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O que eu aprendi sobre produtividade com Tim Ferriss: parte 4

Sei que estou em dívida com vocês com relação a esta série. Apesar de não ter escrito a respeito, tenho revivido muitos dos ensinamentos do Tim deste livro no meu dia a dia. Eu estava bastante ocupada e trabalhando em muitos projetos quando resolvi que seria necessário tomar uma atitude antes que a atitude fosse tomada pelo meu corpo ou por outras situações ao meu redor. Portanto, o post de hoje é para falar exclusivamente sobre produtividade e qual a visão do Tim sobre o assunto.

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Tim Ferriss é autor do livro “Trabalhe quatro horas por semana”.

O Tim comenta em um determinado capítulo do livro que a gente deveria esquecer tudo o que a gente aprendeu até então sobre produtividade. Ele diz que podemos nos tornar especialistas em embaralhar pastinhas e batucar o teclado do computador apenas para disfarçar que não estamos sendo produtivos, mas apenas ocupados. Aliás, fazer a si mesmo/a essa pergunta ao longo do dia ajuda bastante a manter a produtividade: você está sendo produtivo ou está apenas ocupado?

Isso tem tudo a ver com a execução no GTD, que diz que precisamos fazer as coisas com significado. Fazer apenas por fazer não faz diferença alguma. Todo mundo consegue executar com uma lista na mão.

O Tim propôe o seguinte desafio: se o seu médico te disser que você vai ter um infarto e só pode trabalhar quatro horas por dia (meio expediente), o que você priorizaria? Certamente, você conseguiria dar conta de tudo o que era mais importante e precisaria fazer. O que ficou de fora foi simplesmente resultado da sua priorização.

Agora, e se alguém colocar uma arma na sua cabeça e disser que você pode trabalhar apenas duas horas por dia? O que você faria? Sim, você também conseguiria priorizar. Essa “mágica” vem do princípio de Paretto, que afirma que 80% dos nossos resultados vêm de 20% dos nossos esforços. Quem curte o assunto produtividade gosta de executar, mas será que o que está sendo executado era realmente a prioridade ou você está executando um montão de coisas que não importam para disfarçar aquela coisa mais importante que você não está fazendo?

E outra: não é para aumentar a quantidade de coisas que você está fazendo, mas diminuir! A visão do Tim sobre o trabalho é que a gente possa automatizá-lo da melhor forma possível. O livro todo é sobre isso. É sobre como você consegue ganhar dinheiro, trabalhar de forma suficiente e viver a vida – em vez de esperar para fazer isso na aposentadoria. Não foi a toa que o livro ficou na lista dos mais vendidos do NY Times durante tanto tempo e o Tim virou uma espécie de guru da produtividade no mundo inteiro.

Voltando ao princípio de Paretto, aplique ao seu dia a dia perguntando-se:

  • Quais são os 20% do meu trabalho responsáveis pelos 80% dos meus resultados?
  • Quais são os 20% das causas responsáveis por 80% da minha infelicidade?

Isso se aplica a clientes, colegas de trabalho, projetos e atividades pessoais da nossa vida. Faça uma reflexão a respeito. Pare de investir seu tempo em atividades que não trazem qualquer resultado (vale lembrar que descansar e se sentir bem também são resultados! revise seu conceito de utilidade). Ser seletivo e fazer menos coisas é o caminho da produtividade.

Falta de tempo é apenas falta de prioridades. Priorizar é gerenciar seu tempo.

Alguns aforismos:

  • “Noventa e nove por cento das pessoas no mundo estão convencidas de que são incapazes de conquistar coisas grandes, de modo que passam a objetivar coisas medíocres.”
  • “O oposto da felicidade é o tédio.”
  • “Amanhã vira nunca.”
  • “As ações mais importantes nunca são confortáveis.”
  • “Não se trata de aumento diário, mas de perda diária.”
  • “Fazer bem algo desimportante não o torna importante.”
  • “A maior parte das coisas não faz diferença nenhuma.”

Gostaria de falar também sobre outro conceito que ele explora no livro, que é a Lei de Parkinson. Não, não tem a ver com a doença – é outro Parkinson. Basicamente, a Lei de Parkinson diz que a gente desperdiça tempo porque tem muito tempo disponível. Uma tarefa aumentará de importância e de complexidade em relação ao tempo alocado para sua realização. É o que o cômico John Perry fala em seu livro “A arte da procrastinação”: não é que o procrastinador não faz as coisas, mas ele deixa para a última hora porque sabe, no fundo, que ele não precisa investir tanto tempo naquela atividade.

