Pular para o conteúdo

Quando é o nosso limite?

O final de semana passado foi o primeiro do que eu estou chamando de countdown, pois começou meu último semestre da pós e, além de ter aulas durante o sábado inteiro, também preciso escrever a minha monografia. Como se isso já não bastasse, paralelo à casa, trabalho, família, blog, nós estamos viajando praticamente todo final de semana, o que nos tira mais de 50h de tempo durante a semana para atividades diversas, que nas minhas férias incluíam limpar a casa, ir ao mercado etc.

Vocês sabem que nós temos uma rotina boa, limpamos a casa todos os dias um pouquinho, mas no final de semana tínhamos mais tempo para fazer tarefas como limpar os banheiros, lavar o chão, enfim, tarefas que não fazemos no dia-a-dia para facilitar mesmo. E esse foi o primeiro final de semana adequado a essa nova realidade. O resultado? Acordar uma hora mais cedo durante a semana para lavar o chão do banheiro. Quem curte? Eu não. Mesmo adorando limpar a casa e ter organização como hobbie, chega uma hora que o seu limite começa a bater na porta. E essa semana eu recebi o primeiro “toc toc” de alerta.

Mesmo assim, não gosto da ideia de contratar uma faxineira para fazer o serviço mais pesado. Li uma matéria da revista Época há algum tempo sobre a “emancipação” das empregadas, que agora estavam estudando para mudar de profissão e havia uma falta no mercado. Na matéria, as “patroas” falavam como estavam se virando. Eu sinceramente nunca achei normal essa história de ter empregada ou faxineira. Por mais que seja uma relação de trabalho, assim como eu tenho com a empresa onde eu sou contratada, sei que tem raízes muito mais profundas do que isso. Já vi empregadas sendo tratadas como inferiores em praticamente todos os lugares, e obviamente ninguém gosta disso. Além do que, ter uma empregada pode significar que sua casa é grande demais para você dar conta – então não é mais fácil reduzir? Em terceiro lugar, é uma pessoa estranha dentro da sua casa. Em quarto, há a questão financeira. Concluindo, não vejo motivos para contratar uma faxineira para a nossa casa, mesmo passando por esses pequenos apuros do dia-a-dia. Quando eu morava com a minha avó, ela tinha (e ainda tem) uma faxineira, pois ela é idosa, ok, outro papo. Mas eu não me sinto à vontade com essa ideia.

O que decidimos é que nosso padrão tem que baixar um pouquinho. Em vez de lavar o chão uma vez por semana, estamos passando o mop úmido todos os dias, o que não leva mais que 10 minutos para o apartamento inteiro. Quando temos tempo (e disposição), lavamos o chão. E sabe, não está perfeito, mas estamos levando muito bem. Planejar o menu semanal e ir uma vez por semana ao mercado faz uma diferença enorme (recomendo a todos que façam). Ter uma listinha e ir fazendo aos poucos, à medida que der, também funciona bem. E assim vamos levando.

Meu sinal de alerta veio mais porque essas viagens e o curso estão me tomando um tempo absurdo. São muitas atividades ao mesmo tempo e tenho medo de meu corpo pedir para parar (através de uma crise de labirintite, por exemplo, que eu já tive). Tenho sentido uma dor nas costas que eu não sentia há tempos, e sei que isso também é sinal de estresse. Daí eu me pergunto: como saber qual é o nosso limite?

Eu respondi observando as minhas prioridades e objetivos de curto, médio e longo prazo. Lembram deles? No Toodledo, eu posso ver umas estatísticas que me mostram onde eu tenho trabalhado mais, e a resposta foi:

35,8% do meu tempo está sendo dedicado ao trabalho
23,2% dedicados à minha família e à nossa casa
16,5% dedicados a projetos pessoais
14,5% dedicados ao blog
5% dedicados à pós-graduação

O restante se divide em pequenas áreas de atuação que eu também tenho. Meu gráfico mostra que eu ocupo mais de 1/3 do meu tempo somente ao trabalho. Quando eu analiso os contextos, vejo que passo 50% do tempo no computador. Meu objetivo então é equilibrar todas essas áreas e contextos, pegando mais leve em algumas atividades e me esforçando mais em outras.

