Finalmente nós nos mudamos e está tudo bem, no geral. A mudança foi na sexta-feira passada e o Paul chegou no sábado. Ele ficou admirado com tudo no condomínio, e ele tem uma coisa muito fofa atualmente que é fazer um “aaah” de surpresa toda vez que vê algo que ele considera cool. E, quando ele chegou no prédio, eu fiquei toda emocionada e ele todo feliz vendo as árvores, o playground, a piscina. Eu fiquei assim porque esperava por esse dia há muito tempo, e agora a nossa família está junta, num cantinho próprio e cheio de possibilidades.
No primeiro dia, ele dormiu muito bem. Acho que estava cansado da viagem e foi dormir mais tarde (umas 20h), que é o horário que começa a anoitecer aqui por causa do horário de verão. Na segunda noite, ele acordou muitas vezes, estranhando. Eu sabia que isso aconteceria, mas foi só essa vez. Ele vem dormindo bem todos os dias e já se acostumou com tudo.
Nossa principal paranóia é com a segurança dele, pois só hoje (seis dias depois da mudança) a empresa foi instalar as redes. Não que isso fará com que a gente o deixe livre, leve e solto, mas já dá uma segurança. As facas da cozinha estão guardadas em um outro lugar em cima da pia, bem longe das supostas mãozinhas dele. Nas gavetas, só os itens mais inofensivos, e mesmo assim instalamos protetores para que ele não abra. No armário embaixo da pia, panelas e tupperwares que, se ele abrir e fizer bagunça, não se machucará. Vidros e eletrodomésticos menores (processador, liquidificador, microondas), tudo no alto. O próximo passo é comprar um portãozinho para a área de serviço, onde ficam a despensa, os produtos, ferro, baldes com produtos, lixeira etc. No quarto dele, as três tomadas estão com protetores e com coisas na frente, para evitar o interesse. Por enquanto tem dado super certo e ele não teve interesse, mas a área de serviço é um parque de diversões com a despensa aberta, então o portão será a próxima providência. Ainda não compramos porque todo comércio está impossível ultimamente e preferimos esperar passar o Natal.
Uma coisa que foi muito arriscada, morri de medo de dar errado por ser muita mudança ao mesmo tempo, mas que no final acabou dando certo, foi termos comprado uma caminha em vez de um berço. Na outra casa, ele estava tentando pular o berço mesmo com o estrado na posição mais baixa e já tínhamos deixado edredons e outras coisas moles, caso ele caísse, mas eu sempre tive pavor de imaginá-lo caindo de cabeça do berço. Mesmo sendo a hora da transição, eu achei que eram mudanças demais e tinha medo de ele cair da cama, pois aquela proteção até a metade não garante nada. Até que encontrei um modelo muito bom, que me deu segurança, e sabia que daria certo:
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Tok&Stok |
A caminha tem proteção em toda a volta e ele vai usar até uns cinco anos, eu acredito. Ela é uma graça pessoalmente e eu achei que seria o modelo ideal. Minha mãe acabou dando de presente para o Paul, o que aliviou as nossas contas.
No primeiro dia, eu imaginei que ele cairia, que não dormiria, mas dormiu. Quer dizer – precisamos fazê-lo pegar no sono na nossa cama para depois levá-lo até lá. Agora, ele já vai dormir lá mesmo. Fomos um pouco mais maleáveis porque sabíamos que era TUDO diferente para ele – cama, quarto, apartamento. Ele acordou bastante de domingo para segunda, mas depois dormiu bem todas as outras noites. Ele só não aprendeu que ele pode sair da caminha sozinho, hihi. Ele fica ajoelhado naquela parte mais alta do pé chamando pela gente, quando ele acorda. Vai ser libertador, quando ele descobrir.
De resto, ele está curtindo muito tudo. O condomínio tem muitas opções para crianças e ele já brincou com algumas. Nesse final de semana teremos a oportunidade de conhecer mais vizinhos, se não chover de novo. Minha vizinha da frente tem um bebê de 1 ano e 3 meses que eu não conheci até hoje (ela me contou em um desses encontros de elevador).
Para mim, a mudança foi significativa demais. Meu trabalho tem um horário flexível, então posso controlar meu horário de entrada e saída. Ontem mesmo saí mais cedo e cheguei em casa na hora de ele jantar, tomar banho, brincar, e só depois de um tempão ir dormir. pela manhã, fico muito tempo com ele, brinco, dou café-da-manhã, escovo os dentes, todas essas coisas. Só de pensar em como posso ficar mais tempo com ele já me dá vontade de chorar. Estamos todos muito bem.
Nem consigo descrever a diferença em termos de qualidade de vida também. Ok, vou ao trabalho de í´nibus (pego de 2 a 3, dependendo do dia), geralmente cheio, mas esse processo é todo muito rápido (sem trãnsito, levo de 30 a 40 minutos para chegar ao trabalho, mas no máximo uma hora). Para quem acordava 4h30, 5h para pegar um í´nibus fretado e demorar duas horas para ir trabalhar e duas horas e meia para chegar em casa, é um alívio e tanto. Fora a liberdade de escolher o melhor horário, acordar sem pressa, tomar café-da-manhã, ver jornal, enfim… vida de verdade.
Ainda estamos nos adaptando, pois existem n pendências chatinhas, tipo metade das tomadas do apartamento não estarem funcionando (está acontecendo em outros do edifício) e a construtora dar chá de sumiço e fingir que não sabe de nada, ou achar que a geladeira não está funcionando direito (o técnico vem amanhã) e não termos telefone (aguardando autorização da prefeitura). Mas estamos nos virando bem. O Paul está ótimo – certamente ele sente a diferença no nosso astral e está muito tranquilo, empolgadão com tudo, tagarelando, obedecendo (hehe) e tendo a mamãe muito mais perto.
Eu estou muito feliz. <3