Especialmente quem curte organização pode ter a tendência de planejar demais porque gosta de planejar e fazer as coisas com antecedência. Eu, por ser autora do blog Vida Organizada, adoro trabalhar com antecedência e tranquilidade. Porém, é preciso avaliar se você não está apenas perdendo tempo. Não é para deixar para a última hora, mas executar as ações como se fosse a última hora – sem perder tempo. Se você cortar todas as suas atividades e manter apenas o essencial, ainda vai restar bastante coisa. Porém, por que ainda assim deixamos de fazer o essencial no nosso dia a dia e fazemos tais outras coisas? Encurte seus prazos para forçar uma concentração maior e evitar a procrastinação.

A recomendação do Tim é: identifique as poucas tarefas críticas que contribuem para a maior parte da sua renda e planeje realizá-las com um prazo bem curto e bem definido. Não invente coisas para evitar fazer o que realmente importa. Ou seja: definir o que você deve fazer é tão importante quanto definir o que você não deve fazer.

No GTD, fazemos a revisão dos nossos projetos semanalmente. Para integrar esse conceito ao que o Tim ensina, faça o seguinte (é como estou fazendo e recomendo no momento): revise seus projetos e determine aqueles que você pretende concluir na próxima semana (sua prioridade). Ao analisar as próximas ações dos seus projetos, verifique quais são aquelas que você fará ao longo da semana também. Todos os dias, veja sua lista de tarefas para o dia seguinte e priorize-as. No “dia seguinte”, apenas trabalhe nelas da forma mais produtiva possível.

No próximo post eu vou falar sobre como lidar no dia a dia com notícias, acontecimentos do mundo, leituras, interrupções e a arte de dizer não segundo o Tim. Até lá!

Marcações:
Thais Godinho

Thais Godinho

Meu nome é Thais Godinho e eu estou aqui para te inspirar a ter uma rotina mais tranquila através da organização pessoal.

25 comentários em “O que eu aprendi sobre produtividade com Tim Ferriss: parte 4”

  1. Gostei. Esse post rende muita reflexão. Tenho praticado a ideia de todo dia ao fim do dia fazer uma lista em ordem de prioridade com ações para o dia seguinte e tem sido muito proveitoso, ponho numa folha de papel pequena mas nunca consigo fazer a lista toda num dia, isso não é necessariamente um problema, meu problema é não saber quando parar. Você tem alguma dica? Tento usar o princípio de Paretto e me perguntar se já investi na tarefa os 20% que rendem os 80% de resultado. Mas como limitar o quanto trabalho no dia? (Não tenho que cumprir horários) Muito obrigada sempre. Beijos

      1. Oi Thais, obrigada por responder. Eu estou tentando usar o GTD. Mas recomecei agora do básico. Não estava dando certo, cometi muitos dos erros que você listou em um outro post recente. Nas revisões semanais, eu reviso minhas áreas de foco (limitei elas bastante e limitei também bastante meus projetos, praticamente só tenho um) e determino o que precisa ser feito na semana (prioridade alta) e faço outras listas, prioridade média e baixa e algum dia/ talvez. E a cada dia atualizo a lista das tarefas para o dia. Mas mesmo assim, todo dia tenho que me perguntar já posso parar? E não sei me responder. Alguma luz?

        1. O fundamental da revisão semanal é revisar seus projetos, mas essencial mesmo é você revisar aquilo que precisa da sua atenção quando você achar necessário. Eu costumo revisar minhas áreas de foco apenas uma vez por mês, mas nada me impede de revisar mais vezes, se eu sentir necessidade.

          Você tem que ter a tranquilidade para parar sabendo que fez o que deveria ter feito e o que não foi feito está sob controle.

  2. Terminei a leitura deste livro neste mês. Simplesmente fantástica o ponto de vista dele sobre o trabalho, produtividade e autonomia. Depois do curso de GTD da turma aberta na Call Daniel, trabalho para aplicar estes conceitos em minha vida. Parabéns pelo seu trabalho Thais. Enorme prazer te conhecer pessoalmente.