No dia-a-dia, é comum supervalorizarmos algumas áreas em detrimento das outras e isso sempre vai gerar um desequilíbrio. Precisamos ficar atentos(as) para que isso não aconteça, pois se reflete na nossa qualidade de vida.

Também é importante sempre reavaliar as prioridades para não fazer coisas demais. Vocês vêem, sábado passado meu dia foi isso aqui:

04h30 – acordar
06h00 – ir para a rodoviária
08h30 – aula da pós (até às 17h00)
18h00 – tomar banho e voar para um evento
19h00 – chegada ao evento (eu ia tocar nesse dia)
22h00 – início do show
03h30 – chegada em casa

Uma pessoa não consegue viver desse jeito. Ok, foi exceção, mas esse tipo de dia nos faz questionar tudo. O que eu tenho em mente é que a pós-graduação está acabando, que é o último semestre e preciso me esforçar. Por isso eu tenho chamado de countdown – falta pouco. Mas eu queria dizer a todos vocês que tem sido extremamente difícil conciliar tudo por aqui. Fico imaginando como seria se eu não tivesse um sistema que gerenciasse a minha organização. Bola pra frente, mas respeitando todos os limites possíveis com relação ao nosso corpo, mente e emocional.

Thais Godinho

Thais Godinho

Meu nome é Thais Godinho e eu estou aqui para te inspirar a ter uma rotina mais tranquila através da organização pessoal.

18 comentários em “Quando é o nosso limite?”

  1. Não sabia que tocava também!!
    É, sua vida é bem agitada e cheia!rs
    Que Deus te abençoe em td e te mostre sempre esses limites!rs

  2. Força Thais! Como disseste, a pós-graduação está a acabar, por isso é só preciso mais um pouquinho de força para ultrapassar este período mais complicado!
    Adorei esta frase “Além do que, ter uma empregada pode significar que sua casa é grande demais para você dar conta – então não é mais fácil reduzir?” É mesmo isto!! Infelizmente, ter uma empregada (aqui chamamos de mulher-a-dias) ainda é um símbolo de status…
    Nós temos empregada uma manhã por semana, mas dantes eram duas manhãs e reduzi quando comecei eu a passar a roupa a ferro. Já pensei mandá-la embora para poupar dinheiro, mas gosto dela (é brasileira!) e é uma pessoa de confiança, por isso vamos mantendo-a cá em casa.

  3. Rita, sua situação é a mesma da minha avó, com relação à faxineira. Ela trabalha lá há duas décadas e ela quer ajudá-la, então fica aquela coisa. E há muitas famílias que realmente têm a faxineira como alguém da família, quando não a empregada cria as crianças. É um relacionamento interessante. =)

  4. oi Thais! Nossa, me identifiquei demais com seu post de hoje! Trabalho em casa por enquanto. Tive a sorte de poder ter essa flexibilidade por conta de um bebê de 5 meses. Mas além dele tenho também uma filha de 7 anos. Então tenho que me organizar (muito) para limpar a casa, cuidar das refeições, dar conta do bebê que é amamentado (e mama, viu), fazer as lições de casa com a Helena, levar e buscar na escola… etc, etc, etc.
    Também não sou muito adepta à idéia de ter empregada ou faxineira pelos mesmos motivos que você. Eu vou levando. Tem dias que também acordo às 4h, para finalizar algum projeto, por exemplo.Não é sempre, mas acontece, sim. Às vezes pressinto que vou ter um treco, mas aí respiro e boto a mão na massa. Sei que é transitório, por isso se torna suportável! Beijos

