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Como organizar: Pós-graduação

Faz tempo que eu estou para escrever este post porque muita gente me pede, mas eu estava esperando acabarem as minhas aulas para escrever com mais autoridade. Eu comecei a fazer minha pós-graduação no início do ano passado e as aulas acabaram recentemente. No momento, estou apenas estudando e escrevendo o trabalho de conclusão de curso, vulgo TCC.

Vou dividir este post em três partes, porque acho que a organização para as aulas e o planejamento do TCC merecem textos separados. Neste post aqui vou falar como eu me organizei desde o início e espero conseguir ajudar quem esteja passando por essa fase.

1. O momento certo

Eu demorei para fazer a minha pós-graduação. Se eu pudesse voltar no tempo, teria feito antes de o meu filho nascer. Foi muito complicado perder praticamente um ano e meio da vida dele com aulas durante os sábados o dia todo. Deixei de passear com ele e descansar, o que é fundamental quando se tem um filho pequeno. Também pela minha idade, eu acho que deveria ter feito antes.

Muitos professores e professoras recomendam que você faça a pós (especialização, ok?) logo depois da faculdade, mas eu discordo. Eu acho que a pós, por ser uma especialização, tem que ser definida com mais cuidado que a sua faculdade. Uma coisa é você ser formado em Direito. Outra totalmente diferente é ser especialista em Direito Penal, por exemplo. Isso te deixa “marcado” na área e você pode ser excluído de outros processos seletivos de emprego por causa disso. Se você não tem muita experiência na sua carreira, pode ser complicado. Agora, é claro que, se você fez a especialização porque já trabalha na área da especialidade ou tem a absoluta certeza que só quer trabalhar com ela, vale a pena fazer. Tudo tem que ser analisado. O que eu não defendo é a coisa automática de sair da facul e já emendar com a pós, sem nem pensar direito no que está fazendo.

Eu terminei a minha faculdade em 2006. Quis dar um tempo para pensar a respeito de que pós eu faria e foi o que eu fiz durante todo o ano de 2007, quando eu trabalhei muito muito. Eu trabalhava em uma agência de publicidade e quem é da área sabe como não sobra muito tempo para pensar em qualquer outra coisa. Mas naquele ano eu decidi que, no início de 2008, eu faria a pós-graduação. Pensei muito a respeito e escolhi fazer o curso de Semiótica na PUC-SP. Não era caro, era um assunto que eu sempre gostei e a PUC tem uma boa fama para os formandos dessa especialização. Juntei documentos, prestei, fiz entrevista, passei. Mas não cheguei a começar porque eu tinha um horário muito maluco no trabalho e, no final das contas, não estava certa sobre o assunto escolhido. Hoje me arrependo demais dessa decisão, pois poderia ter concluído a pós no meio da minha gravidez (segundo semestre de 2009), e retomaria minha carreira depois que nosso filho nascesse.

Mas ok. Uma coisa que eu aprendi na vida é que nossos erros e acertos se juntam para formar o que nós somos hoje, então toda experiência é válida. No geral, minha opinião sobre a hora certa de fazer o curso se resume a analisar bem os seguintes fatores:

  • O momento da sua carreira. Se você já tem experiência e/ou se já sabe o que quer. Se não tem nenhuma dessas duas coisas, eu não acho legal fazer uma pós “genérica”. Afinal, é uma especialização, certo? Mas isso é a minha opinião pessoal.
  • Sua disponibilidade de tempo. Não adianta entrar em um curso que vai demandar um tempo que você não tem agora.
  • Sua condição financeira. Porque olha, pós não é uma coisa barata (algumas são, mas no geral não) e esses dois anos pagando uma mensalidade a mais de qualquer coisa podem pesar no seu orçamento.

Só pensando direitinho sobre essas três coisas é que você pode chegar à conclusão de fazer a pós agora ou não. Eu pensei no seguinte: meu filho tinha acabado de nascer. Quando eu entrei na pós, em março do ano passado, ele tinha 11 meses. Eu não poderia esperar mais porque, com a minha experiência, muitos profissionais até mais novos do que eu já tinham a pós-graduação. Eu me forcei mesmo a fazer, pois já tinha “passado do prazo”, ao meu ver. O único dia que eu poderia fazer era no sábado mesmo, e eu teria que economizar muito para conseguir pagar o curso. Mesmo assim, fui com a cara e a coragem e fiz. Por isso, apesar de falar para você analisar os três fatores ali em cima, muitas vezes a sua intuição falará mais alto do que eles, e só você pode saber quando é o momento certo para você, assim como eu fiz.

2. A escolha do curso

Eu acho que escolher o curso certo é o mais complicado por aquele motivo que eu comentei lá em cima: você vira especialista no assunto e isso vai dar os rumos da sua carreira. Porém, depois que eu entrei na pós, vi que isso não são cartas marcadas – você pode fazer outra pós depois, se desejar, se tornando especialista em mais de um assunto.

Para mim foi relativamente fácil porque eu sempre trabalhei com Internet. Tenho formação em Publicidade, mas já tinha feito Jornalismo e História também. Para mim, ficou claro que eu deveria juntar “conteúdo” (a coisa de gostar de escrever) com “Internet”, então fui atrás de um curso que me proporcionasse a especialização nisso. Acabei fazendo Gestão da Comunicação em Mídias Digitais, o que ficou bem voltado ao que eu queria mesmo e não me limitou tanto quando fazer uma pós em somente mídias sociais, por exemplo, ou sobre marketing digital.

Toda vez que alguém me pergunta “que curso devo escolher”, eu aconselho a pessoa a pensar nos seguintes fatores:

  • Qual o assunto ligado à sua carreira que você mais gosta?
  • Se você não gosta de nada em específico, onde você está trabalhando? Há possibilidade de crescimento caso você se especialize em uma área? E, o mais importante: é o que você quer para você?
  • Você quer mudar de área?

Escolher um assunto pelo qual você gosta é o caminho mais natural e mais fácil, e foi pelo qual eu optei. Se eu não tivesse gosto por nenhum assunto em específico, eu certamente analisaria meu emprego atual e faria algo relacionado, mas que não “marcasse” tanto um assunto. Talvez você seja formado em Administração, por exemplo, mas percebe que uma especialização em Marketing e Vendas valorizaria muito seu “passe” dentro da empresa, e esse é o seu objetivo. Então essa pode ser uma boa escolha. Ou pode ser que você seja formado em História, como um colega meu da pós, e queira partir para outros caminhos, então escolha uma pós voltada a Jornalismo, por exemplo. O importante, nesse caso,  é você encontrar um link entre as duas áreas. Talvez você chegue à conclusão que o melhor mesmo é fazer outra faculdade! Depende muito de cada pessoa, porque no final o que decidirá é a sua vontade mais íntima mesmo.

3. A escolha da instituição

Definindo a área em que você quer se especializar, você deve ir atrás das instituições que ofereçam o curso e avaliar uma série de fatores, como preço das mensalidades, dias e horários das aulas, metodologia, corpo docente, reputação no mercado, localização etc. Faça uma planilha com as instituições e avalie todos esses fatores juntos para ver qual o melhor custo-benefício. Não existe uma regra certa porque depende muito das condições de cada um. Só você pode avaliar os fatores mais importantes e escolher dentro das suas possibilidades.

Eu acabei optando pelo Senac-SP, que é uma instituição com certo renome na área de tecnologia. A grade curricular me agradou mais do que a de instituições mais renomadas e a mensalidade, apesar de salgada, era possível de pagar, se eu economizasse com outras coisas. No final foi muito bom ter feito lá.

4. Inscrição e documentos

Depois de escolhida a instituição, você precisa ficar atenta(o) aos prazos para inscrição e envio dos documentos. Procure estar com todos os documentos em dia ainda antes de pesquisar sobre o curso que pretende fazer, pois senão você terá que correr atrás disso de última hora. Geralmente é o histórico do ensino médio, da faculdade, seu diploma e todos os outros documentos normais (RG, CPF etc).

Preste atenção também ao processo seletivo, pois muitas instituições pedem leituras obrigatórias e outras coisas que demandam mais tempo de planejamento. Isso depende de cada instituição e não tem uma regra geral que todas sigam. Algumas fazem entrevistas, por exemplo, outras não. E por aí vai.

Depois que você for aprovado, aí é só alegria! Parabéns por dar esse passo tão importante na sua vida profissional. =)

No próximo post sobre o assunto, eu vou falar sobre como me organizei para as aulas, os trabalhos e as leituras, e depois falarei do TCC. E você, está passando por esse processo de escolha da pós? Já passou? Deixe dicas nos comentários. Obrigada, pessoal.