaticamente que você tem que terminá-la”, diz. “Desenvolva o hábito de não acabar o que for chato ou improdutivo, a menos que seu chefe mande você terminar”.

Leitura para relaxar, no entanto, é aquela que você faz sem compromisso – senta no sofá e curte o que está lendo, sem pressa.

Ele tem até um roteiro sobre como aprender alguma coisa super bem sendo autodidata. Na verdade, o livro 4-hour chef é inteiro sobre esse assunto, mas no Trabalhe 4 horas ele também fala um pouco, que é:

1 – Se você quer aprender a fazer algo, não vá atrás de livros “como fazer isso”. Encontre os melhores do mundo que fizeram o que você quer aprender e leia seus relatos auto-biográficos.

2 – Utilize o livro para gerar perguntas inteligentes e específicas, contate os autores via telefone e e-mail e bata um papo. Ele disse que conseguiu sucesso em 80% dos casos.

3 – Leia apenas as partes do livro que forem relevantes para os passos imediatamente próximos, o que leva cerca de 2 horas. Ele já tinha um modelo (que criou) para contatar os autores tanto via e-mail quanto via telefone.

Dicas finais

  • Entre em jejum de mídia durante uma semana.
  • Não leia jornais, revistas.
  • Não ouça audiobooks ou rádios que não sejam musicais. Música é ok.
  • Não assista TV, a não ser um filme, para se distrair.
  • Não leia livros, a não ser algum de ficção antes de dormir, para se distrair.
  • Não navegue na Internet enquanto estiver trabalhando.
  • Todos os dias, na hora do almoço, pergunte a um colega ou ao garçom do restaurante se aconteceu alguma coisa importante hoje no mundo, porque você não conseguiu ler o jornal. Pare de fazer isso assim que perceber que a resposta não afeta em nada a sua vida.

Faça o teste durante uma semana e depois me conte como se sentiu. Spoiler: você ficará chocado como conseguirá trabalhar mais e ter tempo, além de não ficar tão cansado mentalmente. Experimente!

Marcações:
Thais Godinho

Thais Godinho

Meu nome é Thais Godinho e eu estou aqui para te inspirar a ter uma rotina mais tranquila através da organização pessoal.

15 comentários em “O que eu aprendi sobre produtividade com Tim Ferriss – Parte 5”

  1. Oi Thais!

    Legal o projeto novo. Gosto muito dos seus posts de produtividade, vou acompanhar a evolução daqui e continuar lendo o Vo porque ele também me interessa bastante. Gosto dessa série sobre o Tim Ferris também.

    Eu não tenho tv. O aparelho de TV. Infelizmente vou ter que adquirir um agora que a casa não é mais só minha – preciso respeitar o gosto dos outros rs

    O fato de não ter tv me faz assistir só o que quero – uma série ou um filme, um video no yt, coisas assim. acaba que eu refino muito o conteúdo do que eu assisto. Toda vez que eu assisto tv – como essa semana, que fiquei de acompanhante no hospital – eu fico chocada com o conteúdo. Até os comerciais: me dá nos nervos.

    Estou bem satisfeita com o quanto de coisas eu assisto e com o meu gerenciamento de emails e urgências, mas preciso confessar que leitura é um problema: eu leio o jornal inteiro – e refletindo a respeito há um certo tempo percebo que eu procrastino várias coisas por causa disso. Estou repensando seriamente minha relação com a informação que procuro, e também no meu uso da internet no trabalho. Eu preciso de internet para trabalhar, mas acabo vagando por aí também pelo menos uma hora diária não programada pra isso. Outra forma de procrastinar rs…

    Livros técnicos eu raramente leio de uma vez. Senão eu morro (livros de direito costumam ter seiscentas páginas com uma certa facilidade). Eu vou pinçando de acordo com o que estou estudando ou escrevendo no momento.

    Thais, deixa eu te perguntar uma coisa: eu gosto muito de produzir conteúdo pra internet, como uma forma de contribuir com o mundo, nada pra ganhar dinhero. Até recentemente eu escrevia bastante num blog de nicho até bem popular e tal, mas meio que cansei do assunto daquele espaço e minhas companheiras estão ocupadas em outras coisas (o blog tipo morreu rs)…vi que você está dividindo os seus blogs por segmentos temáticos. Eu gosto de um monte de coisa, muitos temas diferentes – qual a sua opinião sobre blogs que falam de tudo? Confuso? atrapalha a audiência? Por que você decidiu separar? Gostou do resultado?

    Obrigada!

    Beijo,

    Bia

    1. Muito obrigada pelo seu depoimento, Bia. Foram contribuições valiosas.

      Olha, eu gosto muito de blogs lifestyle, que são diversos assuntos que tenham a ver com o estilo de vida da pessoa, com o olhar dela. O que acontece comigo é que criei o Vida Organizada e ele ficou forte. Não fazia sentido tirar o conteúdo de lá e fazer um com o meu nome, sabe?