  5. Sobre faxineira eu penso diferente. É um trabalho como outro qualquer. Não tem razão para alguém humilhar a empregada doméstica, assim como não tem razão (e ambos são crime) pra alguém ser humilhado em nenhuma ambiente de trabalho. Sou bem resolvida com isso, em Londres eu não tinha quando ainda estava de licença maternidade, mas a partir daí tinha 3 horas a cada 2 semanas, pra limpeza pesada mesmo. Uma relação profissional e simples: ela vinha, eu conversava antes de sair (e ela me contava a vida toda, rs), eu pagava, ela saía e pronto. Assim como eu vou pro trabalho, faço o meu e sou paga no fim do mês. Aqui o negócio ficou diferente, só não temos faxineira pq aqui no interior não consigo achar! Tive uma, mas ela veio uma vez e não chamei mais, porque ela não limpou no nível Thais-Monica-Geller. Não gostei do serviço, assim como se não gostar de qualquer outro serviço/loja/produto, não adquiro mais e busco alternativa. Como ainda não achei, vamos levando, aqui tb deixamos a casa sempre arrumada e o que me permite manter a parte pesada em dia é o misto de trabalhar de casa alguns dias (nos intervalos coloco a roupa pra bater, etc) e os fins de semanas que são tranquilos aqui. Mas se eu encontrar uma faxineira boa e acessível, chamo por 3 horas a cada 2 semana NO ATO, porque a casa é enorme e dá muito trabalho. E eu discordo disso de reduzir. Sei lá, eu e Ben estudamos e trabalhamos tanto e não tenho culpa de ter as coisas, incluindo a casa. Mesmo com uma casa grande a gente é bem consciente, nosso impacto ambiental bem reduzido, etc, então é tranquilo.

    Sobre a sua correria, realmente falta pouco e a pós é importante, pra mim educação é sempre prioridade. Minha opinião sincera é que vc tem que deixar lado alguns hobbies por enquanto. Eu sei que tocar te faz bem, relaxa, e tals, mas acho que se vc não o fizer por 6 meses até acabarem as aulas não vai matar. Porque é um hobby que além de “tomar” tempo, é em horas bem ruins, de noite, e ficar com sono reduzido é o primeiro passo pro corpo pedir pra parar. Então talvez seja algo pra cortar, por enquanto…

    Bjos e boa sorte amanhã!

  6. E que o seu limite se expanda! Força, querida! Sempre que estou cansada, desmotivada, vendo a vida passar correndo e com uma montanha de coisas pra fazer eu paro e entro no seu blog.. Sei que pode parecer clichê, mas as vezes os posts que você escreve parecem ser para mim!

    Boa sorte nessa reta final da pós! Um abraço!

  7. Thaís!
    Força neste último semestre de pós! Terminei a minha há 1 ano e foi um alívio! E minha vida profissional mudou significativamente depois.
    Você é super organizada e tal… é seu hobbie como sabemos, mas você é uma só e é humana, não uma máquina. Ter uma ajudante num momento desses pode lhe poupar momentos preciosos para que você se dedique à sua pós ou curta um pouco mais seu filhote.
    Tenho uma anjudante (chamo assim mesmo pois é uma mistura de ajudante e anjo da guarda) herdada do meu sogro após a morte da minha sogra (ela foi trabalhar na casa da família do meu marido qdo ele tinha cerca de 12 anos!). Em 2005 com minha filha caçula com 6 meses de idade mudamos de cidade por questões de trabalho e ela nos acompanhou. Se ela não tivesse vindo com a gente meu trabalho ficaria impossível: somos médicos e na ocasião dávamos plantões no final de semana! A tratamos com respeito, tem remuneração à altura. Acho que ainda que temporariamente, como foi dito acima, você deve simplificar seus hobbies. Pois eu, na contra mão estou tentando me tornar mais dona da minha casa (minha anjudante chegou a chorar quando eu num exercício de organização preparei na noite anterior a mesa do café da manhã). Como temos 2 casas – mantemos no casa na outra cidade, tenho uma ajudante lá também. Pense nisso! Mesmo na sua simplificação você pode estar se complicando.
    Um grande abraço seu blog é tudo!

  8. Puxa thais, sua rotina é tensa, mesmo, sinceramente, não sei como dá conta!!! Mas parabens vc é um exemplo pra qualquer mulher, pois faz a diferença na vida das pessoas atraves desse blog, eu sou uma delas.

