Categoria(s) do post: Casa, Rotinas
{Imagem: Getty Images}

Meu pai faleceu ano passado quando eu estava prestes a ter meu bebê (na verdade, ele nasceu apenas quatro dias depois). Então, além da mudança de rotina por causa do novo integrante da famí­lia, eu precisei organizar os pertences do meu pai, pois sou filha única e ele era autí´nomo, deixando sócio e outras pendências.

Sabe, esse é um dos limites da organização. Nós podemos ser extremamente organizados, mas imprevistos acontecem e precisamos lidar com eles.

A morte faz parte da vida e com frequência perdemos alguém querido. Se for uma pessoa que vive com você, além do sentimento que você precisa lidar, ainda existem todas aquelas coisas que aquela pessoa deixou. Algumas dicas que eu posso dar com base na minha experiência são as seguintes:

1. Dê um tempo. Você não precisa tomar decisões agora. Absorver internamente a morte de alguém demora e a verdade é que nunca superamos realmente – apenas aprendemos a aceitar, porque não há mais nada a ser feito.

2. Tenha em mente que as lembranças que você deve guardar estão na sua cabeça, e não nos objetos deixados pela pessoa.

3. Também não leve tanto tempo para mexer nos pertences, pois você pode postergar para sempre (muita gente faz isso na tentativas de ignorar a dor). Eu levei cerca de um mês para conseguir começar a mexer nas coisas, mas também pode ter sido devido a estar com um bebezinho em casa. Só sei que, quando acabei de organizar tudo, fiquei feliz por ter me livrado o quanto antes.

4. Comece pelos itens que são ou podem ser de outras pessoas. Você pode não ver sentido em uma xí­cara de cerí¢mica trabalhada, mas algum parente seu sim. Se existirem itens que foram emprestados, devolva.

5. Inevitavelmente, você encontrará muito lixo. Não tenha dó de jogar fora. Não importa de quem era – é apenas lixo.

6. Todas as roupas podem ser doadas, inclusive para membros da famí­lia, mas evite a armadilha de guardar alguma “por recordação”. Para quê?

7. Providencie uma única caixa para guardar “tesouros”; itens que realmente valem a pena serem guardados como lembrança. Você os identificará. Apenas tome cuidado para não guardar o que não tem significado.

8. Você não precisa se desfazer de tudo de uma só vez. Vá aos poucos, para que isso não se torne um fardo na sua vida. E também para não correr o risco de se livrar de algo importante apenas porque estava com í¢nsia de resolver logo o problema.

9. Se a pessoa que faleceu tinha muita papelada e documentos importantes, guarde tudo em um só lugar e analise com algum advogado, para saber que providências deve tomar com relação a cada um deles.

10. Transforme o quarto que era da pessoa na casa em um cí´modo neutro o mais rápido possí­vel, para ele não virar um daqueles quartos que ninguém quer entrar porque tem muitas lembranças. Leve a roupa de cama para a lavanderia e depois doe o que puder. Se existem outras pessoas morando com você, fazer isso as ajudará a não sentir tanta dor ao passar pela porta daquele recinto. E evite deixar a porta fechada. A porta aberta faz com que acostumemos a passar por ali e ver que está tudo ok.

í‰ triste? Muito, e bastante difí­cil lidar com tudo isso. Mas é necessário e precisamos fazer o que tem que ser feito, pois a nossa vida continua.

E você, já passou por essa experiência? Como foi lidar com isso?

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50 comentários

  1. comentou:

    Pois é, eu leio aqui todos os dias, e o twitter também. Sou uma pessoa extremamente desorganizada, e aqui me motiva, e essa é uma das principais areas que quero mudar na minha vida ainda esse ano.
    Minha mãe faleceu há 11 anos, eu fiquei com algumas roupas dela, doamos muita coisa, e guardamos outras. Porém, apesar de ter passado tanto tempo, ainda existe coisas dela aqui. Como papelada, que ocupa muito espaço.
    Não resolvi isso, por puro comodismo. Mas agora, você me deu uma grande luz para começar a mecher nisso tudo!

