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Análise: Bullet journal

Depois que a Rita indicou o Bullet journal pela primeira vez, fiquei curiosa para conhecer e fiz alguns testes. Quando ela escreveu um post sobre como tem utilizado e se organizado atualmente, me deu vontade de escrever um pouco sobre isso também, em parte porque algumas pessoas perguntaram minha opinião a respeito, então segue minha análise pessoal.

Eu tenho um post no blog, de 2008, onde eu explico como utilizava a minha agenda na época. Eu já usava esse sistema de bullets porque ele é muito intuitivo. É algo que funciona sim, e muito favorável. Basicamente, você utiliza um caderno como gerenciador de tarefas, agenda, tudo, e o que diferencia tarefas de lembretes e compromissos são os bullets que você coloca ao lado de cada informação.

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O vídeo no site explica muito bem e, apesar de estar em inglês, as imagens são auto-explicativas.

Penso que a grande vantagem de um método como o bullet journal é favorecer quem gosta de usar papel. Para quem já se organiza com meios digitais, pode não haver nenhum atrativo. Apesar de que, sinceramente, dá para implementar a ideia no Evernote, por exemplo, ou em qualquer outro gerenciador de notas online, como o Google Drive.

Já falei várias vezes aqui no blog sobre o caderno que uso como caixa de entrada, e é basicamente a mesma ideia – com a diferença que você não tira de lá e passa para outro sistema. Sua forma de consulta das tarefas e compromissos é em um só lugar, sem a necessidade de ficar passando informações de um lugar para o outro. A vantagem é a simplicidade mesmo, mas a desvantagem é que as informações não ficam tão bem organizadas e, para quem utiliza o GTD, tarefas não aparecem por contexto etc. Também pode não valer a pena fazer manualmente um calendário.

A primeira coisa que me veio à mente quando comecei a fazer os testes com o método foi: podemos muito bem usar uma agenda tradicional para implementá-lo, com a vantagem de que já existem o calendário e os dias marcados. Você usaria a agenda, então, como caixa de entrada. Ficaria bem parecido com o post de 2008 do blog, onde eu expliquei como eu utilizava a minha agenda. A diferença é que, além dos bullets, eu separava as informações por cores (um método que, para mim, no papel, funciona de maneira muito eficaz ainda hoje).

Fazendo o teste e algumas pesquisas para postar no blog, me vieram à mente então os seguintes prós e contras:

Prós

  • Muito simples de implementar. Basta usar qualquer caderno, ou mesmo folhas soltas e prender com um clipe. Também podem ser usadas fichas… enfim, é bem flexível. E dá para começar agora mesmo.
  • Você carrega toda a sua vida com você para todo o lado, sem depender de conexão com a Internet e bateria de dispositivos.
  • É rápido: basta escrever.
  • Não precisa pensar muito: você vai inserindo as informações ao longo do dia, sem ordem estabelecida.
  • É bom para a turma do papel, que não gosta de usar meios eletrônicos para organizar sua agenda e tarefas.
  • Não é rígido, então você pode personalizar de acordo com as suas necessidades.

Contras

  • As informações não ficam organizadas. Apesar de ele sugerir a criação de um índice no começo, você tem que ficar folheando para saber que tarefas tem que fazer. Apenas comparando com o GTD, quando basta você olhar a sua lista dependendo do contexto onde está e trabalhar em um item por vez, sem ter que ficar “procurando”. Ou seja, pode perder tempo com isso.
  • Não só as tarefas, mas as referências que você anotou ficarão lá. Se você jogar fora seu caderno no final do ano, perderá todas as informações ou terá que passá-las para outro lugar, o que quebra um pouco a ideia de “ter tudo em um só lugar”. É um processo a mais. No entanto, se você implementar o método em um programa como o Evernote, não terá esse problema.
  • Não tem backup. Se perder ou esquecer seu caderno em algum lugar, adeus informação. Fora a segurança dos seus dados e a sua própria segurança física, pois são informações sobre onde você estará em tal dia e horário, o que vai fazer etc.
  • Não tem busca. Claro, por ser no papel. Mas pense em quanto tempo você pode perder buscando as informações, depois que o bullet journal estiver, sei lá, em novembro.
  • Não há integração de calendários. Então, se você é mãe, pai, gerente ou, de alguma maneira, precisa compartilhar sua agenda com outras pessoas (e verificar a delas), a agenda no bullet journal fica acessível somente para você.

Particularmente, sou fã das coisas escritas em papel – por isso gosto do meu caderno, que uso como caixa de entrada. Acredito sim na eficácia desse método do bullet journal, pois é muito prático ter seu caderno sempre à mão. Para quem gosta de escrever no papel, é uma solução boa. Eu recomendaria implementar o método em uma agenda tradicional mesmo, daquelas de uma página por dia. A Rita tem uma solução excelente, que é usar um caderno onde você pode tirar e pôr folhas, como em um fichário, e assim você não precisa carregar informações ultrapassadas de janeiro quando estiver em junho.

Porém, hoje é muito difícil lidar com um sistema que fique disponível somente para mim, então as ferramentas online, compartilhadas, funcionam melhor na minha vida atual. Além disso, acho perigoso andar com agendas cheias de informações pessoais por aí. No quesito agenda, também tenho a questão de compartilhar a minha, a do meu filho e a do meu marido no Google Calendar, o que é muito prático e funciona para a gente. Se eu fosse usar uma agenda de papel, teria que ficar atualizando manualmente com os compromissos deles, o que não me parece prático. Claro que essa é a minha particularidade, não regra geral.

Por fim, gostaria de incentivar que cada um faça seus testes por aí. Vale a pena sempre testar ferramentas e métodos novos para se organizar, até encontrar aquela que se adeque melhor às suas necessidades.

Alguém já conhecia o bullet journal? Compartilhe suas vantagens e desvantagens. Obrigada!