  9. Thais
    Acompanho seu blog desde janeiro. Observo como e’ bem feito e motivador. Tenho a sensacao, como tantas leitoras dizem, que os posts foram feitos para mim. E mais uma vez a identificacao acontece, pois apesar de vc ser meeeeega organizada, as vezes, bate o cansaco. Ja tive 2 empregos e uma pos na minha rotina quando eu era solteira, hoje com 1 trabalho e 2 filhos pequenos, meu Deus… Loucura total. Voce e’ uma inspiracao. Suas dicas, incriveis e preciosas. Parabens! Sugiro que pense na hipotese de ter sim, uma ajuda extra. Grande beijo. Francine

  10. Thais… Teu texto foi um tapa com luva de pilicas pra mim! Até me motivou a escrever sobre a minha rotina, que tem tirado meu sono e me deixado muito preocupada!

    Citei esse texto no meu blog porquê realmente me fez pensar!

    Beijos e boa sorte!!

  11. OI Thais,

    força na peruca que é só um semestre mais puxado! Quando vocês estiverem com carro, ficará mais fácil também!

    Eu acho que pra você não pirar e a sua saúde xiar, você poderia cortar algumas atividades. Questão de priorização mesmo. É humanamente dificil fazer tudo o que vc faz: filho, trabalho, blog, pós, monografia (sim coloco separado da pós pois isso é MUITO trabalho), tocar, etc… Acredito que priorização também é essência de organização 😉

    Beijo!

  12. Força Tais,falta pouco e você vai conseguir,saiba que você é uma inspiração para muitas mulheres,por exemplo eu que muitas vezes fico cansada de tanto trabalho acumulado,casa, filho,marido e trabalho,e sempre que fico angustiada vou ler o seu blog para me inspirar e ver que não estou sozinha nisso,somos milhares iguais neste mundo afora.Beijos!!!!

  13. Olá Thaís!
    Parabéns pela sua capacidade de ser tão disciplinada. Sempre me esforço para manter a disciplina e a rotina; às vezes consigo, outras vezes não. Mas como você mesma disse, não devemos correr atrás da “perfeição”, caso contrário, corremos o risco de nos frustrarmos. Estou aprendendo a fazer uma pequena listinha de tarefas diárias e a cumpri-las. Antes disso, sempre fazia listas gigantes, impossíveis de serem cumpridas, e, por isso, acabava me desanimando e caindo em depressão. Seu blog é muito bacana e sempre me inspira e motiva. Parabéns e continue assim, cada vez melhor. Abraços e tudo de bom.
    Marisa.

  14. Oi, Thaís.
    Há pouco tempo “esbarrei” com o seu blog enquanto procurava dicas sobre organização. Confesso que sou fraca nisso e estou em busca de um caminho ou um incentivo pra mudar, pra melhorar nesse quesito.
    Acho que sou uma entre poucos que ainda não possui rede social nem tão pouco lê blogs ou coisas afins.
    To me sentindo uma marciana…rs… Mas me identifiquei com o seu e acho muito bacana a forma como vc escreve mas, sobretudo, a sua organização, os seus métodos.
    Fico encantada de ver como vc e outras tantas que postam comentários no seu blog orquestram tantos afazeres! E, ao mesmo tempo, sinto-me muitíssimo envergonhada pois simplesmente não consigo dar conta do que eu tenho a fazer. E olha que tenho menos para realizar e mais ajuda do vc, afinal conto com uma empregada domestica…sim…eu tenho, mas juro que a trato com a maior consideração.
    Acho que é por isso (e mais uma coisinhas) que ando meio desanimada… Mas quando vejo a sua empolgação me animo um pouco, ensaio um começo e logo me enrolo… Rs… Acho que preciso é de terapia…rs…
    Enfim, se precisa realizar tantas coisas assim, não deixe de guardar um momento seu, algo especial, ou só vc, ou com a Familia, algo revigorante, que te dê prazer. Se vc não buscar uma ajuda extra, dar uma delegada nas tarefas, talvez isso ajude a não surtar!
    Parabéns pelo blog e pelas dicas super úteis!
    Abs.

Deixe um comentário para Carla Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *