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Tralha emocional

{Imagem: Getty Images}

Imagine que você tenha acabado de vender a casa em que vive desde quando nasceu. Trancar a porta pela última vez dá uma sensação inexplicável de vazio, e então tudo se resume a entregar a chave para outra pessoa e seguir adiante. Fácil? Nem tanto. E é esse sentimento que muitas pessoas que guardam tralha em casa sentem quando estão tentando se desfazer da bagunça. É muito difícil para elas se desfazer dos objetos que guardam há tanto, e pode ser que esse seja o seu caso. Nós possuímos lembranças que nos acompanham por toda a vida. Saiba que você não precisa deixar suas emoções de lado nesse processo. Veja algumas dicas:

1. Todos nós temos objetos que fazem parte da nossa história, por isso é difícil se desfazer deles. Mas é necessário distinguir entre a primeira roupinha usada pelo seu filho de um pote de tupperware que já deu o que tinha que dar. Se você não quer se desfazer de algo porque possui apelo emocional, é muito simples: não se desfaça. Você não precisa nem deve jogar fora algo que seja tão importante para você e te traga tantas lembranças, mas precisa se desfazer do que é simplesmente tralha, quando não lixo.

2. Como acontece com muitos objetos, chega um momento em que ele deixa de ter utilidade. Algo que era perfeito para você antes e que você tenha usado muito, de repente não serve mais e está largado em algum canto, apenas ocupando espaço pelo valor emocional de um dia ter feito parte da sua vida. Você não precisa guardar essas coisas. Se o objeto ainda estiver em bom estado, você pode doá-lo – e outra pessoa fará melhor uso dele que você. Se ele estiver ruim, é hora de desfazer-se pura e simplesmente. Se puder reciclá-lo, melhor ainda. Mas não deixe ocupando um precioso espaço na sua casa – espaço que deve ser reservado ao que realmente é importante.

3. Veja sua casa como uma espécie de santuário onde você guarda somente os objetos que você ama, usa e te tiram um sorriso do rosto cada vez que você olha para eles. Aquela sensação super conhecida ao abrir um guarda-roupa cheio de roupas bagunçadas ou entrar no “quartinho da bagunça” pode acabar, se você souber selecionar somente o que quer mesmo manter com você. Sabe aquela pilha de revistas no canto da garagem? Ela não precisa estar ali, e isso é só um exemplo.

4. Durante a gravidez, precisei me desfazer de muitos objetos porque não tinha espaço para a chegada do bebê (nossa casa tinha somente um quarto na época). Eu nunca doei e joguei tanta coisa fora! Tenho passado os últimos dois anos em pleno processo de destralhamento e ainda tenho muitas coisas que não uso tomando conta de alguns espaços. O fundamental é ter a consciência de que a casa não ficou cheia de tralha da noite para o dia (algumas coisas são acumuladas durante uma vida inteira), nem ficará vazia tão rapidamente. O processo de desapego é diário, fazendo um pouquinho ali, um pouquinho aqui.

5. Comece pelo que chega na sua casa: novas compras, correio, presentes. Não guarde o pote das azeitonas se já tem oito deles ou não precisa imediatamente. Não guarde o que não tem necessidade, imaginando que algum dia irá precisar. Esse é um erro comum, quase primário, de quem tem muita tralha em casa. Não caia nele. A sua casa e você valem mais do que esse monte de papel e de plástico. Com toda a certeza você tem itens de extremo valor emocional que deseja manter, mas eu posso jurar que 80% da sua bagunça é composta por objetos que não precisavam estar ali e não te fariam a menor falta.

Não há nada de errado em sentir um aperto no coração ao se desfazer de determinados objetos. Só não deixe esse sentimento tomar conta de você com itens do dia-a-dia que não possuem utilidade nem qualquer significado, e que você guardava somente pelo hábito. Você não precisa deixar suas emoções de lado ao se livrar da tralha. Se, quando você estiver se desfazendo da alguma, precisar de alguns minutos para se despedir, faça isso. Você tomou a decisão certa. Guarde o que importa. Quanto ao resto, siga em frente.