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Resenha: Isso me traz alegria (Marie Kondo)

Alguns livros acabam passando na frente dos outros na fila de livros que quero ler porque eu sei que a resenha deles é importante para os leitores do blog. E, quando se fala em Marie Kondo, hit total do momento, os pedidos aumentam cada vez mais, então eu priorizei a leitura desse livro este mês, já adiantando que gostei bastante.

Kit viagem: pashmina, bloquinho e caneta para fazer uma super captura e esvaziar a mente, e a leitura atual. #vidaorganizada

Uma foto publicada por Vida Organizada 🕐 (@blogvidaorganizada) em

Fui viajar e aproveitei para ler o livro. A leitura demorou dois dias. O livro é grande (270 páginas), mas a leitura flui de forma leve. Esse livro é o segundo livro da Marie Kondo. O primeiro, “A mágica da arrumação”, já teve resenha aqui no blog e é um sucesso de vendas no mundo todo. Ela vendeu cerca de 5 milhões de livros até então (mais que o GTD, minha gente, que vendeu 4 milhões em mais de 20 anos), e um sucesso desses não pode ser ignorado.

Quando eu li o primeiro livro da Marie, eu o achei muito radical. Queria ler em inglês para ver se alguns termos traduzidos é que podem ter passado essa impressão (se eu fizer isso futuramente, atualizo aqui no post). Porque, lendo o segundo livro, ela não me soou tão radical. É um livro muito mais empático e esclarecido que o primeiro, sobre o seu método.

Muitas profissionais de organização torcem o nariz para a Marie porque ela, na verdade, diz que o único método de organização que funciona é o dela. E o fato de o método dela funcionar não significa que outros não funcionem. Trata-se apenas de encontrar aquilo que combina mais com você e com a fase da sua vida nesse momento. Mas os fãs da Marie, que curtem seu método, reafirmam o que ela diz, e torna-se uma discussão quase interminável na Internet. O jornal New York Times publicou outro dia uma reportagem super polêmica com a Marie, onde rolam altas alfinetadas na NAPO (associação americana de personal organizers – uma verdadeira instituição respeitada nos Estados Unidos), e isso causou furor entre as profissionais norte-americanas do mercado de organização. Eu fico com um pouco de pena da Marie nessa história, porque ser uma pessoa com a visibilidade dela não deve ser fácil. Devem empurrar todo tipo de polêmica e palavras para cima dela, e então qualquer tipo de reportagem como essa suscita mil reações agressivas, o que gera todo um bolo muito errado de acontecimentos.

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O fato ̩ que a Marie vem causando transforma̵̤es na vida das pessoas atrav̩s da organiza̤̣o, e ṇo ̩ isso o que todas as profissionais de organiza̤̣o se prop̵em a fazer e fazem ṭo bem? Sim. Ela tem a maneira dela de fazer isso, assim como eu tenho a minha, a personal X tem a dela e cada pessoa tem a sua. O que acontece ̩ que nem todo mundo teve a oportunidade de publicar um livro e ser lido por milh̵es, e isso confere mais credibilidade a uma maneira de se fazer as coisas Рo que as pessoas precisam saber, com bom-senso, que ṇo significa que ̩ a ̼nica maneira certa de se fazer.

Mas, sobre o livro, eu gostei muito. Uma pergunta que sempre surge é se vale a pena comprar esse livro se você já comprou o primeiro. Gente, essa pergunta é muito esquisita. São livros diferentes. Se você gosta do autor, claro que vale a pena comprar. Não existe essa coisa de “compre esse ou aquele”. Siga o conselho da Marie e, depois de lido, doe ou mantenha se te traz alegria. Mas, como autora, acho complicado sugerir que você escolha entre um e outro, porque os livros são textos diferentes. Apesar de serem ambos sobre o mesmo método, “Isso me traz alegria” é um livro depois do furor, que busca esclarecer as pontas deixadas abertas pelo primeiro. Fora que ele é ilustrado, e as ilustrações são lindas e bastante úteis para entender todo o conceito de dobras e outras coisas que ela ensina. Ele também é um livro mais detalhado, mas bem estruturado entre as sessões – um guia mais prático, digamos assim. Mas, se você não leu o primeiro, provavelmente vai ficar “boiando” no que ela ensina. Então recomendo a leitura dos dois, na ordem de lançamento.

O grande propósito da Marie ao escrever esse segundo livro foi trazer um guia ilustrado (eu diria mastigado) do seu método, esclarecendo quaisquer dúvidas que possam existir. Serve para quem leu o primeiro, começou a organização de acordo com o método dela, mas precisa de uma forcinha. Também serve para quem leu o primeiro, mas não sabe por onde começar. E também é muito legal para quem já é organizado e quer dicas adicionais.

O método todo da Marie é bastante simples: descarte aquilo que não te traz alegria e, o que sobrar, arrume um lugar certo para cada coisa. No final das contas, isso é organização pura e simples, não “o método da Marie”. Mas eu gosto muito do tom de simplicidade que ela traz a todo momento, e acredito que isso seja o que faz seus livros fazerem tanto sucesso.

