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Pequenas manias, grandes neuroses

Imagem: Getty Images

Quem tem mania de organização ou de limpeza já está acostumado a ser tratado como louco por alguns amigos mais próximos. Também, como não entender a importância de lavar as mãos a cada cinco minutos? Ou a aflição que dá acordar de manhã e ver o espelho cheio de respingos? Uma pia cheia de copos e pratos sujos pode ser ameaça de infarto. Potes sem tampa geram uma busca desenfreada em busca do artefato perdido. Reparar na bagunça da casa dos outros nem é tão feio assim – é apenas questão de bom-senso.

Só quem tem mania de organização sabe o que sente ao encontrar uma cafeteira com filtro sujo dentro. Ou a vontade de xingar quando está dormindo e o lençol com elástico desprende do colchão. Aquela etiqueta de preço nos produtos, fio de telefone enroscado, bolsa cheia de papel, banheiro sem papel e sem sinal de papel higiênico por perto, roupa espalhada pelo chão, toalha molhada em cima da cama, quem sai e deixa a porta aberta, gavetas entreabertas, capa de sofá torta, gente que escreve com caps-lock ligado, toalha molhada, coisas fora do lugar, papel no chão, sentar na cama com a roupa que chegou da rua, tampa da privada levantada, etiqueta para fora da camisa, gente que marca coisas de última hora, ou que atrasa para um compromisso que você chegou com 15 minutos de antecedência…

Isso para não falar na raiva que passa ao pegar o tubo de pasta de dente sem estar apertado desde a parte de baixo! Ou uma pia com pedaço de pasta que alguém deixou cair ao escovar os dentes antes de você… Fios de cabelo em lugares sem ser a cabeça? Nojo! E quando não deram a descarga depois de usar o banheiro? Ou quando pisam com o sapato sujo dentro de casa (ou do carro), deixam o telefone sem fio fora da base, papel-higiênico com a ponta virada para a parede, marca de copo na mesa de vidro, controle-remoto espalhado.

Quem tem mania de organização quer morrer se algum cabide estiver virado para o lado avesso – seja em casa, seja em uma loja de roupas. Arrumar as notas da maior para a menor na carteira faz parte.  CDs em ordem alfabética, quadros alinhados, ou mesmo alinhar os objetos na mesa. Pastas e arquivos arrumados no computador. Superfície da manteiga alisada. Tranca o quarto para ninguém mexer nas suas coisas. Colocar as coisas em ordem em todos os lugares. Arrumar a mesa do restaurante enquanto espera a comida. Contar os degraus enquanto sobe uma escada. Voltar e verificar três vezes se trancou mesmo a porta…

Canetas para o mesmo lado no estojo, livros arrumados por tamanho, listinhas para tudo, sapatos guardados por ordem de tamanho e cor, dobrar a roupa suja no balde, passar álcool no telefone sempre que puder, caixa de entrada vazia, alisar as franjas do tapete, chinelo alinhado ao lado da cama, empilhar do maior (embaixo) para o menor SEMPRE, apertar bem as torneiras, pendurar a roupa no varal com os pregadores iguais.

Estacionar no mesmo lugar é para os fracos – os neuróticos chegam mais cedo apenas para nunca, em hipótese alguma, pegarem a sua vaga. Toma banho e deixa todos os frascos com o rótulo virado para a frente, como se estivessem na prateleira da loja. Organiza as compras no supermercado, passando os mais pesados antes e os mais leves por último. Arruma o lençol e toda a roupa de cama de modo que a etiqueta fique para baixo, todas do mesmo lado.

TOC? Nem sempre. Pequenas neuroses? Com certeza. Vida de quem tem mania de organização é pelo menos 90% mais estressante do que as pessoas normais. Mas, de perto, ninguém é normal. Especialmente quem não confere se a porta está trancada.

Este post é uma homenagem à nossa comunidade Mania de Organização, no Orkut, que existe desde 2004.