    Beijos

  2. Ainda não lidei com nenhuma situação semelhante…Mas estas dicas são preciosas…Um beijinho

  3. Sao comentou:

    Thais, o teu blog é de facto inspirador. Estou consultando aos pouquinhos e sempre descubro algo que me acrescenta.
    Parabéns pelo post de hoje. Tocou-me especialmente.
    Um abraço de Portugal
    Sao

  4. Jane comentou:

    Oi Thais,

    Mais um post incrível. Eu passei por duas vezes essa triste situação, quando perdi meu amado e jovem marido e quando perdi meu pai, há dois anos.
    Na morte do meu marido demorei bastante tempo para conseguir lidar com os pertences, era muito sofrido e doloroso mexer nas coisas todas.
    Mas muitos anos depois quando meu pai faleceu, ajudei minha mãe a lidar com as coisas do meu pai bem rapidamente, umas 2 semanas após, pelos motivos que vc expôs, as boas lembranças não estão em objetos, claro que tem os especiais, mas que vc percebe que são poucos.
    Grande abraço,

  5. Beatriz comentou:

    Sim, recentemente. Nossa, fiquei até impressionada quando recebi esse e-mail. Perdi meu noivo há duas semanas, e sábado fui na casa dele buscar algumas coisas. Fiquei com todos os livros dele, creio que uns 200 ou mais. Também peguei dois perfumes, uma camisa do iron q ele gostava… mas tb joguei todos os exames dele fora e só deixei o q precisava para entregar ao médico q cuidou dele, pois ele teve uma doença q está em estudo, é rara e com prognóstico ruim, não existe uma linha de tratamento ainda… ai o medico pode querer alguns laudos. Peguei outras coisas tb, coisas pessoais nossas… enfim, é mto dificil… minha vontade era de levar tudo, mas a mae e o irmao merecem ter as recordações deles. Peguem so o q ele pediu q eu pegasse pra mim… é um processo super doloroso, sofrido… e acredito que alguns objetos sao importantes para manter viva a memoria daquela pessoa, por isso quis ficar com mta coisa, principalmente os livros, q eu ajudei a comprar. Desculpe, mas isso aqui saiu como um desabafo… estava precisando compartilhar isso com alguem… mesmo q seja so escrevendo. É uma dor que nunca passa. Dificil de aceitar e se conformar. Mas é a coisa mais natural do mundo, e infelizmente não sabemos como lidar. Abraços!

  6. Eu passei recente pela perda da vó do meu esposo, uma semana depois a minha sogra(ela morava com ela), chamou os familiares e disse poderiamos escolher alguma recordação , após isto ela deu o que sobrou para doação .

  7. Priscila comentou:

    O irmão da minha sogra, já idoso, faleceu neste ano, e ele costumava ficar deitado em um dos sofás. Quando ele faleceu, toda vez que minha sogra olhava para o sofá tinha crises de choro. Ela acabou doando o sofá por esse motivo.

  8. Yumi comentou:

    Já passei por isso com os pertences da minha mãe. Foi difícil e minha mãe tinha muitos objetos, desde artigos de arte até tricô, crochê e máquinas overlock que ela tanto gostava. A maioria desses tipos de pertences foi doado entre familiares e pessoas conhecidas e os demais joguei fora ou queimei (tinha muitos papéis antigos da conta corrente dela). Dos objetos que pertenciam a ela que fiquei foram fotos antigas, a máquina de costura portátil da toyota e os cadernos de receitas que minha mãe inventava e deixava todo anotado.
    Bjs!

  9. Raysa comentou:

    Thaís, sempre acompanho o seu blog, anoto as dicas e elas são sempre bastante úteis. Mas devido a esse post de hj eu decidi comentar. Sempre fui uma pessoa muito organizada, cuidava muito bem da minha casa e dos meus pais, que já eram idosos e precisavam de muitos cuidados.Mas depois que eles morreram (seis meses de diferença de um pro outro), eu não consigo mais organizar a minha casa, a minha vida, sabe? Parece alguma coisa se perdeu. Mas com o tempo e com as dicas do seu e de outros blogs e sites de organização, tô colocando a casa e a cabeça em ordem. Um grande beijo!

  10. Larissa comentou:

    Oi Thaís, não sei se tu aceita sugestões de posts, mas vou tentar mesmo assim: conheci teu blog há alguns anos e o apresentei à minha mãe, que o lê todos os dias sempre em busca de alguma dica importante! A questão é que esse teu post de hoje me trouxe um outro na cabeça… Vou sair de casa em breve e minha mãe está cheia de idéias com o que fazer com meu quarto, mas ainda assim não quer se desfazer de muitas coisas que vou deixar aqui, como por exemplo, não quer doar minhas roupas e tal.. Acho que um post “Lidando com os pertences de alguém que vai se mudar” seria bem útil para ela, e acredito, pra outros também! Obrigada, beijinho

  11. Lucyana Mesquita comentou:

    Meu sogro faleceu no dia 02/07. Ele tinha uma saúde frágil, teve um infarto e não resistiu. Ele não morava comigo e meu marido, mas, mesmo assim, vieram muitas coisas dela aqui pra casa. Foram quatro sacolas grandes com papéis, documentos, fotos, enfim, tudo misturado… Já tirei boa parte do que era lixo, comprei uma caixa pra guardar as coisas dele, mas não posso simplesmente mexer em tudo, tenho que deixar meu marido ver as coisas do pai. Ele ainda não teve coragem. Eu entendo e respeito, no momento em que a dor for menor pra ele, sei que vai acabar revendo as coisas do pai. Foi muito bacana ler seu post sobre assunto, tão díficil nesses momentos… Um beijo.

  12. Mari comentou:

    Detesto dar trabalho para os outros, então resolvi “adiantar o processo”: toda minha papelada está separada e identificada. Anotei inclusive a data para um futuro descarte (no caso de recibos e comprovantes). Joguei fora toneladas e coisas,fiquei apenas com o essencial. Sim, tenho uma caixa de lembranças – quem não tem? Imagino que minhas coisas não vão dar muito trabalho depois que eu me for.

  13. Teresa Alves comentou:

    Ola Thais, eu estava dirigindo e assistindo a sua entrevista na CBN. Agora a noite acessei e linkei neste tema, pois caiu como uma luva.
    Meu irmao faleceu em outubro e minha mae em setembro de 2010. Faz pouco tempo e as coisas deles ainda estao aqui. Realmente eu percebi que sem perceber, estamos postergando por tempo indeterminado esse trabalho de juntar tudo e dar outro destino. Mas agora a ficha esta caindo.
    Um grande abraço e parabens pelo trabalho.
    Teresa

  14. Juliana Mendes comentou:

    Olá Thais, leio seu blog todos os dias e cada dia encontro um post novo. Este em especial me fez lembrar do falecimento do meu pai, há quase dois anos. Ele faleceu subitamente, pegou a todos nós desprevenidos. Ele era autônomo como o seu, mas eu já trabalhava com ele há algum tempo, então coube a mim a tarefa de dar continuidade ao trabalho dele. Ele faleceu num domingo e na terça-feira eu já estava trabalhando normalmente, cuidando do escritório e dos clientes. Minha mãe, em uma semana se desfez de todos os pertences dele. Guardou o que deveria ser guardado e doou o resto. Somente ficou por mais tempo com a coleção de LP’s dele, esta ela apenas se desfez ao se mudar para um apartamento e puramente por falta de espaço. Bem, sei exatamente o que é passar por isso e acho que não vale a pena ficarmos nos apegando demais às coisas da pessoa. Realmente o que vale a pena são as lembranças, estas ninguém nos tira.

  15. Daikichi comentou:

    Minha avó faleceu começo do ano, meu avô está em casa sozinho com todas as coisas que eram dela, tem um quarto separado só com as coisas que eram dela e até um guarda-roupa com todas as roupas que foram dela. Ele já me disse que queria doar, mas não tem coragem de mexer. Ninguém da família apoia que ele doe as coisas dela. Mas eu acho que guardar cada objeto, cada roupa, cada papelzinho, até mesmo compra que ela fez, é muito pior.
    Vou imprimir pro meu avô e pedir para ele ler, quem sabe ele não se inspira…

  16. Carol comentou:

    Thais, tive uma historia parecida, porem diferente, rs. Perdi meu pai no dia 9 de outubro de 2009, fiz aniversario dia 20 e perdi meu bebe, que ja estava com 5 meses no dia 29. Foi dolorido, viu?
    Agora estou bem, decidimos nao ter filhos, porque realmente nao queremos, acho que a decisao de ter um filho naquele momento foi soh uma dseculpa para dar um neto para o meu pai antes dele morrer.
    Doamos as roupas, rasguei os documentos depois de uma reuniao com o contador, guardamos as fotos e um par de botas dele com as meias usadas dentro. Um dia elas tb vaioembora, mas por enqto ficam la.
    Saudade terrivel! Esse ano perdi um dos meus melhores amigos com 42 anos. Amigo desde a adolscencia. E a vida vai assim!
    Um bj grande

    1. Thais Godinho comentou:

      Meus pêsames, Carol. Incrível como a vida nos ensina.

  17. Juliana Portella Martinez comentou:

    Olá Thais
    Perdi meu mari do faz 1mês (18/01/13).
    Foi repentino ninguém esperava. Fiu fazer um procedimento “simples” no hospital e teve parada cardíaca. Não temos filhos mas estamos em processo de adoção. A questão é que não tenho coragem em mexer em qualquer pertence dele…só de pensar já começo a tremer e ficar mal. Minha sogra está aos poucos cobrando que eu mexa nas coisas. Provavelmente me mudarei desta casa dentre uns 4 meses. E coloquei até lá que conviveria com as coisas dele e na mudança desfazeria delas…sei lá se émuito tempo….a verdade é que como ele deixou tudo está….dê um conselho por favor…obrigada.

    1. Juliana, não consigo nem imaginar a dor que você está sentindo, sem contar a saudade. Espero que você fique bem logo.

      Uma coisa que eu aprendi com a morte do meu pai é que nunca vamos ser a mesma pessoa. Nunca mesmo. Sempre sentiremos saudades, mesmo que que a gente pare de chorar por isso.

      O que eu sempre pensei, naquela época, é que eu estava viva e minha vida precisava continuar.

      Ele tinha muita, muita coisa mesmo. Lidar com aquilo foi doloroso, mas necessário. Se eu tivesse deixado todas as coisas lá para lidar depois, acho que somente estaria prolongando a dor e a sensação de perda.

      Por isso, meu conselho a você é que lide com isso de uma vez, para não prolongar esse sentimento. Sei que é difícil, mas acaba servindo como uma espécie de “choque de realidade” na gente. Porque a realidade é essa agora mesmo. =/

      Bjs e fique bem.

  18. Juliana Portella Martinez comentou:

    Obrigada Thais, estou me preparando para enfrentar isso tão logo. Pois esta semana ela me cobrou novamente…e não gosto disso me sinto mal…e sei que ela só quer o meu bem….então vou começar pelos papéis que acho ser mais fácil de depois com a ajuda dela vou para a parte mais difícil que são as roupas e objetos.
    obrigada

  19. Maria comentou:

    Boa tarde,
    A minha situação é um pouco diferente mas estou a começar a sufocar. Namoro com um rapaz há 10 anos e há 2 que moro em casa dele. A mãe dele morreu faz 8 anos e ele continua a guardar roupa, papéis, toalhas do hospital…tudo. Eu acompanhei toda a doença da senhora, estive sempre do lado dele a apoiá-los, deixei de ser eu mesma para viver a vida dele, estar sempre lá para tudo o que houvesse e hoje é que vejo que errei porque agora estou sozinha com ele enfiada numa casa que só tem coisas de pessoas que já cá não estão. Eu não quero ferir os sentimentos de ninguem mas simplesmente já não sei o que fazer mas já não aguento mais isto. Quando falamos em morar juntos ele disse que só ia desfazer-se das coisas ( metade da casa está intocada) quando eu viesse para cá, mas a verdade é que nada mudou.Eu tento ser compreensiva mas ao fim de 8 anos já estou exausta de remar contra a maré. O feitio dele é péssimo, o sistema nervoso vai dos 8 aos 80 em segds por coisas minimas ( por ex: o gps n funcionar), quando se irrita desata aos murros às portas e paredes e não admite que precisa de ajuda. Ele quer que eu chame a isto minha casa mas a verdade é que eu não me sinto em casa, isto é a casa dele e da mae dele. Ontem perguntei-lhe se podia deitar fora uma toalha do hospital, já que quando eu vim para cá compramos toalhas para nós…e ele irritou-se e disse que não porque era a que a mãe tinha usado no hospital. Metade das coisas que eu trouxe quando vim para cá estão encafuadas onde há espaço porque há móveis e roupeiros cheios de roupas, cigarros, papeis, facturas e tudo o que se possa imaginar da mãe. Eu não consigo viver mais assim e sinto uma dor enorme cá dentro porque acho que desperdicei metade da minha vida ( a culpa é minha não digo que não!) a ajudar e a apoiar alguem que não quer realmente ter um futuro, seguir em frente. Já tive de começar a levar coisas de volta para casa dos meus pais, porque aqui não dá para pôr nada. Ele guarda tudo tudo tudo, não abre a mão de nada, eu acho que vim para cá para fazer de substituta ( sem querer substituir, porque isso é impossivel e impensavel). A cadela dele morreu há 6 anos, passei semanas a tratar dia e noite dela e ele continua a guardar a tijela onde ela comia, o livro de vacinas e até o lençol onde ela morreu.Eu ando a ficar maluca da cabeça neste sítio que só tem recordações tristes e infelizes e que ele quer que eu chame a isto Casa. Não consigo. Casa é onde nos sentimos bem e integrados, eu sinto que estou a tentar encaixar-me onde ainda há sitio, cada vez mais penso é em voltar para minha casa que é donde não deveria ter saído. Há 10 anos que namoro com esta pessoa e sinto que estou cada vez mais seca por dentro a desaparecer, desde que vim para cá morar só sirvo para tratar dele e reconhecimento, carinho,valorização..nada… Ele prefere manter tudo como era e no espaço que houver livre encaixar o futuro do que seguir em frente.
    Por favor não pensem que sou insensivel ou egoista, eu estou apenas esgotada de tantos anos assim e precisava de desabafar.

  20. nadir comentou:

    A soma de comentários com essa variedade de dados e sempre relacionando as perdas nos faz perceber que evitamos o assunto no cotidiano percebemos uma certa máscara ,não queremos sofrer ,porém quando acontece conosco encontramos todos esses relatos é de nos fazer elevar e trabalhar com maior zelo esses sentimentos e apoiar nas coisas boas,lindas que a mente traz do ser tão amado que diria perdemos e cada um tendo o seu credo acredita rever .

  21. Daiane comentou:

    Minha mãe faleceu aos 40 anos de idade, vítima de câncer (mama). Operou (mastectomia) mas aconteceu o pior (metastase) células cancerígenas que se alojaram no cérebro e mancharam o pulmão.
    Eu tinha na época 22 anos, minha irmazinha 6, meu irmão 16 anos.
    Atualmente tenho 27, prestes a completar 28 agora em agosto de 2014.
    O que tem haver essas datas?
    Só agora eu tive coragem de doar alguns sapatos e roupas para uma conhecida, entreguei a máquina de fotografar para minha avó.
    Restou comigo a camisola que ela usou na internação.
    Pretendo queimar. Não acho essa peça uma boa lembrança para ninguém da família. Tem manchas de soro e medicamentos.
    Vou continuar guardar apenas a carteira dela com cartões de crédito, fotos 3×4 e lá esta uma minha da época do colégio…
    Já uma blusa e uma saia dela serve em mim e vou usar no verão 🙂
    Minha querida maezinha que saudade eu sinto dela.
    Dói tanto.

    Mas eu li um artigo do feng shui que se deve guardar a foto do ente querido no envelope preto e guardar invés de expor no porta retrato em cima de mobiliários.

    Por fim, agradeço seu espaço para desabafar e dizer para todos que aqui chegam..
    A saudade dói mas temos que seguir a vida e superar quando a tristeza vier bater a nossa porta.

    Beijos á todas (os).

  22. Lulu comentou:

    Minha mae faleceu em maio 2014, agora retirei as roupas da casa dela, lavei tudo e algumas eu doei
    mas tem uns vestidos de festa que nao sei o que fasso a familia nao usa esse tipo de roupa e nao tenho coragem de queimar.
    Pensei em vender mas me disseram que isso nao se faz, dizem que nao e bom.

  23. Lulu comentou:

    Otimo pois todos nos em algum momento da vida teremos essa experiencia.

  24. Bianca comentou:

    Oi Thais, encontrei seu blog num momento muito importante, acabo de perder minha mãe e estou me preparando para morar no apartamento dela. Ela morava sozinha a muitos anos, mas a casa estava sempre cheia, já que somos em 3 irmãos, mais uma nora e dois netinhos. Eu tenho uma filha de 3 anos que e as duas eram muito ligadas, confidentes, amigas e companheiras. Estou saindo da casa que eu vivia pra morar lá por motivos de praticidade. Ela tem muuuuuita coisa, tipo aquelas que guarda tudo! Até o guardanapo do restaurante. Fotos, quadros, roupas nossas quando eramos pequenos… enfim, muita coisa.
    Gostaria de um tok por que tem muita coisa boa ainda, que poderiamos talvez fazer um bazar, não sei.
    Adorei as dicas e vou ler sempre, já que organização não é meu ponto forte! Beijos e parabens pelo trabalho!
    Bianca.

  25. Paula Priscila comentou:

    Oi Thais, sei que faz tempo esse seu post mais hoje procurando algumas coisas conheci..
    Adorei suas dicas e já que ta todo mundo gostando vou contar a minha tambem.
    Semana que vem faz 6 meses que perdi minha mãe e meu pai, sim os dois, em véspera de natal. Em um acidente de carro, aonde meu pai perdeu o controle do veiculo. Eles eram simplesmente tudo para mim. Sou casada há 2 anos e fazia 2 meses que tinha me mudado do estado deles.
    Meu coração doi muito ainda, e sei que sempre vai doer.
    Como nao morava mais com eles, trouxe algumas coisas para minha casa em SP, tenho o terno que ele usou no meu casamento, tenho a toalhinha que minha mãe sempre enxugava as lágrimas quando ia na igreja e entre essas coisas tenho o chaveirinho que tinha dado à eles aonde eles usavam no retrovisor do carro, aonde o mesmo ainda tem alguns pinguinho de sangue e que eu nao consigo tirar da gaveta.
    Tudo dói sabe?! Muito.
    Obrigada pelas dicas, e por compartilhar algo tão íntimo.

    1. Paula, que difícil. Obrigada por compartilhar comigo e com os outros leitores. Fico satisfeita por saber que, de alguma maneira, pude ajudá-la um pouco.

  26. Thiago comentou:

    Thais, obrigado, gostei bastante das dicas que você deu. Meu pai faleceu em 2013 e até agora tem coisas que eu ainda não terminei de arrumar, comecei uma arrumação agora entre a virada de 2015 e 2016, é realmente muito chato porque ele era dessas pessoas que acumulam coisas e achava que tudo que guardava tinha valor, encontrei papéis comidos inteiramente por traças, entre outras coisas que estou sendo obrigado a descartar como lixo sem dó, e só conservando aquilo que tem alguma utilidade, o mais difícil é aceitar que a pessoa não vai mais voltar mesmo, logo precisamos dar um fim e não transformar a casa num mausoléu de objetos, por causa disso até nas minhas coisas estou constantemente fazendo limpezas e jogando lixo fora, pra que quando eu envelhecer ou se falecer cedo não ficar acumulando tantos objetos. Obrigado pelas dicas, foi de grande ajuda !

  27. Rafaela comentou:

    Thais, meu pai morreu a mais de 3 anos. Minha mãe, que dormia com ele no quarto deles hoje dorme no meu quarto, em um colchão inflável. Ainda não jogamos fora nada dele, o quarto passa muito tempo fechado e ninguém entra lá, nem no escritório dele, que é totalmente entralhado, que ele não deve ter usado nos últimos 10 anos de vida dele. Minha casa é muito entralhada, principalmente esses cômodos. Há umas duas semanas eu venho tentando jogar a tralha fora e começar a arrumar tudo, mas ainda não entrei em nenhum desses quartos.

  28. Cláudia comentou:

    Olá. Bom dia.
    Acabei de entra neste site..
    Eu perdi meu esposo há dois meses. E ainda não me acostumei com a ausência do mesmo foram 17 anos de casamento 2 filhos, já passei pela psicóloga,cardiologista e fui aconcelhada a procura fazer exercícios físicos para não ficar em casa chorando e lembrando de tudo. Mas mesmo assim dói muito choro dia e noite em todos os lugares que vou.. pois ėramos muito ligados um ao outro.. eu fiquei e ainda estou muito abalada com a situação foi tudo tão de repente que ainda não consigo acreditar..Já doei todas as roupas calçados. Mas ėramos músicos cantávamos juntos tem muitas coisas como nossas imagens que eu não tenho coragem de me desfazer.meu cardiologista pediu que eu voltasse a academia pois vai me fazer bem pra saúde e mente..resolvi voltar tem uma semana, mas ainda assim choro e vêem as lembranças de tudo que se fazia juntos.. bjs obrigada. Cláudia barros.

    1. Thais Godinho comentou:

      Não é fácil, Cláudia, toda a força do mundo para você. Eu penso que não vale a pena segurar coisas que trazem lembranças dolorosas, como roupas, mas fotos, por exemplos, são lembranças boas. Não se cobre tanto. E sim, faça coisas que te deixem bem. Seu cardiologista parece ser uma pessoa legal. Obrigada por compartilhar.

  29. Mônica comentou:

    É engraçado como a gente aprende com a vida… Meu pai faleceu há 4 anos, parece que foi ontem, e demorou uns dois anos para mamãe permitir que a gente mexesse nas coisas dele… Doamos muita coisa, guardamos outras, mas não deixou de ser dolorido!! Ano passado minha avó materna faleceu, e em uma semana eu e mamãe arrumamos as coisinhas dela: separamos o que queríamos de lembrança e doamos o restante. Até a casa que ela morava já está alugada! E posso dizer por experiência própria, foi mais fácil lidar com a perda quando resolvemos logo o que fazer… Beijos Thais, amo seu blog!