Se selecionar pelo que te traz alegria é o mais correto ou não, se fazer um descarte radical funciona, se jogar fora recordações dá certo, isso é assunto para outro post, e também já adianto que nunca vai existir essa coisa de certo ou errado na organização, mas sim aquilo que funciona para você, em cada momento da sua vida. Tem vezes que vale a pena ser radical, tem vezes que você vai querer fazer aos poucos. O mais importante é respeitar o processo, porque respeitar o processo é respeitar a si mesmo(a). E isso a Marie passa também, independente da forma que ela use para demonstrar isso.

É um bom livro, que recomendo ter na estante, e achei melhor que o primeiro.

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18 comentários em “Resenha: Isso me traz alegria (Marie Kondo)”

  1. Depois que li e apliquei os métodos da Marie Kondo, mantenho meu guarda roupas perfeitamente organizado. Até minhas filhas (de 17 e 09 anos) usam o método e tudo funciona muito bem. Com certeza lerei o segundo livro.

  2. Legal seu texto, Thais! Achei o primeiro um pouco repetitivo e tinha dúvidas se valeria a pena ler o segundo. Você me convenceu rsrs bjs

  3. Oi Thais! Também gostei mais do segundo livro. Achei mais esclarecedor e gostoso de ler. Também gostei de dicas como cuidar para não descartar o material de outras pessoas, sem o total consentimento delas. O que para mim é tralha pode não ser para outras pessoas com quem convivemos. Se traz alegria para alguém querido acaba tocando nosso coração também.

  4. Olá Thais, estou lendo o primeiro livro dela, vi esse preferi começar pelo primeiro. Não acho radical. Ela defende a ideia dela. Cada leitor tira pra si a mensagem. Só sei que está me inspirando bastante a arrumar a casa toda. Se atirarei todas as roupas no chão, ou não, isso verei. Bjs

    1. Então, só passei minha opinião com base em 10 anos trabalhando e lendo livros sobre o assunto. Ela mesma diz que, se não fizer a arrumação de uma só vez, o método é errado. Eu considero radical mas, again, só minha opinião. 😉

  5. Muito obrigada pela resenha, Thais! Comprei o segundo livro da Marie, mas também fiquei com medo de que fosse apenas o primeiro livro “requentado”, apenas com a intenção de vender mais livros. Sua resenha foi muito sincera e esclarecedora. Com certeza será o proximo livro que eu vou ver (depois que eu terminar o seu “Casa Organizada”!). Beijos!

  6. Oi Thais, concordo com vc sim. Por enquanto estou lendo o primeiro, somente. Quero ver na hora da arrumação, radical sim. Rs.
    Estou adorando sua página, entro todos os dias para ler as dicas. Está mudando minha cabeça, obrigada!

  7. Eu comprei o audiobook desse primeiro livro dela, mas por curiosidade e nem escutei ainda. Eu li o seu primeiro livro e to curioso pelo segundo, mesmo não sendo meu foco assuntos de organização de casa. Vc sabe se ele vai entrar para a versão do Kindle Unlimited (acho que é esse o nome do plano) da Amazon? É que eu assinei, aí já aproveitaria para add o seu novo livro.

    Abs,
    Wellington

  8. Eu comprei o primeiro livro e estava gostando da leitura ( e do método) até chegar o momento em que ela diz que as meias ficam tristes porque ficam em guardadas em bolas. Aí dei uma parada porque acho que consigo desapegar do que não me traz felicidade, porém não quero me sentir culpada por guardar meias em bolas e ficar pensando que as meias estão dentro da gaveta me odiando hahahaha

    Quando terminar de ler o primeiro, vou atrás do segundo. O método, apesar de radical, me parece bem simples e faz todo sentido do mundo. Adoraria viver em uma casa só com coisas que me deixam feliz!

    1. Juliana, temos algumas coisas em comum: o gosto por Van Gogh e essa das meias. Hahaha achei também uma bobeira se despedir das coisas com gratidão, afinal são objetos e não possuem vida ou sentimento.
      Como estou apenas querendo acrescentar conhecimento às minhas antigas práticas, deleto essas partes e sigo em frente na leitura. Até agora, pelo que li, o método da Marie Kondo é o mesmo do 5S que aplicamos em ambientes corporativos e quem conhece acaba aplicando em casa também.

  9. Li o primeiro livro e achei muito bom. Radical? Talvez, mas mesmo não tendo tirado um dia para tentar aplicar, os conceitos já me ajudaram bastante a me livrar de coisas que eu guardava há anos, sem saber o que fazer com elas, apenas mudando de lugar a cada faxina. E, até agora, sem arrependimentos, pelo contrário, a cada arrumação fico com menos coisas e mais satisfeita, parece mesmo que a vida vai ficando mais leve. Eu sou bastante simpática ao estilo de vida minimalista e pretendo chegar a aplicá-lo plenamente à minha vida, ler o livro da Marie, com certeza, me fez avançar muitas casas em direção a esse objetivo, destravou minha capacidade de desapegar.

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