  3. Oi Thais! Eu li o seu livro a dois meses atrás e gostei muito do que ele fez em minha vida de imediato, até meu marido me elogiou, mas resolvi esperar algum tempo para comentar para eu não dizer que eu só estava agindo melhor por as dicas estarem “frescas” em minha mente.
    Agora dois meses depois, vejo que transformei em hábitos muito do que eu li e meu marido também entrou nessa porque eu comentava tudo o que eu via no livro com ele, antes precisávamos de diarista, agora estamos dando conta da casa sozinhos dividindo entre os dias as tarefas e realmente atingimos um equilibro muito bom, hoje por exemplo organizamos a casa por alguns minutos antes de trabalhar e mais alguns minutos na hora do almoço e como nada acumula em seguida tiramos hoje um cochilo com aquela gostosa tranquilidade de tudo estar não exatamente perfeito, mas agradável e sob controle.

  4. Precisava muito ler isso hoje. Passei a manhã pensando em colocar minha filha de 2a em período integral na escola, pois estava achando que as 5h que passo na empresa não estavam sendo suficientes. Mas, na verdade são mais que suficientes para fazer o que precisa ser feito, se eu melhorar a minha produtividade (que na verdade não está muito boa, ando muito dispersa…) sem que eu precise sacrificar o meu tempo diário com minha pequena!
    Obrigada.

  5. Thaís, como aplicar o GTD na vida de uma pessoa que trabalha como recepcionista (estou mais para digitadora) o dia todo e estuda de noite? Acho que nem resta tempo e coisas pra fazer que eu consiga aplicar o método.

  6. Por aqui, pensando seriamente em comprar alguns livros e abraçar a série sobre GTD do blog. Não posso continuar como tenho vivido, sempre estressada, insatisfeita e a apagar incêndios.. M
    Tenho sentido muita falta das linhagens de domingo…
    Bjs, sou sua fã!

  7. Oi Thais,

    Fiquei com muita vontade de ler o livro depois dos seus posts sobre ele.
    Eu sou entusiasta, admiro e acredito que realmente a vida pode ser muito feliz se aplicarmos o principio de pareto e tudo o que o Tim fala. Porém sendo funcionária de empresa e tendo que cumprir um requisito de horas (8h/dia), como aplicar o conceito do Ferris? As vezes acho que somente sendo empreendedor e tendo seu próprio negócio.

    Claro que no trabalho podemos sim ser produtivos e ter ótimos resultados na carreira. Mas entendo que o conceito é para ser aplicado na vida como um todo.

    O que acha disso?

  8. Li esse livro e adorei! Ainda penso em como aplicar na prática, por isso comecei a ler novamente na última semana, por isso amei seu ponto de vista. Tbm trabalho em empresa e tento unir a outros trabalhos paralelos, daí preciso mesmo melhorar a produtividade. Parabéns sempre pelo seu blog!

  9. Interessante é que quando trabalhamos em casa, meio período, ficamos mais produtivos do que 8 horas na empresa. Lá tem bate papo, cafezinho, escapulidas para a rua, telefone, reuniões… tanta coisa para, no final, termos umas 3 horas produtivas. Em casa, como o tempo é curto e tem um milhão de outras coisas para dar conta, temos de fazer mais em menos tempo.
    Sempre soube que 8 horas dentro da empresa comportam menos que a metade de produção efetiva. As outras horas são para “embaralhar pastinha” mesmo.

  10. Cristiane Pereira Novais

    Ansiosa por esse próximo post de como lidar com interrupções e acontecimentos do mundo. Tenho um emprego de 8 horas diárias mas sempre sinto que fui pouquíssimo produtiva. Apesar de ter pouco trabalho a ser executado ao longo da semana e quase nenhuma cobrança de prazos e afins sempre deixo o dia passar e quando dou por mim lá se foi mais uma semana improdutiva. Se começo a ocupar meu tempo vago estudando, por exemplo, e o telefone toca já perco o foco e caio nas garras da internet e seu entretenimento infinito.

  11. Thais,

    Sempre leio seu blog, adoro todas as suas dicas. Não uso o GTD mas mesmo assim tenho aplicado muitas das suas dicas de organização. Elas ajudam muito meu dia a dia.
    Hoje escrevo para agradecer por ter apresentado o livro do Tim Ferriss, comecei a ler, estou fazendo a minha planilha de projetos. Me sinto muito animada. Muito obrigada!

    Renata

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