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Trabalhando e cantando.

Muita gente tem me perguntado com quem o Paul fica durante o dia enquanto eu estou trabalhando. Achei que tivesse comentado no outro post, mas ele está com o pai dele. O Anderson saiu do emprego que ele tinha por diversos motivos: falta de perspectiva, trabalhava aos finais de semana, o salário não compensava tanto etc. Como ele é principalmente músico, o que ele está ganhando com as bandas é o suficiente por enquanto, somado ao meu salário. Claro que não é a situação ideal, mas combinamos assim: ele fica com o Paul durante esse começo, para economizarmos o dinheiro da escolinha, então podemos cuidar desse assunto com mais calma. As opções perto de casa são bem caras e eu ainda não visitei nenhuma para conhecer a metodologia, por exemplo. Estamos fazendo tudo aos poucos porque temos bastante coisa para organizar depois de eu ter ficado mais de um ano trabalhando somente em casa e esse início está sendo encarado como uma reestruturação mesmo.

Paul tem dormido incrivelmente melhor no berço que com a gente, mas em determinado momento da noite ele vem para a cama ficar conosco. Hoje olhei no relógio quando ele deu a resmungada rotineira e eram seis e pouco da manhã já! Ou seja: se fosse necessário acordar esse horário, ele acordaria. Porém, é só pegarmos, colocá-lo na cama e ele dorme mais um tempinho. Costumamos dar uma mamadeira nesse horário, pois ele acaba dormindo mais. Já tentei acordá-lo, para falar a verdade… e continuar investindo na rotina da Tracy Hogg, mas ele chora de sono mesmo! Então prefiro que ele durma mais um par de horas e fique bem-humorado – e o Anderson também! Como eu estou acordando cedo de qualquer forma, não faz tanta diferença para mim, mas para ele sim.

Prefiro colocar o Paul na escolinha a curto prazo, pois tenho a preocupação de somente eu estar trabalhando com um salário fixo e também quero que ele aprenda a interagir com outras pessoas. Fora que ter diversas pessoas preparadas cuidando dele é bem válido, se for uma boa escola – e eu não vou colocá-lo em uma escolinha ruim. Não estamos com pressa, no entanto, portanto acredito que faremos a escolha certa.

Outra pergunta que algumas pessoas têm me feito é sobre a necessidade X vontade de trabalhar. Recebo e-mails fervorosos de defensoras da maternidade em tempo integral que acham “um absurdo” eu “abandonar” meu filho “tão novo” apenas por “ambição profissional”. Minha gente, eu realmente deveria discutir sobre esse assunto? Cada mãe tem o direito de escolha. Algumas não têm – isso significa que, ou elas trabalham, ou não têm como pagar o aluguel ou qualquer outras contas que as pessoas da vida real precisam pagar. Se você não precisa trabalhar, pois tem uma fonte de renda diversa (nem que seja o salário do seu marido) e, dentro dessas condições, não quer trabalhar, por razões inúmeras, e isso funciona para a sua família, ótimo! Mas existe uma parcela de mães que, acreditem se quiser, gostam de trabalhar, não somente pela satisfação pessoal e profissional (o que já seria um excelente motivo), mas porque querem aumentar a renda da sua família. No nosso caso, é uma mistura das duas coisas. Trabalhar em casa estava sendo ótimo, mas eu não estava produzindo tanto quanto deveria e achei que tanto o Anderson quanto eu poderíamos tomar decisões mais acertadas. Ele estava em um emprego não tão legal (como já falei lá em cima) e eu, que sou formada e tenho uma carreira, estava deixando de trabalhar em alguma agência que poderia me pagar mais do que ele recebia, além de estar morrendo de vontade de voltar a estudar. Conversamos muitas vezes sobre isso até eu finalmente conseguir um bom emprego na minha área e colocarmos os planos em prática.

Eu gosto muito do meu trabalho e tem feito um bem enorme para nós! É claro que sinto saudades do meu filho, mas sei que ele está sendo muitíssimo bem cuidado pelo pai dele e, quando chego em casa, aproveito totalmente os momentos que passamos juntos. Faço questão de dar banho, brincar bastante com ele e colocá-lo para dormir. Ainda estamos em fase de adaptação, mas não costumo ser pessimista nem ver somente o que está acontecendo “de ruim”, pois precisamos lidar com tudo. Muitas mães voltam a trabalhar quando seus filhos têm menos de quatro meses e não há choro nem vela, porque elas precisam do emprego. A adaptação não precisa existir? Claro que sim. Não acho certo cair no drama e monopolizar a criança. Nunca fui daquelas mães que dizem que abriram mão de suas vidas para cuidar dos filhos. Nada contra, mas eu sempre achei que mães felizes criam filhos felizes. Cada mãe deve fazer o que o seu coração mandar e sua situação permitir. E ponto final.