      No entanto, eu tenho meu blog pessoal onde falo sobre assuntos que me interessam, como livros, moda, cultura geral… porque gosto de ter esse espaço. É bem pessoal mesmo. Tem que ver quanto de conteúdo você está a fim de produzir.

      Espero ter ajudado.

  2. Muito bacana as lições de produtividade do Tim Ferriss! Obrigada por compartilhá-las, Thais!

    Trabalho como freelancer e tento manter o foco na medida do possível. Reduzir drasticamente o acesso às redes sociais está sendo um desses desafios. Cancelei o Twitter e o Instagram no ano passado e não sinto falta nenhuma. O Facebook ainda mantenho, pois mudo muito de cidade e é uma forma de me sentir mais próxima das pessoas. Depois de um tempo você começa a perceber que não tem sentido perder tempo rolando uma timeline cheia de coisas que não agregam nada. Também parei de assistir jornais na TV e ler portais de notícia, pois o que realmente tem relevância chega até mim! Já acompanhava seu trabalho pelo Vida Organizada e agora vou segui-la aqui pelo 168 Horas! Desejo muito sucesso! Abraços, Luana.

    1. Bem legal seu depoimento. Eu ainda mantenho as mídias por causa do meu trabalho. Eu demorei para me acostumar a não ligar tanto para elas ou perder tempo, mas agora já lido bem com isso. Obrigada por comentar!

  3. Thais, é realmente incrível como o excesso de informação nos deixam tão cansados mentalmente! Através dos seus posts no VO, comecei a diminuir o tempo que passava plantada na frente da TV, e hoje é raro ligar a TV em casa. Acredito que vou conseguir diminuir ainda mais com o passar do tempo e com certeza trará mais resultados positivos!
    Adorei o post e principalmente a ideia de criar o 168horas! Sucesso!!!

  4. Thais, não preciso falar o quanto sou sua fã (hahaha) *-* to amando esse blog também! Li alguns capítulos do livro do Tim e, assim como você, antes de ler, já não mais assistia noticiários, porque é algo muito pesado para se ver. Realmente só mostram coisas ruins, hoje mesmo estava jantando e como a minha família assiste todo tipo de noticiário, acabei vendo o Datena pedindo prisão perpétua no Brasil. Pra quem faz Direito e tem uma formação humanitária, isso dói no coração. Com relação a leitura: tÔ praticando isso de ler apenas o necessário de alguns livros e ler a integra de outros. Por exemplo no livro do Tim, o trabalhe 4hs/semana, tem muito sobre ser empresário/assalariado que não se aplica a mim, pois me dedico integralmente aos estudos, logo, não faz muito sentido ficar lendo aquilo sendo que não iria aplicar na minha vida. No mais, do livro dele dá pra se extrair muita coisa boa, é tanto que está dando você pra fazer essa série perfeita no blog. Parabéns!

  5. Thais, seria tem alguma parte no site que mostre as 5 postagens sobre o livro do Tim Ferriss, reunidas? Desta forma, não teria que ficar procurando uma por uma. Desde já agradeço.

  6. Thais, bom dia!

    Sou viciado em informação. Lembro de outra postagem sua fantástica sobre o livro “a dieta da informação”, na qual era apontado a possibilidade de ler apenas as notícias com as quais você pudesse realizar algum tipo de ação. Exemplo: ler sobre o candidato que votou e cobrar ações que julga necessárias, ler as notícias do seu bairro… etc. Acho que é um meio termo possível durante a transição para uma rotina com restrição de informações.

    Trabalho com apoio a inovação tecnológica, minha área é um misto de acadêmica com negócios. Sendo assim, geralmente tendia a me perder na busca e aproveitamento de informações, ou mesmo coletar demais para conseguir extrair algo útil. No mesmo sentido, em inteligência de mercado, essa capacidade de saber coletar, sintetizar e analisar os dados – produzindo recomendações – é uma habilidade muito valorizada.

    Toda essa reflexão tem me feito valorizar cada vez mais as boas fontes. Percebi que o esforço para realizar leituras adicionais quase nunca acrescenta informações altamente necessárias/fundamentais.

    Também tenho tentado anotar todas as ideias que tenho ou os “novos caminhos que surgem”, evitando aquela vontade de me aprofundar imediatamente em algum tema. Geralmente quero me aprofundar em todos.

    Além disso, tenho tentado produzir sempre algum conteúdo de tudo que leio. Acho que é um bom caminho para tornar a informação útil.

    Abraço

  7. Adoro seus posts, tem me ajudado muito! Esses dias fiz uma revolução nas minhas coisas e meu marido comentou “dá pra ver que a leitura de blogs de organização tem surtido efeito” haha.

    A antena da TV aqui de casa deu problema e não consertamos ainda, então faz mais de mês que estou sem ver (apenas netflix). Realmente não faz falta nenhuma! Agora preciso tentar diminuir a frequência que vejo twitter e facebook. Trabalho em casa (sou acadêmica) e aí entre um parágrafo e outro de texto começo a ver as redes e quando vejo já se passou meia hora nisso e o texto que é bom continua lá parado. Vou tentar mudar isso, mas vai ser difícil.

    Beijos!

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