  30. Joyce comentou:

    Perdi meus pais há dois anos, logo que meu pai faleceu minha mãe prontmente juntou suas roupas e doou, três meses depois ela se foi e fiquei sozinha na casa… Sou muito desorganizada e tem tanta, tanta coisa dela… Tantos papèis… Nem sei por onde começar… Agora estou grávida e sentindo urgência em resolver essa questão…

    1. Altina Marques de Almeida comentou:

      Oi Joice como vc está?

  31. Isabel Girão comentou:

    Olá. a minha mãe morreu no dia 1 de Dezembro, ela e o meu pai já não dormiam no mesmo quarto há muitos muitos anos. Ele dormia num quartinho num anexo, e hoje disse que quer ir para o quarto dela, eu sei que é a coisa certa até que ele tem 83 anos e sempre está mais perto de mim que moro aqui também, mas entrei em pânico quando ele disse isso , por um lado sei que tem que ser mas… foram muitos anos em que aquele foi o quarto dela e quando ela adoeceu há uns 5 anos sempre tratei dela e para mim aquele é o quarto dela e só de pensar em tirar as coisas dela ( que são muitas…) de lá e só de pensar que vai deixar de ser o quarto dela dá uma dor tão grande no peito…

  32. Inês Castaneiras comentou:

    Olá Bom dia, eu perdi minha mãe dia 11 de dezembro de 2017, faz 24 dias apenas, foi um infarto fulminante, eu moro nos fundos e ela na casa da frente sozinha, encontramos ela caída, sem vida e já estava gelada e endurecendo, fazia umas 4 hs que tinha falecido, foi uma correria, mas no terceiro dia do acontecido, eu fui na casa dela e comecei a arrumar algumas coisa tipo cama que estava desarrumada e recolhendo roupas que ela deixou para lavar , abrindo janelas, enfim fui ajeitando as coisas, no decorrer dos dias ia lá e fazia alguma coisa , separando roupas, pertences, colocando no lixo papéis e coisas sem valor, etc…minhas duas irmãs me criticaram, dizendo que teríamos que esperar pelo menos um mês para mexer nas coisas dela,estou me sentindo culpada por ter feito isto, mas eu disse a elas que foi uma maneira de eu não sofrer tanto, pois ela já estava bem, eu é que convivia direto com minha mãe, e foi muito dolorido, mas eu estou bem, só sentido essa culpa pelo que elas falaram, acho que cada um tem uma maneira de se expressar neste momento e o meu foi assim, claro que muitas vezes minhas irmãs não estavam presentes na arrumação, mas na maioria das vezes elas estavam juntas e dividimos vários objetos pessoal e outros vamos doar, inclusive roupas, só não quero ficar sentindo essa culpa, desculpe, foi só um desabafo, obrigada.

    1. Isabel Girão comentou:

      Não te sintas culpada fizeste bem em fazer isso cedo, mas eu já percebi que nestas coisas não há um tempo certo cada um sente e faz ao seu jeito. Mas também concordo contigo que quanto mais tempo se demora pior é custa mais mas lá está cada um é que sabe. Eu também já comecei a ir arrumar as coisas dela, aos poucos separo a roupa ( imensa meu Deus e metade ela nem usava…) . Normalmente faço isso sózinha mas não me custa o pior foi começar, agora ás vezes dou por mim a falar sózinha ou com ela. Mas é como já disse infelizmente sei bem o que estás a sentir e não te sintas culpada esta é uma dor que só quem passa por ela sabe o que é, um beijinho e força. Se precisares de desabafar estou aqui.

  33. Arnaldo Martins Martins comentou:

    Me desculpe discordo taxativamente de vários pontos mencionados na matéria. Tem um relogio de parede com mais de 100 anos vc entende que devo doar ou me desfazer ? Perdi meu pai ha 8 meses já me falaram tantas asneiras quanto energias negativas impregnadas nos pertences dos falecidos. Talheres de prata , cristais lapidados da Antuérpia que faziam parte do acervo dos meus falecidos avós tb acha que devo doar ?? Estou pouco ligando para quem deixarei em testamento Sou solteiro sem filhos e sem irmãos Gracas a Deus pois cuidei dos meus pais com amor e dignidade. Nada de apegos materiais mas se desfazer de adornos e relogios obras de arte é pura ignorância !!! Com todo respeito desapegar nao significa esquecer ou apagar as vidas das pessoas que amamos e nos deram a vida.

  34. Olá Thais, minha mãe faleceu há 4 meses morávamos juntas e minha irmã. Eu já queria ter mexido nas coisas dela, mas minha irmã não!Mas amanhã faremos, é muito dolorido, ela era muito apegada e guardava Muitas coisas!Seu texto me ajudou a organizar melhor esse processo e a mim também, Depois volto pra contar como Foi!Outra curiosidade, comprei seu livro por causa do seu sobrenome que é igual ao meu.. .kkkkkk bjussss

    1. Boa sorte. É bem difícil mesmo mexer mas você sentirá um alívio quando terminar. Obrigada por comentar e seja bem-vinda!

  35. Lienne comentou:

    Amei o blog!
    Foi a minha primeira experiência na perda de um ente muito próximo e querido. Minha tia, que foi uma verdadeira mãe pra gente faleceu agora início de dezembro! E eu nunca pensei que existisse dor pior! Anteontem fomos mexer nas coisinhas dela e passamos por mais uma tristeza ao ter que se desfazer delas. Ninguém pôde conter as lágrimas! Mas enfim, é preciso fazer isso. Agora é tentar ser forte e carregar conosco apenas as boas lembranças.
    Bjos

  36. Sebastian comentou:

    Meu pai se foi a 12 anos.
    Durante esse tempo eu usei o colchão dele e hoje joguei fora.
    Senti um peso sair de dentro de casa e da minha vida!
    Não sei por que,mas acho que demorei até demais pra fazer isso.
    Sei lá!

  37. Marília da Guia comentou:

    Minha melhor amiga faleceu. E a mãe dela me deu algumas coisas dela por que serve na minha filha e algumas serve em mim também. Peguei lavei tudo o que serviu pra minha filha ela recebeu e ficou tão feliz. Já eu, até estava animada tem umas blusinhas que me serve, mas quando fui provar as blusas me sentir culpada de sair por aí vivendo com as roupas dela. Ela que deveria usar suas roupas. Me sentir culpada de usar as roupas da minha amiga que não está mas entre nós. É loucura isso né ou não?

  38. Eliane cristina de jesus silva comentou:

    A minha mãe faleceu hyá dois anos e eu sempre fui grudada com ela ,a gente sempre foi muita amigas ,antes dela falecer me pediu pra que eu tomasse conta do meu irmão que tem sindrome de down ,e prometi a eloa que cuidaria dele,e estou cuidando não só porque ela pediu ,mais porque eo o amo muito.Eu até hoje não consegui doar as roupas dela deixo junto com as minhas no meu guarda roupa ,nós usa vamos o mesmo estilo e tamanho de roupas até os sapatos era o mesmo numero ter as roupas dela guardada no meu guarda roupa pra mim significa muito ,sei que ela não vai voltar mais é o que me conforta , minha chefe fala vc tem que doar ,mais não consigo a dor ainda é muito grande ela só tinha eu de filha mulher ,e quatro homens .Minha mãe era uma pessoa incrivél de coração tão grande e maravilhoso,ama a todos .Mais tudo bem quem sabe um dia eu consiga mais hoje não!

  39. Nathaly comentou:

    Hoje fazem 8 dias que meu avô se foi. E minha família já quer mexer nas coisas… acho muito recente, fico muito na dúvida. Acredito que essa parte seja a mais difícil
    Mas sei que as coisas dele podem ser úteis para pessoas que precisam

  40. Maria Bernadete comentou:

    Oi Thais, obrigada pelos conselhos.
    Você já ouviu falar de pessoas que ajudam presencialmente nesta organização?
    Estou ficando muito cansada física e mentalmente ao fazer a avaliação de tudo

    1. Sim, personal organizers de modo geral são contratadas para isso. 🙂 Você pode pesquisar em sua região.

  41. Evania comentou:

    Meu marido guarda todas as roupas e pertences da ex mulher dele q faleceu a 2 anos num quarto e no nosso ele queria manter foto no criado mudo , aos poucos fui tirando alguns pertences dela do nosso quarto, mas ele inciste em ter fotos dela espalhada pela casa e no escritório , e não se desfaz de nada dela , o que eu fasso ? Isso faz algum mal manter tantas coisas pessoais de alguém que já morreu ? Tem um baner enorme na subida da escada com fotos antigas dos dois , já tentei tirar mas ele mandou colocar de volta , coloquei pra não ter nenhum problema entre agente , mas confesso que isso me incomoda mt